Quasar Cia de Dança celebra 35 anos com apresentações em Goiás
Reconhecida por sua linguagem singular, desenvolvida ao longo de mais de três décadas, a goiana Quasar Cia de Dança, uma das principais companhias de dança do Brasil, está comemorando seus 35 anos de existência com a estreia do espetáculo ‘Menos da Metade’. Com uma pré-estreia marcada para a Cidade de Goiás, no dia 16 de dezembro, no Teatro São Joaquim, a obra terá sua premiére em Goiânia nos dias 19, 20 e 21, no Teatro Madre Esperança Garrido. Já em janeiro a cidade de Quirinópolis/GO também será contemplada, no dia 7, no Teatro Municipal Teotônio Vilela.
A Quasar Cia de Dança acredita que a arte pode ser uma poderosa ferramenta de transformação e conscientização. Por isso, através do espetáculo, eles buscam despertar a consciência do público e incentivar ações em prol da preservação do Cerrado. A destruição se transforma em esperança e a indiferença se converte em ação.
Ao assistir a essa obra, o espectador será convidado a refletir sobre a necessidade de preservar esse bioma tão ameaçado, entendendo que a destruição do Cerrado não é apenas uma perda para a biodiversidade, mas também para o equilíbrio climático global. O grupo nos lembra que a preservação do Cerrado é uma responsabilidade de todos nós, e que é possível construir um futuro onde esse bioma floresça e encante as gerações futuras. É hora de agir e proteger esse patrimônio natural tão valioso.
💥️Ineditismo temático e engajamento ambiental
Neste momento especial, o coreógrafo Henrique Rodovalho decidiu fazer uma pausa em suas temáticas habituais para abordar um assunto urgente e relevante para toda a sociedade. Com o espetáculo ‘Menos da Metade’, a Quasar trata sobre a destruição do bioma Cerrado, um tema que reflete a urgência da sobrevivência e a importância da preservação ambiental.
O diretor artístico traz algo completamente diferente de tudo que já fez até agora. Através da dança, ele convida o público a refletir sobre a relação entre a humanidade e o meio ambiente, mostrando como a destruição do Cerrado afeta diretamente nossa existência e a sobrevivência de um ecossistema devastado. Segundo Rodovalho, menos da metade é a quantia que ainda resta da flora característica de nosso estado.
No palco, os bailarinos da Quasar se transformam em um elo entre a audiência e a natureza do Cerrado, tecendo uma narrativa que busca envolver e fazer sentir a grandiosidade e a fragilidade desse bioma. Através de movimentos e expressões corporais, eles evocam a beleza, a contorção, as temperaturas, as texturas e as fragrâncias desse ambiente tão rico e ameaçado.
Sobre sua nova obra, o coreógrafo ainda diz: “Eu tenho pensado nesse trabalho há bastante tempo e cada vez mais percebo a necessidade dele. Esse ano estamos vivendo temperaturas fora do comum em todo o Brasil, com secas devastadoras em alguns lugares e chuvas destruidoras em outros. Até mesmo para quem é produtor rural, essas condições são prejudiciais. E Goiás é o estado que mais tem terras produzindo soja ou criando bovinos. Uma coisa que tenho pensado é na real necessidade de se desmatar mais terras, para garantir novas safras e rebanhos. Precisamos, sim, de reflorestar as áreas de conservação já degradadas, com consciência de que nosso futuro e de nossos descendentes depende disso. A ideia desse espetáculo da Quasar é levantar essas questões, mesmo que cause incômodo em quem não pensa dessa maneira. Debater isso, a partir de um estado que desmata e que está perdendo seus biomas é nossa obrigação.”
💥️Espetáculo sensorial
Além da dança, o espetáculo conta com uma produção impecável. A iluminação, assinada por Henrique Rodovalho, expressa as fases pelas quais o Cerrado se transforma ao longo das estações e intempéries naturais ou provocadas pelo homem. O figurino, criado por Cássio Brasil, o cenário idealizado por Marcus Camargo, e os aromas de Leonora Rocha Lima, complementam a experiência visual e sensorial do espetáculo.
A trilha sonora de Luiz Fernando Clímaco e Henrique Reis inclui canções que remetem à composições consagradas de músicos goianos, além das sonoridades características do Cerrado e ritmos percussivos, que tanto impactam quanto emocionam. O elenco é formado por bailarinos goianos, que também se destacam em seus trabalhos de interpretação, sendo eles e elas: Alice Campelo, Felipe Silva, Gleysson Moreira, Gustavo Silvestre, Luiza Scalabrini, Marcella Landeiro, Murilo Heindrich, Thaís Kuwae, Tiago Ferreira e Wanessa Paula.
O Cerrado brasileiro, a precariedade de sua preservação e o aumento da temperatura global. O Cerrado, segundo maior bioma brasileiro, é um tesouro natural que abriga uma rica biodiversidade e é fundamental para a manutenção do equilíbrio ambiental. No entanto, infelizmente, esse ecossistema está sendo devastado a uma velocidade alarmante. A destruição do Cerrado não apenas causa a perda de espécies únicas e ameaçadas de extinção, mas também contribui para a elevação da temperatura mundial.
Isso ocorre porque o bioma atua como um regulador climático, absorvendo grandes quantidades de dióxido de carbono e liberando oxigênio. Com a expansão da agropecuária, a urbanização desenfreada e a exploração descontrolada dos recursos naturais, o Cerrado está sendo transformado em áreas de cultivo, pastagens e empreendimentos imobiliários.
Essas atividades têm causado desmatamento, erosão do solo, perda de nascentes e contaminação dos rios, comprometendo a sobrevivência não apenas da fauna e flora, mas também das comunidades tradicionais que dependem desses recursos.
É urgente que a sociedade se conscientize sobre a importância de preservar o Cerrado e tome medidas para sua conservação. A Quasar Cia de Dança, em seu novo espetáculo ‘Menos da Metade’, busca sensibilizar o público para essa tragédia ambiental, utilizando a arte como uma poderosa ferramenta de transformação e despertar de consciências.
Em Goiânia, os ingressos podem ser adquiridos pelo site. Na Capital, a sessão do dia 21, contará com audiodescrição, para pessoas cegas ou com baixa visão.
Serviço
💥️Espetáculo ‘Menos da Metade’
Quando: 16, 19, 20, 21 de dezembro e 7 de janeiro
Onde: R. Moretti Foggia & Goiás; Av. Contorno, Nº 241, St. Central & Goiânia e R. José Melgaço da Fonseca, Nº 293-363, Centro – Quirinópolis
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