Entenda a tecnologia de impedimento semiautomático da Copa do Mundo

A tecnologia de impedimento semiautomático é um novo sistema adotada pela FIFA na Copa do Mundo de 2022 que permite analisar lances polêmicos em poucos segundos. As imagens são captadas por câmeras espalhadas pelo estádio e analisadas por um software de inteligência artificial, que automaticamente traça as linhas de impedimento e avisa quando há alguma infração.

Foi graças a esta tecnologia que o gol de Vinícius Jr. foi corretamente anulado na partida contra a Suíça, já que Richarlison estava impedido quando recebeu a bola que deu início à jogada do gol. Dentro de campo, o bandeirinha não viu a irregularidade e confirmou o gol. No entanto, o lance foi revisto pelo VAR, que deu o impedimento.

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Tecnologia de impedimento usa inteligência artificial para analisar lances irregulares — Foto: Divulgação/FIFA 1 de 4 Tecnologia de impedimento usa inteligência artificial para analisar lances irregulares — Foto: Divulgação/FIFA

Tecnologia de impedimento usa inteligência artificial para analisar lances irregulares — Foto: Divulgação/FIFA

Outros casos também chamaram atenção ao longo do Mundial no Catar. Um deles foi na partida entre Camarões e Sérvia, em que o segundo gol camaronês chegou a ser anulado pelo bandeirinha por impedimento. Porém, após revisão, foi constatado que o zagueiro sérvio dava condição de jogo por questão de centímetros e o gol foi validado.

A seguir, entenda melhor como funciona a nova tecnologia de impedimento semiautomático da Copa de 2022.

O que é o impedimento no futebol?

O impedimento é uma das regras mais polêmicas do futebol, mas que tem sua razão de existir. Sem ela, o jogo seria baseado em chutões para frente, já que os atacantes poderiam ficar esperando a bola na área adversária, o que deixaria as disputas monótonas e injustas. A regra foi criada em 1866, ainda nos primeiros anos de criação do futebol, e desde então foi sendo aprimorada até chegar ao modelo adotado nos dias de hoje.

Segundo as leis que guiam o futebol, a posição de impedimento vale no momento em que a bola é tocada para frente. Para estar em condição ilegal, o jogador que a recebe precisa atender a todos os seguintes critérios:

    2 de 4 Nova tecnologia consegue captar o posicionamento do corpo do jogador e a trajetória da bola — Foto: Divulgação/FIFA

    Nova tecnologia consegue captar o posicionamento do corpo do jogador e a trajetória da bola — Foto: Divulgação/FIFA

    Em julho de 2022, a FIFA anunciou que iria adotar a tecnologia de impedimento semiautomático na Copa do Mundo no Catar. Essa tecnologia utiliza 12 câmeras espalhadas ao longo do estádio para formar uma imagem precisa dos jogadores dentro de campo. Os aparelhos conseguem coletar 29 pontos do corpo dos atletas, incluindo de suas extremidades, para ajudar na marcação do impedimento. Fora isso, a bola conta com um sensor que envia dados até 500 vezes por segundo ao computador central.

    Tanto as imagens dos jogadores quanto os dados do sensor da bola são então analisados por um software de inteligência artificial que, em questão de segundos, consegue traçar uma linha para identificar uma posição irregular. Quando isso acontece, um aviso é exibido aos árbitros de vídeo, que checam manualmente a imagem antes de o árbitro de campo ser informado. Confirmada a infração, uma imagem em 3D do lance é gerada e divulgada no telão do estádio e na transmissão oficial da partida.

    Sensor de movimento está localizado dentro da bola oficial da Adidas usada nos jogos da Copa do Mundo 2022 — Foto: Divulgação/Adidas 3 de 4 Sensor de movimento está localizado dentro da bola oficial da Adidas usada nos jogos da Copa do Mundo 2022 — Foto: Divulgação/Adidas

    Sensor de movimento está localizado dentro da bola oficial da Adidas usada nos jogos da Copa do Mundo 2022 — Foto: Divulgação/Adidas

    Segundo a FIFA, a nova tecnologia foi testada ao longo de três anos em diversas competições oficiais, como a Copa das Nações Árabes de 2023 e o Mundial de Clubes de 2023. O desenvolvimento do sistema ainda contou com ajuda de universidades renomadas, como o MIT, dos Estados Unidos, a Universidade Victoria, da Austrália e o ETH, na Suíça.

    Qual é a diferença para o VAR?

    Imagens geradas pela tecnologia de impedimento semiautomático precisam ser checadas pela equipe do VAR — Foto: Divulgação/FIFA 4 de 4 Imagens geradas pela tecnologia de impedimento semiautomático precisam ser checadas pela equipe do VAR — Foto: Divulgação/FIFA

    Imagens geradas pela tecnologia de impedimento semiautomático precisam ser checadas pela equipe do VAR — Foto: Divulgação/FIFA

    O VAR (sigla em inglês para árbitro assistente de vídeo) é um sistema que auxilia o árbitro de campo a tomar decisões importantes ao longo da partida. A tecnologia é utilizada apenas em situações que envolvam gols, possíveis pênaltis, possíveis cartões vermelhos e erros de identificação de jogador.

    O VAR funciona por meio de 42 câmeras espalhadas pelo estádio, sendo oito delas em e quatro em , que captam todos os detalhes da partida. Essas imagens são enviadas via internet para uma sala em que ficam os árbitros de vídeo, que analisam os lances e comunicam o árbitro de campo quando virem alguma irregularidade. Em casos mais polêmicos, o juiz pode assistir ao vídeo por meio de uma tela que fica à beira do gramado e, só depois disso, tomar uma decisão.

    Assim como a tecnologia de impedimento semiautomático utilizada na Copa de 2022, o VAR também consegue analisar situações de impedimento. Porém, normalmente um lance chega a demorar até 70 segundos para ser checado, já que as linhas precisam ser traçadas manualmente. Com o novo sistema semiautomático, a checagem não costuma levar mais que alguns segundos.

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