1899: veja explicação para o final e os maiores plot twists da série
Após sua estreia no último dia 17 de novembro na Netflix, a série 1899 mobilizou a atenção do público para entender e divulgar suas próprias teorias a respeito do enredo enigmático. O show é uma criação da dupla alemã Jantje Friese e Baran bo Odar, ambos responsáveis por Dark (2017 - 2023), outra produção repleta de mistérios. No novo título da Netflix, um grupo de imigrantes do século 19 embarca em um navio em direção aos Estados Unidos, mas no meio do caminho eles encontram um navio misterioso que muda por completo o destino de suas vidas.
Além da ótima receptividade do público, 1899 também conseguiu boas avaliações entre a imprensa especializada, conforme registrado em agregadores de resenhas como IMDb, Metacritic e Rotten Tomatoes. O fim da primeira temporada deixou entre os fãs enigmas a serem solucionados e passagens com diversas interpretações. Para você que quer teorizar o quebra-cabeça proposto pela trama, confira a seguir explicações com spoilers sobre os pontos altos de 1899.
🎬 1899: veja estreia e trailer da série dos criadores de Dark na Netflix
2 de 8 Elenco de 1899, produção de época dos mesmos criadores de Dark — Foto: Reprodução/JustWatchElenco de 1899, produção de época dos mesmos criadores de Dark — Foto: Reprodução/JustWatch
📝 Filmes em 4K: como manter a resolução transmitindo do notebook para a TV? Tire dúvidas no Fórum do TechTudo
Enredo de 1899
Precisamente no ano que dá título à obra, um grupo de imigrantes vindos de diversas partes da Europa parte rumo aos Estados Unidos em busca de uma nova vida. A bordo do navio Kerberos, cada um dos passageiros tem dramas e vivências próprias, que são abordadas no decorrer da trama. Durante o trajeto, o capitão Eyk Larsen (Andreas Pietschmann) é avisado sobre um sinal estranho emitido por um navio solitário no meio do oceano. A embarcação, cujo nome é Prometeus, estava desaparecida há meses e esconde segredos que irão mudar os rumos dos navegantes de Kerberos.
No primeiro episódio, somos apresentados aos seguintes personagens: a médica britânica Maura Franklin (Emily Beecham), o passageiro misterioso Daniel Solace (Aneurin Barnard), o magnata espanhol Ángel (Miguel Bernardeau), o falso padre português Ramiro (José Pimentão), as honconguesas Ling Yi (Isabella Wei) e Yuk Je (Gabby Wong), a socialite britânica Virginia Wilson (Rosalie Craig), o ex-tenente francês Lucien (Jonas Bloquet), o fogueiro polonês Olek (Maciej Musiał), a grávida dinamarquesa Tove (Clara Rosager), entre outros passageiros.
3 de 8 Passageiros reunidos em um evento do navio Kerberos — Foto: Reprodução/IMDbPassageiros reunidos em um evento do navio Kerberos — Foto: Reprodução/IMDb
Repercussão da crítica
Com notas acima da média, a produção conquistou a simpatia por parte da crítica, que fez elogios ao enredo intricado e cheio de simbologias elaborado por Jantje Friese e Baran bo Odar. No IMDb, 1899 tem nota de 7,9 em votação de 25 mil usuários, onde a obra conseguiu o segundo lugar no ranking de popularidade do portal. Já no Metacritic, o metascore da série é de 66, com 12 resenhas favoráveis da crítica - entre os usuários do site, a nota foi 7.3. Para finalizar, no site Rotten Tomatoes foram catalogados 24 reviews, que deram a série uma porcentagem positiva de 79% entre os críticos, sendo 78% no critério do público. Veja, a seguir, as explicações para cenas e final da série.
Quem criou as simulações do navio Prometheus?
