Semana Estadual da Cultura Hip Hop vai percorrer 7 cidades de Goiás

Imagem Ilustrando a Notícia: Semana Estadual da Cultura Hip Hop vai percorrer 7 cidades de GoiásNo ano em que o Hip Hop comemora 50 anos, a Semana Estadual da Cultura Hip Hop em Goiás vai acontecer pela primeira vez em outras cidades do interior do Estado, além da capital | Foto: Divulgação

Neste ano, o Hip Hop alcança um marco significativo: 50 anos de transformação cultural, resistência e expressão artística. E em uma iniciativa inédita, a Semana Estadual da Cultura Hip Hop expande-se para diversas cidades do interior de Goiás, desde 3 até 10 de dezembro. O movimento cultural, pela primeira vez, percorrerá Anápolis, Cidade Ocidental, Itapuranga, Cidade de Goiás, Rio Verde, Aparecida de Goiânia e Goiânia, levando apresentações artísticas e culturais que realçam os elementos centrais do Hip Hop: Rap, DJ’s, Batalha de Rimas, arte em Grafitti e Batalha da dança Breaking.

A programação desta itinerância cultural, gratuita e aberta à comunidade em geral, inclui 164 grupos, duplas e artistas solos residentes em Goiás. Nomes de destaque como Renedy, Sara Linhares, Conexão Suburbana, Wu-Tang Thug, Saggaz, Guimas e Anny Di representam a vibrante cena de Goiânia e Aparecida. Além disso, o evento contará com a participação de DJs renomados como Dj Bengala de Rio Verde, Dj Mano Mix do entorno do Distrito Federal e Jane Rapper, uma das fundadoras do grupo Atitude Feminina. As atividades englobam discotecagens, batalhas e exposições de grafite ao vivo, agregando uma diversidade de expressões artísticas e talentos.

O ponto culminante do evento será em Goiânia, no dia 10 de dezembro, com um encontro estadual da cultura Hip Hop. Este encontro reunirá colecionadores de vinil, performances de discotecagem, rodas de conversa e encontros de b.boys e b.girls, proporcionando um espaço para compartilhar conhecimentos, experiências e celebrar a rica herança cultural do movimento.

Citando detalhes da cultura Hip Hop, os termos culturais também fazem a diferença , como é o caso do ‘b-boy’ e ‘b-girl’, que são utilizados para descrever dançarinos que fazem parte da cultura Hip Hop, especificamente ligados à expressão do movimento através da dança. Estes termos estão intrinsecamente ligados à essência cultural da dança e à conexão que os dançarinos têm com a cultura Hip Hop, remetendo à sua identidade e prática na comunidade. Além disso, é relevante ressaltar que esses nomes surgiram muito antes das competições organizadas, o que evidencia que a participação em batalhas não é uma condição essencial para ser reconhecido como um B-Boy ou B-Girl. Embora as ‘batalhas’ sejam uma parte significativa da dança, as competições em si não são o único critério para definir alguém como dançarino dentro dessa cultura. O termo B-Boy e B-Girl está mais associado à ligação profunda com a dança e ao estilo de vida que permeia a cultura Hip Hop.

A celebração do 50º aniversário do Hip Hop busca não apenas ser um marco de comemoração da data, mas também um reflexo da resiliência e vitalidade deste movimento cultural. O evento, abrangendo diferentes cidades do interior de Goiás, busca agora proporcionar acesso à cultura e arte, incentivar talentos locais e promover a troca de experiências e valores, destacando o Hip Hop como um movimento de união, resistência e transformação social em todo o estado

O Hip Hop, mais do que um movimento cultural, representa um estilo de vida e voz de resistência. Desde sua origem, há 50 anos, tornou-se um símbolo global de luta contra a violência, especialmente nas periferias, e contra as injustiças sociais. Idealizada pelo rapper goiano CDJOTA, a Semana Estadual da Cultura Hip Hop de Goiás foi promulgada pela Lei Estadual nº 20.500, integrando o Calendário Oficial do Estado.  O evento é comemorado anualmente na primeira semana de dezembro e tem Goiás como o único Estado do Centro-Oeste Brasileiro que detém uma lei estadual que  formaliza sua Semana do Hip Hop. Para os organizadores, o projeto visa potencializar o apoio do Poder Público para a Cultura Urbana do Hip Hop, que mobiliza especialmente, adolescentes e jovens em situações de vulnerabilidade.

“Através do acesso à arte e à cultura, a juventude busca se expressar e vencer a exclusão aos quais estão submetidos. Além disso, o evento revela novos talentos e proporciona oportunidade para descobrirem os valores sociais e culturais, aproximando as classes, debatendo e trocando ideias com formadores de opiniões e quebrando os preconceitos que ainda existem na sociedade”, ressalta o rapper e idealizador CDJ.

💥️Hip Hop em Goiás é um movimento de transformação social

Voltando para o início do movimento Hip Hop em Goiás, suas primeiras manifestações aconteceram na capital do estado, em 1984, em um contexto de redemocratização do Brasil. Pioneiros como o ‘Kaes de Rua’ contribuíram significativamente para a disseminação dessa cultura na capital. Nos início de tudo para os goianos, espaços como a Feira Hippie e o Balneário eram pontos fundamentais, servindo de palco para os treinos de b.boys e como locais de encontro e intercâmbio cultural entre os integrantes da comunidade Hip Hop. Esses locais tornaram-se verdadeiros centros de desenvolvimento artístico e cultural, impulsionando não apenas a prática das danças e performances, mas também incentivando a criação de um senso de comunidade e pertencimento entre os participantes.

A história do Hip Hop goiano entrelaça-se ao movimento nacional, influenciando e sendo influenciada pela cultura e história do país. Consolidando-se como expressão cultural ativa e resistente nas periferias brasileiras, o Hip Hop se mantém como uma poderosa ferramenta de transformação social e expressão identitária para os jovens de todo o Brasil.

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