Sonda Juice da ESA foi lançada com sucesso e partiu à conquista do gigante Júpiter - Multim&

À segunda foi de vez e Juice já está a caminho da sua viagem de oito anos em direção a Júpiter. A missão da ESA, que conta com know how português, vai tentar recolher o máximo de informação acerca do gigante gasoso e das suas luas Europa, Ganimedes e Calisto. Sonda Juice da ESA foi lançada com sucesso e partiu à conquista do gigante Júpiter Imagem artística

Com um dia de atraso face ao inicialmente previsto, a ESA iniciou esta sexta-feira, dia 14 de abril, uma das suas missões mais ambiciosas e definitivamente a de maior investimento até à data: cerca de 1,6 mil milhões de euros.

A partida da Juice começou por estar marcada para ontem, mas 💥️acabou suspensa já nos últimos 10 minutos do countdown, por não estarem reunidas as condições meteorológicas necessárias, que apontavam para a probabilidade de ocorrerem relâmpagos.

Hoje, às 13h14 em ponto de Portugal Continental, como tinha ficado planeado, a sonda partiu com sucesso de Kourou, na Guiana Francesa, à boleia de um foguetão Ariane 5. Para o lançamento ser um sucesso total, a missão da ESA tem também de passar pela 💥️fase de separação e, a seguir, pela 💥️fase de aquisição de sinal.

💥️Veja as imagens do lançamento da missão Juice, a partir da Guiana Francesa

Acrónimo para 💥️Jupiter Icy Moons Explorer, a 💥️Juice tem como intenção a 💥️recolha do máximo de informação possível acerca do sistema do gigante gasoso, como um todo, e o 💥️estudo pormenorizado de três das suas maiores luas: Europa, Ganimedes e Calisto.

O grande objetivo é perceber 💥️se estes corpos celestes reúnem condições para suportar vida. Há fortes indícios de que Europa e Ganimedes – e possivelmente também Calisto – 💥️tenham oceanos de água salgada debaixo das suas crostas geladas.

💥️As três luas geladas terão atenções diferentes, até pelas suas caraterísticas. 💥️Europa é a mais ativa e intempestiva, com sinais claros de renovação constante da crosta de gelo, com evidências de atividade vulcânica subaquática, o que aumenta a possibilidade de vida. Estima-se que contenha o dobro da água dos oceanos da Terra.

Por ser a mais estudada até agora - e ser alvo de uma missão específica por parte da NASA, denominada Europa Clipper, a lançar em 2024 -, Europa 💥️será a lua a quem a Juice prestará menos atenção, concentrando apenas dois dos 35 sobrevoos planeados para os quatro anos que deverá durar a missão.

💥️Calisto, por sua vez, representa um testemunho do que foi o sistema Júpiter no início da história do Sistema Solar. Com uma superfície escura, antiga e muito marcada por crateras, também pode ter um oceano “escondido”.

Já a 💥️Ganimedes aponta-se um oceano mais salgado do que os oceanos da Terra. 💥️O seu potencial e características únicas farão com que seja o alvo que vai tomar mais tempo de observação a Juice, que lhe dedicará nove meses inteiros.

Para fazer tudo isso, a sonda europeia construída pela Airbus foi 💥️equipada com os maiores painéis solares já lançados numa missão interplanetária. Ao todo 💥️são 85 metros quadrados de placas fotovoltaicas, cuidadosamente dobradas para o lançamento, aguardando ordem para a abertura no espaço. Os grandes painéis justificam-se pela necessidade de fornecer energia à sonda em quantidade suficiente enquanto orbita Júpiter, que está cerca de cinco vezes mais distante do Sol que a Terra.

Além de escudos que protegem os componentes eletrónicos sensíveis da elevada radiação, de painéis solares de alimentação de energia e de uma camada isolante contra as temperaturas extremas, 💥️a sonda dispõe de uma antena para enviar dados para a Terra 💥️e de um computador para resolver alguns problemas de modo independente.

💥️Equipada para “conquistar” Júpiter com ajuda portuguesa

Ao todo, 💥️a Juice leva 10 instrumentos de última geração, que formam o mais poderoso conjunto de análise sensorial remota, de análise geofísica e “✅in situ” alguma vez enviado para o Sistema Solar externo. 💥️Alguns deles contam com know how português, ao nível do desenvolvimento e fabrico, mas também de “gestão”.

A missão, que esteve para ser lançada em 2022, tem o engenheiro aeroespacial 💥️Bruno Sousa como diretor de operações de voo e contou com o engenheiro de antenas 💥️Luís Rolo na fase de testagem de dois dos 10 instrumentos integrados. Ambos trabalham na ESA.

Enquanto diretor de operações de voo, 💥️Bruno Sousa vai 💥️acompanhar a fase crítica do lançamento e ajuda uma das equipas que lidera a tomar decisões para garantir que o engenho entrará depois na fase de cruzeiro.

Já 💥️Luís Rolo testou a antena do radiotelescópio que irá estudar as atmosferas de Júpiter, Europa, Ganimedes e Calisto, 💥️e a antena da sonda-radar que permitirá, através da receção de sinais, determinar a existência de água subterrânea nas três luas.

A sonda inclui também 💥️componentes fabricados por várias empresas portuguesas. Uma antena, a mais pequena das duas acopladas, tem um revestimento térmico produzido pela empresa portuense 💥️FHP - Frezite High Performance e o seu mecanismo de funcionamento foi desenvolvido pela 💥️Active Space Technologies.

Um outro instrumento do satélite, o monitor de radiação, que é um detetor de partículas energéticas, foi desenvolvido pelo 💥️LIP - Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas e pela 💥️Efacec, em cooperação com a empresa norueguesa Ideas e o instituto de investigação suíço Paul Scherrer.

A Efacec esteve também envolvida na construção de um instrumento que monitorizará o estado de conservação dos painéis solares do satélite, visando uma melhor gestão da energia na chegada a Júpiter, onde a luz solar é pouca.

A 💥️LusoSpace criou uma bobina que gera um campo magnético e que liga ao magnetómetro, um aparelho a bordo do satélite que vai caracterizar o intenso campo magnético de Júpiter e a sua interação com o da lua Ganimedes.

O trabalho da 💥️Deimos Engenharia consistiu "em melhorar a estratégia de navegação autónoma de base da missão" durante o voo de passagem pela lua Europa e "durante a fase orbital de Ganimedes".

💥️Partida, largada e fugida agora. Meta à vista só em 2031  

A conquista europeia de Júpiter começou agora mas faz-se de uma longa 💥️jornada de oito anos, que vai envolver o recurso à gravidade da Lua, da Terra e de Vénus para ganhar impulso até ao gigante gasoso, onde 💥️Juice só deverá chegar em julho de 2031.

A conquista europeia de Júpiter faz-se de uma longa jornada de oito anos, que vai envolver o recurso à gravidade da Lua, da Terra e de Vénus para ganhar impulso até ao gigante gasoso, onde 💥️Juice só deverá chegar em julho de 2031.

A partir daí, 💥️está previsto que a sonda europeia faça 35 voos de aproximação às luas geladas, alcançando Ganimedes, a maior lua do Sistema Solar, em dezembro de 2034. Com 5.268 km de diâmetro, 💥️Ganimedes é maior do que o planeta Mercúrio e é a única a ter um campo magnético próprio, um dos muitos itens que Juice estudará em detalhe.

Espera-se que a missão da ESA, que também contou com a colaboração das agências espaciais norte-americana (NASA), japonesa (JAXA) e israelita (ISA) em termos de instrumentação e hardware, 💥️termine em setembro de 2035.

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