Inicialmente mostrado como o dono dos navios Kerberos e Prometheus, o empresário Henry Singleton é apontado como "O Criador" das simulações virtuais vividas pelos personagens. No entanto, é descoberto posteriormente que a representação foi criada na verdade por Maura, junto com seu marido Daniel Solace, como forma de superar a perda de seu filho. Ao descobrir a verdade pelo pai da neurocientista, o garoto Elliot (Fflyn Edwards) revive a memória traumática de Maura, graças a uma outra simulação onde é possível navegar pelas lembranças dos demais passageiros. Posteriormente, no sétimo capitulo, descobrimos que Elliot é filho de Maura e Daniel.
4 de 8 A personagem Maura Franklin (Emily Beecham), uma cientista que lida com a perda do filho com uma simulação virtual — Foto: Reprodução/IMDbA personagem Maura Franklin (Emily Beecham), uma cientista que lida com a perda do filho com uma simulação virtual — Foto: Reprodução/IMDb
O final explicado
Na simulação criada por Maura, os passageiros do Kerberos estão presos em um cotidiano revivido em loop onde todo o trajeto do navio é reiniciado quando a embarcação afunda. Em um plot twist do roteiro, no episódio final, descobrimos que os tripulantes na verdade estão vivos em 2099, em uma imersão suspensa na nave espacial Prometheus, de rota desconhecida na primeira temporada. Quando algum dos navegantes morre na simulação, eles retornam ao projeto novamente, uma vez que todas as suas memórias na viagem ainda continuam vivas no computador da nave.
Em mais uma reviravolta do roteiro, reservada nos momentos finais do oitavo episódio, descobrimos que a cientista também está incluída em uma simulação, mas desta vez idealizada pelo seu irmão Cirian, de paradeiro desconhecido. Quando acorda da representação, ela está na nave espacial e vê a seguinte mensagem na tela do computador: "que seu café faça efeito antes que a realidade o faça." Na segunda temporada, devemos ver a face de Cirian, como ele tomou o controle da simulação da irmã e se ela está presa ou não em mais uma realidade alternativa.
5 de 8 Nave Prometheus, onde as simulações programadas por Maura ocorrem — Foto: Reprodução/InverseNave Prometheus, onde as simulações programadas por Maura ocorrem — Foto: Reprodução/Inverse
Os outros passageiros conseguem escapar do navio/simulação no episódio final?
No sétimo episódio, Maura é confrontada a respeito da realidade alternativa na navegação pelos seis personagens restantes da Kerberos: Eyk, Jérome (Yann Gael), Clémence (Mathilde Ollivier), Ramiro, Tove, Li Ying e Wilson (Rosalie Craig). Depois de explicar que toda a vivência dos tripulantes não passa de uma simulação criada por ela e o marido Daniel para reviver a memória do filho Elliot, os demais integrantes custam a acreditar nas palavras da cientista. Como prova, Maura questiona sobre qualquer lembrança que eles tiveram antes de embarcar no navio, algo que a tripulação não consegue responder.
Depois de um ciclo de tragédias que ocorrem entre os navegantes, todos os sete personagens retornam à embarcação, mas desta vez com cartas de Maura reafirmando o que foi dito antes do colapso da simulação. Os demais não acreditam em sua palavra, com exceção de Eyk, que encontra com a cientista e juntos revivem suas memórias no portal localizado no quarto de Daniel. Já que a simulação não mata definitivamente as pessoas que participam dela, é provável que os demais personagens retornem na segunda temporada.
6 de 8 No decorrer da trama, os personagens entram em conflito por não saber explicar os mistérios que rondam os dois navios — Foto: Reprodução/IMDbNo decorrer da trama, os personagens entram em conflito por não saber explicar os mistérios que rondam os dois navios — Foto: Reprodução/IMDb
De onde vem os nomes Kerberos e Prometheus citados na série?
As primeiras referências metalinguísticas presentes em 1899 são os nomes dos navios. Kerberos é o nome grego para Cérbero, o cão de guarda do deus Hades na mitologia grega. De acordo com o mito, o animal possui três cabeças e protege os portões do mundo dos mortos, onde Hades é soberano. Já Prometheus vem da lenda grega do titã que ousou roubar o fogo dos deus. Castigado impiedosamente por Zeus, Prometeu é condenado ao acorrentamento eterno no Monte Cáucaso, onde um pássaro enorme periodicamente mastiga seu fígado por toda a eternidade.
