O poder do chocolate

Existe hoje uma crescente do consumo das versões ditas mais saudáveis, meio amargo e amargo, com diferentes teores de cacau (50%, 60%, 70% e 80%) | Foto: Reprodução


Há quem não ame? Até pode ser, mas com certeza o chocolate é um amor universal. A iguaria em suas várias formas tem apaixonados ao redor do mundo, por isso ganhou uma data para ser celebrada. Sexta-feira, dia 7 de julho, comemora-se o Dia Mundial do Chocolate, e para marcar o momento, ao contrário do que muitos pensam, o alimento pode ser incluso em uma dieta saudável e equilibrada. Ao leite, meio amargo e amargo, chocolate branco, caramelo ou com sabor mais frutado, não importa a escolha, essa delícia é irresistível. 

Uma sobremesa capaz de despertar os mais profundos desejos. Ele pode fazer parte de uma alimentação equilibrada, sendo preciso apenas conhecê-lo e entender as melhores formas de utilizá-lo. Segundo a professora de nutrição da Estácio e mestra em nutrição e saúde, Cléia Graziele Lima, o chocolate pode ser um alimento benéfico, pois sua composição rica em polifenóis, substância pertencente ao grupo de flavonóides, tem papel importante como antioxidante combatendo os radicais livres que promovem o envelhecimento e morte celular.

“Além disso, ele atua como estimulante na produção de serotonina, que é um neurotransmissor responsável pelas sensações de prazer, humor e que ajuda no combate à angústia e ao estresse. O alimento também é rico em minerais, como zinco, selênio e magnésio, que ajudam na regulação de várias funções do organismo”, revela a nutricionista. Existe hoje uma crescente do consumo das versões ditas mais saudáveis, meio amargo e amargo, com diferentes teores de cacau (50%, 60%, 70% e 80%). Apesar do ao leite ainda ser o mais consumido.

Além de seu consumo natural, Cléia explica que o chocolate tem sido utilizado como ingrediente de sucesso em muitas receitas, especialmente na confeitaria, podendo ser a base de recheios, coberturas, massas, sorvetes, entre outros. “Outra utilidade que tem sido bastante explorada é o seu uso como matéria-prima para verdadeiras esculturas artísticas. Outro destaque são os concursos de qualidade de chocolates, que estão sendo cada vez mais valorizados e reconhecidos no Brasil, como o Prêmio ‘Bean to Bar Brasil’”, enumera a nutricionista.

No entanto, a professora alerta que é preciso tomar cuidado. “Ele não deve ser oferecido a crianças menores de dois anos e o excesso pode levar a problemas estomacais e intestinais em idosos e pessoas com problemas digestivos, além de obesidade e outras doenças cardiovasculares. O recomendado é que a ingestão não ultrapasse 30g diárias. Para que ele seja benéfico para a saúde, devem ser escolhidas as versões com menores teores de açúcares e manteiga, visto que esses ingredientes podem apresentar características inflamatórias”, orienta. 

Por isso, é importante ler o rótulo do produto antes de realizar a escolha. “Leia atentamente a lista de ingredientes e observe bem, pois os primeiros são os que estão em maior quantidade. Além disso, escolha as versões com menor quantidade de ingredientes, provavelmente serão mais saudáveis”, complementa. E para aqueles que amam chocolate mas possuem alguma restrição alimentar, como intolerância à lactose, diabetes e doença celíaca, a docente explica que existem as versões zero lactose, zero açúcar e sem glúten. 

Há alternativas para quem não quer abandonar o doce, mas a recomendação é sempre ter um acompanhamento nutricional. “A alfarroba também tem sido utilizada como um substituto interessante, pois tem sabor similar e é rica em fibras e vitaminas. Mas fique atento! O fato de serem especiais não faz deles alimentos mais saudáveis. Assim como todos os tipos de chocolate, consuma com moderação e sempre consulte um nutricionista para verificar se ele pode estar presente no seu dia a dia”, indica. 

E, por fim, Cléia revela que vale ressaltar a crescente preocupação com a produção, desde seu cultivo, preparo, industrialização e distribuição. “O combate à exploração do trabalho humano nas grandes lavouras e produtoras, a minimização dos prejuízos ao meio ambiente e a utilização cada vez maior de embalagens recicláveis ou menos poluidoras, ou seja, a sustentabilidade em todas as etapas, precisa ser uma bandeira erguida e defendida por todos os envolvidos. O alimento responsável por tanto prazer não pode ser símbolo de sofrimento e destruição”, finaliza.

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