Cenapop · Ana Hikari lembra racismo no início da carreira: “Diziam que eu era exótica”

Ana Hikari contou que sofreu racismo no início da carreira - Foto: Reprodução/ @_anahikari e @rodrifdias

Ana Hikari contou que sofreu racismo no início da carreira - Foto: Reprodução/ @_anahikari e @rodrifdias

Redação Publicado em 21/07/2023, às 06h25

A atriz 💥️Ana Hikari, de 28 anos, que interpretou 💥️Tina em ✅Malhação: Viva a Diferença (2017), contou que costumava sofrer racismo no início de sua carreira por conta de sua aparência.

Em entrevista à Marie Claire, a artista falou sobre beleza e disse que costumava ouvir de maquiadores que ela “tinha uma beleza exótica” e que só foi entender que estava sofrendo preconceito anos depois.

“Existe um mito de que fazer beleza em pessoas de ascendência asiática é muito difícil. Escutei isso durante a minha vida toda. [...] eu trabalhava muito com publicidade quando era adolescente e sempre que eu chegava para me maquiar, ouvia os maquiadores dizendo: ‘Vocês têm uma beleza muito exótica, é difícil de maquiar’. Então, fui absorvendo essa ideia de que a minha beleza era muito difícil de ser tratada, de ser cuidada, de ser aprendida. Por isso, demorei muito para aprender a me maquiar. Hoje, sei que eram falas racistas”, revelou.

Ana acrescentou: “É um pensamento racista, basicamente. Já que a grande realidade é que não existe um rosto único de pessoas asiáticas e nem de pessoas de ascendência asiática”, continuou.

Para exemplificar, a atriz comparou seu rosto com o rosto de Sabrina Sato:

“É só pegar uma foto minha e colocar ao lado de uma da Sabrina Sato. Não temos traços parecidos. O formato do meu olho é muito diferente do dela, o meu nariz, a minha boca. Nossa única semelhança é o fenótipo. As pessoas acharem que existe um padrão entre nós é um pensamento muito retrógrado e limitado”, opinou.

“Infelizmente, o profissional que fala que um rosto é mais difícil de maquiar do que outro, é um profissional medíocre. Não existe outra palavra para dizer, porque é uma pessoa que não estuda, não pesquisa e está fechado com uma lógica racista de beleza. Não é assim que funciona a maquiagem e eu só fui descobrir que esse pensamento não me servia depois que passei a entender as questões raciais sobre isso. Hoje, os maquiadores que me conhecem dizem o contrário. Pelo fato de eu ter uma pálpebra mais caída, chamada de pálpebra única, é até mais fácil de fazer o desenho”, completou.


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