Outra referência à Grécia Antiga é a Alegoria da Caverna, descrito pelo ateniense Platão no livro A República. Para ilustrar seu ponto sobre a distância do indivíduo para o conhecimento, o filósofo imagina uma caverna onde três homens acorrentados têm apenas como referência da verdade sombras de pessoas que passam por detrás deles. Quando um dos acorrentados se solta e passa a enxergar o mundo como ele é, tenta alertar aos outros sobre as representações falsas da sombras. Tal conceito já foi explorado nos filmes Matrix (1999) e O Show de Truman (1998).
Tal pensamento filosófico faz parte da fixação da personagem Maura em criar simulações da realidade, conforme é lembrado pelo personagem Henry Singleton (Anton Lesser), o pai dela. Neste caso, o navio Prometheus faz parte da simulação criada pela neurocientista em uma nave espacial de mesmo nome, onde o Kerberos é apenas uma parte da interação dessa representação e todos os passageiros tiveram suas memórias alteradas como forma de integrar o projeto idealizado por ela.
O que representam os triângulos e besouros verdes na obra?
A pirâmide de Elliot e a chave de Maura são instrumentos responsáveis por dar fim à simulação dentro do Prometheus. No caso de Maura, a personagem não tinha lembranças de sua vida pré-embarque no Prometheus, sendo necessário a intervenção do pai Henry para que ela lembrasse do código necessário para interromper a simulação. Uma das recordações de Maura, usada no contexto da experiência foi o besouro verde, traz códigos que servem não só para encerrar uma simulação, como também para abrir portas para outras memórias simuladas.
Tal denominação veio de uma lembrança de Maura com o filho Elliot, onde a criança pega um besouro verde e tenta guardá-lo dentro de uma jarra. Alertado pela mãe que afirma que "devemos libertar aquilo que amamos", Elliot e seu pai Daniel usam os "besouros" como portas de entrada para diversas outras áreas da realidade alternativa criada por Maura. Já o triângulo invertido, presente em diversas partes da simulação (desde o kimono de Ying Li até tatuado por trás da cabeça de Elliot) é um sinal subliminar para indicar a condição irreal da simulação.
7 de 8 Uma das chaves para alternar as simulações, a pirâmide está na posse de Elliot, filho de Maura e Daniel — Foto: Reprodução/ScreenrantUma das chaves para alternar as simulações, a pirâmide está na posse de Elliot, filho de Maura e Daniel — Foto: Reprodução/Screenrant
O vírus da simulação e as seringas de cor preta e branca de Henry
Em um dado momento da viagem, rochas de cor negra crescem dentro do navio. Sem saber do que se trata, a personagem Virginia Wilson (Rosalie Craig) toca no objeto e tem o corpo possuído por uma massa preta, algo que na verdade é o "vírus da simulação". É dessa forma que Daniel evita que os passageiros reiniciem suas vivências dentro do navio, o que não é bem visto por Henry, que desaconselha os outros tripulantes a pegarem nas rochas.
Falando no pai da cientista Maura, ele possui duas seringas com finalidades distintas para direcionar a realidade virtual da filha. Na seringa branca, ele restaura suas memórias e controla o entendimento da cientista sobre a simulação. Na preta, Henry reseta as memórias de Maura e a manda para uma nova vivência artificial. Com poucas informações sobre os bloqueios mentais da protagonista, espera-se que suas lembranças esquecidas possam ser mais exploradas na temporada seguinte.
8 de 8 As seringas de Henry são os objetos usados pelo personagem para moldar a simulação vivida pela filha, Maura — Foto: Reprodução/ScreenrantAs seringas de Henry são os objetos usados pelo personagem para moldar a simulação vivida pela filha, Maura — Foto: Reprodução/Screenrant
Confira o trailer de 1899
O que você está lendo é [1899: veja explicação para o final e os maiores plot twists da série].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.
Wonderful comments