Você sofre de FOMO? Descubra o que é, as causas e os tratamentos

Você sofre de FOMO? Descubra o que é, as causas e os tratamentos — Foto: Pexels 1 de 6 Você sofre de FOMO? Descubra o que é, as causas e os tratamentos — Foto: Pexels

Você sofre de FOMO? Descubra o que é, as causas e os tratamentos — Foto: Pexels

Sabe aquele sentimento de exclusão ao ver os amigos se divertindo no Carnaval sem você? Ou a angústia porque não conseguiu ir ao ? E a cobrança por não tirar foto na praia no fim de semana? Isso tudo pode ser 💥️FOMO!

FOMO é uma sigla para o termo em inglês "Fear of Missing Out", que pode ser traduzido como "medo de ficar de fora".

O conceito surgiu por volta de 2013 para denominar um conjunto de sintomas e comportamentos de ansiedade e estresse resultantes da percepção de que se está perdendo experiências satisfatórias que outras pessoas estão vivendo.

O gshow procurou a psicóloga Ediane Ribeiro para falar mais sobre FOMO, suas causas e possíveis tratamentos.

Embora o conceito tenha rapidamente ganhando muita popularidade, ainda é considerado recente e carece de estudos científicos consistentes para que possamos fazer afirmações sobre causas. O que temos são hipóteses e grande parte delas relacionam-se com a explosão das mídias sociais.

O fato de termos acesso mais fácil, rápido e muitas vezes em excesso ao que acontece na vida das outras pessoas parece ampliar uma comparação que não é saudável e que pode levar a sentimentos de inadequação, solidão e insatisfação geral com a própria vida.

FOMO pode estar relacionado a explosão das mídias sociais — Foto: Pexels 2 de 6 FOMO pode estar relacionado a explosão das mídias sociais — Foto: Pexels

FOMO pode estar relacionado a explosão das mídias sociais — Foto: Pexels

Mesmo que de forma racional saibamos que os conteúdos expostos pelas pessoas nas redes - de celebridades a colegas de trabalho ou familiares – são conteúdos editados que não correspondem à realidade total da vida de uma pessoa, não é tão simples evitar que nosso cérebro caia em armadilhas e esses conteúdos nos atravessem emocionalmente.

É como se a pessoa ao desenvolver FOMO entrasse em uma corrida equilibrando pratos em que o pratos são todas as informações e experiências vividas por outras pessoas e ela não pode deixar cair nenhum prato.

Tudo precisa ser checado e acompanhado a todo momento e "perder algo" é como deixar cair um dos pratos.

Esse estado de alerta constante junto com a sensação de insuficiência geram impacto negativo no humor, na satisfação geral com a própria vida, na saúde física e mental — Foto: Pexels 3 de 6 Esse estado de alerta constante junto com a sensação de insuficiência geram impacto negativo no humor, na satisfação geral com a própria vida, na saúde física e mental — Foto: Pexels

Esse estado de alerta constante junto com a sensação de insuficiência geram impacto negativo no humor, na satisfação geral com a própria vida, na saúde física e mental — Foto: Pexels

Com isso, o que começou com uma preocupação com o que está acontecendo com o outro se transforma em autocrítica, como se você estivesse falhando em algo que deveria dar conta.

Esse estado de alerta constante junto com a sensação de insuficiência geram impacto negativo no humor, na satisfação geral com a própria vida, na saúde física e mental.

Há uma busca contínua por informação que faz com a pessoa esteja constantemente checando suas redes sociais, tenha dificuldade de desconectar mesmo quando está fazendo outras coisas como trabalhando, almoçando com amigos ou até mesmo dirigindo.

Além disso, outros sinais são: alterações de humor, da qualidade do sono, comportamentos impulsivos como assumir uma despesa maior que pode arcar para participar de um evento ou aceitar um convite, dificuldade de negar convites por medo de “perder algo”, dificuldade para se concentrar nas rotinas do dia a dia, aumento da ansiedade basal e da insatisfação geral com a própria vida.

Há uma busca contínua por informação que faz com a pessoa esteja constantemente checando suas redes sociais — Foto: Pexels 4 de 6 Há uma busca contínua por informação que faz com a pessoa esteja constantemente checando suas redes sociais — Foto: Pexels

Há uma busca contínua por informação que faz com a pessoa esteja constantemente checando suas redes sociais — Foto: Pexels

Em função da estreita relação entre FOMO e ansiedade, para casos mais intensos em que existe prejuízo das relações ou da saúde é indicado buscar um profissional para um tratamento individualizado e a terapia pode ser parte do tratamento.

