O que esperar da guerra de carregadores? Agora é o Procon-SC contra a Apple
Começa a se desenhar uma verdadeira guerra dos carregadores no Brasil. De um lado estão as fabricantes de smartphones que optaram por não mais incluir este item fundamental. De outro, os órgãos de defesa do consumidor – mais recente deles foi o Procon de Santa Catarina, nesta semana. No meio desta ingrata disputa ficam os fregueses. Eles estão sem saber como vai ser quando comprarem o próximo celular de ponta.
No artigo de hoje, trago o raio-x do que está acontecendo. Primeiro, vamos a um breve resumo para que você compreenda a situação.
1 de 4 Carregador da Apple — Foto: Thássius Veloso/TechTudoCarregador da Apple — Foto: Thássius Veloso/TechTudo
💥️Em outubro: a Apple anunciou a chegada do iPhone 12 pela primeira vez sem incluir o carregador na caixa – aliás, também sem os fones de ouvido. A empresa alega motivações ambientais. Diz, por exemplo, que a mudança no portfólio do iPhone e do Apple Watch equivale a retirar 500 mil veículos das ruas. Também diz que muitos clientes já têm a peça proveniente de modelos anteriores – seriam fiéis à marca.
💥️Em novembro: o Procon-SP solicitou esclarecimentos à companhia com o objetivo de entender se a modificação prejudica os consumidores. Já naquela época, alertei na CBN que outras companhias do setor cogitam adotar a mesma medida.
💥️Em dezembro: documentos remetidos à Anatel e obtidos pelo indicam que a Samsung pretende seguir o mesmo caminho. A linha do Galaxy S21 não teria mais carregador na caixa. Dias depois, foi a vez do Procon-SC anunciar a notificação endereçada à Apple. O órgão exige que os consumidores sejam informados sobre as alternativas para carregar o novo aparelho adquirido, qual a estimativa de tempo para o carregamento e qual a garantia de cada um dos itens.
2 de 4 Queixa de cliente da Apple enviada ao Procon-SP — Foto: Reprodução/TechTudoQueixa de cliente da Apple enviada ao Procon-SP — Foto: Reprodução/TechTudo
Ainda não se sabe quais serão os próximos passos desta história. De toda forma, parece que as queixas de compradores surtiram efeito e fizeram órgãos setoriais se manifestarem, conforme já comentei por aqui.
Fato é que os futuros usuários de iPhone ou Galaxy de ponta terão de fazer o dever de casa. Precisarão checar se o carregador estará presente.
Será interessante observar o futuro da Samsung. A empresa teve, por anos, a tradição de vender o smartphone em conjunto com outros acessórios durante a fase de encomendas. Adoravam aquela famosa estrutura de promoção do tipo “compre este produto e leve mais aqueles”.
Nos últimos tempos, a gigante sul-coreana migrou para o mecanismo do voucher. Em vendas nos canais oficiais, o cliente recebe um valor para escolher outros itens do chamado “ecossistema Galaxy”. Poderia ser um relógio, um powerbank ou… um carregador e um Galaxy Buds Live (excelente fone de ouvido, diga-se de passagem). Entendeu o pulo do gato?
O próximo Galaxy nem sequer foi anunciado. Teremos de esperar para saber o que os sul-coreanos devem aprontar. Fontes da coluna preveem boas surpresas e uma movimentação para chacoalhar o mercado de telecomunicações.
3 de 4 Galaxy Buds Live poderia ser usado em promoção da Samsung — Foto: Thássius Veloso/TechTudoGalaxy Buds Live poderia ser usado em promoção da Samsung — Foto: Thássius Veloso/TechTudo
Já cubro tecnologia há uma década. Algo me diz que a Samsung prepara uma armadilha para sair bem na fita diante dos rivais da Apple.
Por falar na empresa da maçã, o mais provável é que a Apple vá às últimas consequências: deve judicializar a questão para seguir a diretriz global. Somente a França teve tratamento diferente. Por lá existe uma lei que exige os fones de ouvido. Detalhe: eles são entregues numa caixa à parte, para horror dos ambientalistas.
Saiba o que muda no iPhone 12 tradicional
Alguns leitores me escreveram perguntando se poderiam usar carregadores de outras marcas em seus poderosos iPhones. Havia o receio de que a Apple pudesse cortar a garantia.
Nos últimos dias, porém, chegou a este colunista um importante esclarecimento: a empresa explicou que produtos de terceiros podem ser utilizados desde que sigam os padrões e regulações de segurança. Qualquer peça certificada pela Anatel estaria valendo, caso você não queira pagar quase R$ 200 num da marca.
Ao fim e ao cabo, nos resta aguardar a resolução deste conflito. Até lá, por favor, nada de usar carregador falsificado ou de camelô. Quem recorre a estes modelos está assumindo um sério risco.
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