Facebook isenta celebridades de cumprir regras da rede, diz jornal
O Facebook fornece tratamento especial a usuários influentes e os exime de cumprir regras de conduta. A informação é de reportagem publicada pelo nesta segunda-feira (13). Segundo documentos obtidos pelo jornal, a rede social criou um programa secreto denominado "XCheck", que isenta celebridades, políticos e outras personalidades do cumprimento de algumas – ou, em alguns casos, todas – diretrizes que se aplicam aos demais usuários do Facebook.
1 de 3 Facebook dá permissão a celebridades para quebrar regras da rede, diz jornal; entenda a polêmica — Foto: Ana Letícia Loubak/TechTudo
Facebook dá permissão a celebridades para quebrar regras da rede, diz jornal; entenda a polêmica — Foto: Ana Letícia Loubak/TechTudo
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Os perfis privilegiados não eram informados ou marcados como eleitos do programa XCheck, segundo o , mas eram selecionados a partir de critérios como "popularidade”, “influência” ou “digno de notícia”. Ainda segundo o jornal, diversos funcionários do Facebook foram destacados para o programa, e estes poderiam incluir e excluir perfis livremente da lista.
Os documentos obtidos pelo veículo revelaram que o programa XCheck permitiu, por exemplo, que o jogador Neymar Jr. postasse fotos íntimas da mulher que o acusou de estupro. O conteúdo, em vez de ter sido removido imediatamente, permaneceu no ar por mais de um dia, contrariando as diretrizes da comunidade do Facebook. A postagem teria sido visualizada 56 milhões de vezes, conforme afirma o , até ser excluída.
A investigação do jornal aponta ainda outras celebridades que receberam tratamento especial. Entre elas estão o ex-presidente norteamericano Donald Trump, atualmente banido da rede, e o próprio criador do Facebook, Mark Zuckerberg.
2 de 3 Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, seria um dos integrantes do programa secreto XCheck — Foto: Divulgação/FacebookMark Zuckerberg, CEO do Facebook, seria um dos integrantes do programa secreto XCheck — Foto: Divulgação/Facebook
Uma revisão interna das práticas do Facebook, feita em 2023, reconheceu que a lista de permissões “representa vários riscos legais, de conformidade e de legitimidade para a empresa e prejudica nossa comunidade”, e que a prática de favoritismo não é "publicamente defensável".
“Não estamos realmente fazendo o que dizemos que fazemos publicamente”, informa a análise confidencial, segundo o . "Ao contrário do resto da nossa comunidade, essas pessoas podem violar nossos padrões sem quaisquer consequências."
O que diz o Facebook
Em resposta ao , um porta-voz do Facebook disse que as críticas ao uso do XCheck são "justas", mas explicou que o sistema foi criado para lidar com conteúdos que podem exigir "mais compreensão".
"Muitos desses documentos internos são informações desatualizadas e foram utilizados para criar uma narrativa que encobre o ponto mais importante: o Facebook identificou problemas com a verificação cruzada e tem trabalhado para resolvê-los. Fizemos investimentos, construímos uma equipe dedicada e estamos redesenhando a verificação cruzada para melhorar a forma como o sistema opera", afirmou o porta-voz do Facebook.
3 de 3 Andy Stone, representante de comunicação do Facebook, saiu em defesa da rede social no Twitter — Foto: Reprodução/TwitterAndy Stone, representante de comunicação do Facebook, saiu em defesa da rede social no Twitter — Foto: Reprodução/Twitter
Após a publicação da reportagem, Andy Stone, gerente de política de comunicações no Facebook, saiu em defesa da rede em uma série de posts no Twitter. Endossando o posicionamento da empresa, ele disse que a verificação cruzada funciona como uma segunda camada de revisão para garantir que as políticas são aplicadas corretamente, e que o programa é uma "tentativa de proteção contra erros".
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