Diversidades do Brasil: SP Arte - Rotas Brasileiras ocorre em São Paulo até 3 de setembro
São Paulo, lugar onde a arte desempenha um papel vital no cotidiano urbano, local que recebe pelo segundo ano consecutivo com uma seleção de artistas renomados e estreantes pintando um panorama da arte contemporânea no Brasil. Trata-se da SP Arte & Rotas Brasileiras, com sede na ARCA (Vila Leopoldina). Ao todo são 70 expositores apresentando projetos curados especialmente para a ocasião.
Imerso nesse universo vibrante, atraente e criativo, o grupo O Hoje esteve presente na feira e pôde contemplar de perto a prática cultural contemporânea. “Rotas Brasileiras é sobre reimaginar as fronteiras entre o erudito e o popular, o centro e a periferia, o comercial e o institucional. Ao trazer, possivelmente, mais perguntas do que respostas, a feira se propõe a expandir perspectivas, ampliar narrativas e romper estereótipos. É um evento onde queremos que as pessoas se identifiquem com as raízes nacionais e que, ao mesmo tempo, traz dinamismo e oxigenação ao mercado”, afirma a diretora Fernanda Feitosa.
A feira oferece conversas com artistas, visitas guiadas e audioguias temáticos produzidos por curadores convidados, que estarão disponíveis no Spotify. Neste ano, os roteiros serão narrados por Ariana Nuala, Henrique Menezes e Ludimilla Fonseca, que também promoverão as visitas guiadas. Neste sábado (2), e no domingo (3), o evento oferece visitas às 13h, 15h e 17h, para grupos de até doze pessoas, com inscrição na própria feira, com uma hora de antecedência.
A lista de participantes é composta por galerias já estabelecidas, como Almeida & Dale, Fortes D’Aloia & Gabriel, Gomide&Co, Millan e Vermelho, galerias mais jovens como Central, HOA, Jaqueline Martins, VERVE e Sé, assim como aquelas localizadas fora do eixo RJ-SP, como Cerrado (Goiânia), Lima (São Luís do Maranhão), Marco Zero (Recife), Mitre (Belo Horizonte) e Paulo Darzé (Salvador).
A galeria Choque Cultural convidou o artista Alê Jordão e o botânico, paisagista e ativista ambiental Ricardo Cardim para criarem uma instalação. O resultado da parceria é a obra Terra e Luz que tem como pano de fundo uma imensa foto do Rio Pinheiros há 120 anos, quando a paisagem ainda lembrava uma visão do Pantanal. A ideia é justamente mostrar como o rio foi invadido e domado pela cidade, seu curso corrigido e imensas quantidades de areia branca retiradas para a construção da cidade.
Em entrevista, Alê conta sobre o processo criativo de suas obras, nas quais ele dá uma nova vida para a urbanização. “Eu pego carros abandonados que estão largados na cidade e os transformo em arte. Então o cubo é um fusca comprensado, ele virou um cubo de 800 quilo.Peguei peças do carro abandonado que já não funcionava mais e traduzi-las em obra de arte, uma peça única que dá uma outra utilidade”, descreve.
Na Millan, a curadoria parte do histórico tema da paisagem para apresentar produções artísticas que lançam luz sobre a mudança climática e a preservação ambiental. Com obras de José Bento, Daiara Tukano e Henrique Oliveira, o conjunto promove o encontro entre artistas de diferentes regiões do Brasil. São artistas cujas técnicas e visões de mundo alargam os conceitos tradicionais da arte e dialogam com nomes como Tunga, Nelson Felix e Miguel Rio Branco, que marcaram a arte brasileira.
💥️Pioneiro do Samba
A galeria Almeida & Dale apresenta na feira uma seleção de obras de Heitor dos Prazeres. Natural do Rio de Janeiro, o artista é um nome incontornável na cultura brasileira do século 20. Dedicou-se à carreira de cantor, compositor e pintor e exerceu um importante papel na formação das primeiras escolas de samba do Brasil. Seu interesse pelo cotidiano e costumes do país são expressos em suas pinturas, nas quais retratou o frevo, o samba, o carnaval e a vida nos subúrbios da cidade.
Em suas pinturas gostava de retratar a vida nas favelas cariocas: Crianças brincando de soltar balão e pipas, pular corda e jogar argolas, homens jogando sinuca e baralho, jovens em festas juninas e rodas de samba eram muito comuns em seus quadros. Uma das características mais marcantes em seus trabalhos são os rostos das pessoas sempre pintados lateralmente e com a cabeça e o olhar para o alto. A origem de garoto pobre da Praça Onze fez de Heitor dos Prazeres um artista sensível à vida e à cultura das favelas cariocas.
SERVIÇO
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