Investigadores de Coimbra estudam novo processo para extrair metais preciosos de resíduos eletrónicos - Ci

O projeto de investigação cabe numa das Agendas mobilizadoras financiadas pelo PRR e pode vir a ter um impacto importante na capacidade de reintroduzir materiais valiosos na cadeia de valor, quando já não servem os produtos eletrónicos em fim de vida onde estão inseridos. Investigadores de Coimbra estudam novo processo para extrair metais preciosos de resíduos eletrónicos Pedro Faria, Ana Chung, Paula Morais FCTUC

Só na 💥️União Europeia, todos os anos, são produzidas quase 10 milhões de toneladas de lixo eletrónico e só 15 a 20% desse volume vai para reciclagem. A nível global os números são ainda mais impressionantes e só em 2022 foram produzidos 55,2 milhões de toneladas de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos.

Um 💥️grupo de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra está a trabalhar num projeto que pode vir a ter um impacto importante nesta área. Em causa está o estudo de um💥️ novo processo para a recuperação e tratamento de materiais em dispositivos eletrónicos em fim de vida, de modo a que as matérias-primas possam ser novamente incorporadas na cadeia de valor.

“A ideia é encontrar um processo combinado, químico e biológico, para a recuperação de metais críticos e de alto valor, a partir de resíduos elétricos e eletrónicos de computador”, como explica Paula Morais, docente da FCTUC e investigadora no Laboratório de Microbiologia do Centro de Engenharia Mecânica, Materiais e Processos (CEMMPRE).

O primeiro passo do projeto passa por um estudo inicial de💥️ diagnóstico para identificar e mapear o ecossistema português do setor da microeletrónica. Numa fase posterior, a equipa avança para a💥️ investigação dos processos microbiológicos e químicos de 💥️reciclagem de metais preciosos.

O objetivo é 💥️desenvolver “processos de bio-lixiviação, a partir de resíduos gerados por parceiros industriais no projeto, bem como de bioacumulação seletiva de metais após tratamento químico dos resíduos”, descreve o grupo. “O sistema de recuperação de metais por ser misto (químico-biológico) é extremamente inovador”, acrescenta-se.

Entre os materiais que se pretende conseguir recuperar, de equipamentos em fim de vida, como computadores ou telemóveis, estão 💥️metais valiosos como ouro, platina e prata, mas também metais críticos como o índio e gálio.

A i💥️nvestigação decorre no âmbito da Agenda Microeletrónica do Plano de Recuperação e 💥️Resiliência (PRR), que conta com um financiamento de 30 milhões de euros. O projeto arrancou em janeiro, no âmbito de um consórcio que já envolve 17 entidades.

Neste momento, a 💥️equipa de investigadores está ainda a trabalhar na clarificação dos fluxos de resíduos e na caracterização dos materiais a usar para criar este novo processo. Está também ainda 💥️em definição a estratégia a pôr em prática com os parceiros da FCTUC na recuperação de metais.

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