Em situações menos intensas, algumas mudanças no dia a dia já podem ajudar bastante:

● Utilizar alguma estratégia de monitoramento e redução do tempo de uso diário das redes sociais. Muitos celulares atualmente já dispõe desses programas de controle de uso, além disso, você pode estabelecer horários fixos no dia para checar suas redes;

● Evitar levar o celular para a cama e começar a estabelecer um horário à noite para se desconectar antes de dormir, evitando que a consulta às redes seja sua última atividade do dia. Você pode estabelecer que vai desconectar meia hora ou uma hora antes do que costuma dormir, por exemplo, e incluir nesse tempo restantes algo que seja agradável para você, como tomar um chá, um banho, fazer uma meditação, leitura de livro ou qualquer ritual pessoal que te traga relaxamento e que seja sua última atividade antes de dormir.

● Priorizar o contato com as pessoas que estão com você presencialmente e se conectar com o momento presente.

● Incluir na rotina diária ou semanal atividades que sejam prazerosas, divertidas e relaxantes e não envolvam mídias sociais como caminhadas, atividade física, ver um filme, ler, brincar com os filhos, levar os pets para passear, conversar e dar risadas com amigos, etc.

● Valorizar as pequenas e grandes conquistas pessoais e também seus aprendizados, aumentando a lente sobre as próprias experiências.

FOMO não é uma doença propriamente dita, é mais um fenômeno psicológico que aumenta a ansiedade basal. Então, não falamos exatamente em cura, mas em retorno aos níveis basais e saudáveis de ansiedade.

FOMO não é uma doença propriamente dita, é mais um fenômeno psicológico que aumenta a ansiedade basal. — Foto: Pexels 5 de 6 FOMO não é uma doença propriamente dita, é mais um fenômeno psicológico que aumenta a ansiedade basal. — Foto: Pexels

FOMO não é uma doença propriamente dita, é mais um fenômeno psicológico que aumenta a ansiedade basal. — Foto: Pexels

Desde que surgiu, o conceito aparece muito associado ao uso excessivo da tecnologia e principalmente das redes sociais.

O que observamos é uma relação próxima de FOMO com aumento do tempo de uso de celulares e dispositivos similares, preocupação com o tempo de resposta de mensagens gerando ansiedade tanto em quem envia e não tem sua mensagem prontamente respondida quanto em quem não consegue responder tudo prontamente, receio de ficar sem acesso à internet em algum local ou momento do dia, aumento da exposição a riscos pelo uso da tecnologia em concorrência com outras atividades que exigem atenção como, por exemplo, dirigir ou trabalhar, redução da qualidade do tempo com pessoas próximas para se manter conectado, gerando algum grau de isolamento.

Como a tecnologia proporciona uma avalanche de informações o tempo todo, acaba sendo um recurso que intensifica o quadro da ansiedade gerada pelo FOMO. Por isso, uma das principais medidas é aos poucos reduzir o tempo de exposição às mídias sociais.

A auto-observação de como você lida com suas amizades ou com qualquer outro tipo de vínculo é um primeiro passo importante.

Começar a perceber se você aceita convites que não gostaria de aceitar só para não se sentir excluído, se o tempo gasto com amigos é de qualidade, com conexão e trocas recíprocas ou apenas para “fazer fotos para as redes sociais”, quais os seus limites de intimidade com cada amigo ou amiga e o que tem realmente vontade de compartilhar ou de receber, o quanto se compara aos amigos e o quanto isso te traz sentimentos de inadequação ou inferioridade.

Com essa auto-observação fica mais fácil encontrar onde precisa investir energia e atenção para promover mudanças. Talvez seja em identificar melhor suas vontades e necessidades antes de aceitar todas as programações do círculo de amigos ou em buscar mais qualidade na conexão, se interessando não pelo que a pessoa está fazendo, mas pela pessoa em si.

Começar a incluir no diálogo interno de comparação perguntas que te ajudem a diferenciar suas reais necessidades.

Por exemplo, se vem o pensamento: "poxa, todo mundo está na festa tal e eu não", se faça perguntas como: "mas será que eu gostaria de estar nessa festa?", "o que eu ganho não tendo ido a essa festa?", "como eu posso usar o meu tempo com mais qualidade nesse momento, já que não estou nessa festa?", “o que posso fazer por mim agora para relaxar, descansar, me cuidar?"

A auto-observação de como você lida com suas amizades ou com qualquer outro tipo de vínculo é um primeiro passo importante — Foto: Pexels 6 de 6 A auto-observação de como você lida com suas amizades ou com qualquer outro tipo de vínculo é um primeiro passo importante — Foto: Pexels

A auto-observação de como você lida com suas amizades ou com qualquer outro tipo de vínculo é um primeiro passo importante — Foto: Pexels

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