Vai na Fé: conheça o Pastor que ajuda a fazer de Sol uma evangélica 'mais real'
Sol canta no coral da igreja em Vai na Fé — Foto: Globo
Quando vemos uma novela no ar, percebemos o resultado do esforço do trabalho conjunto de muitas pessoas. Ainda mais quando estamos falando de uma novela como Vai na Fé, que preza pela representatividade e busca desconstruir estereótipos. Para isso, é preciso que haja diversidade, não apenas no elenco, mas em toda a equipe por trás das câmeras.
Além dos roteiristas que ajudam 💥️Rosane Svartman a escrever a novela das 7, a autora conta ainda com colaboradores para assuntos específicos. Um deles é o💥️ Pastor César Belieny. É ele quem ajuda a fazer da protagonista Sol (Sheron Menezzes) uma mulher cristã, evangélica, preta, que luta pelo sustento de sua família, como milhares de brasileiras país afora. E importante: longe do imaginário evangélico até então visto na TV.
2 de 4 Pastor César Belieny posa com Sheron Menezzes e Manu Estevão nos bastidores de Vai na Fé — Foto: Arquivo pessoal
Pastor César Belieny posa com Sheron Menezzes e Manu Estevão nos bastidores de Vai na Fé — Foto: Arquivo pessoal
A própria figura do Pastor César, também chamado de Cesinha em sua igreja, foge de qualquer estereótipo previamente estabelecido. Sempre usando boné e roupas despojadas, ele também é cantor, compositor, arranjador, produtor musical, escritor e teólogo. Aliás, foi a música que o colocou em seu primeiro trabalho como colaborador em uma novela.
“O propósito inicial era que eu pudesse cooperar com o entendimento do contexto musical heterogêneo do segmento gospel. Acredito que quando apresentei a cosmovisão cristã para fundamentar a música cristã, a Rosane tenha percebido uma necessidade que ia além dessa demanda musical e que avançava dramaturgicamente naquilo que o meu neologismo chama de ‘descaricaturização’ do imaginário evangélico, até então apresentado nas novelas.”
Assim, César é o responsável pelas citações bíblicas ditas por Sol e sua família cristã, além dos ensinamentos que o 💥️Pastor Miguel (Adriano Canindé) dá à protagonista e da antecipação de possíveis questões que venham a surgir na abordagem de certos temas.
“Ajudo a tratar das conversações pastorais na igreja, do embasamento nas citações bíblicas, antecipar e evitar os eventuais choques interpretativos quanto aos aspectos doutrinários das múltiplas denominações no Brasil, assim como a preparar orações, sermões, validando aquilo que me é proposto pelos roteiristas dentro da lógica teológica que me cabe como consultor”, explica ele.
3 de 4 Sol ora antes de entrar no palco para dançar com Lui Lorenzo em Vai na Fé — Foto: GloboSol ora antes de entrar no palco para dançar com Lui Lorenzo em Vai na Fé — Foto: Globo
Fã de arte, como a própria Sol, o Pastor César acredita que o preconceito encontrado pela personagem - por ser uma mulher cristã e escolher dançar funk nos palcos - é algo que acontece muito na vida real, mas que não deveria existir.
“Infelizmente, ainda vemos esse preconceito acontecer. A ideia de haver dois mundos para se conciliar precisa de um entendimento mais aprofundado. A arte se caracteriza como o que é belo. O canto e a dança são elementos emblemáticos dessa expressão de liberdade. Todavia, o dilema da Sol é vivenciar sua espiritualidade no chão da vida, ou seja, sua vocação como cantora e dançarina não está desassociada do propósito da fé cristã, que é ser moldada no caráter do Cristo”, opina.
Vale ressaltar que Vai na Fé não é uma novela evangélica. É uma novela que fala de fé no seu sentido mais plural. É uma novela que tem uma protagonista evangélica, que frequenta a igreja de seu bairro com a família e canta no coral. Mas é também uma novela que fala de outras religiões, como o candomblé, por exemplo, que foi retratado lindamente na cena em que Ben (Samuel de Assis), em busca de seu propósito, participa de um ritual nunca antes mostrado com tantos detalhes na TV aberta.
💥️🎧 Já ouviu o 💥️podcast Papo de Novela💥️ com 💥️Samuel de Assis💥️? 👇
E é justamente com essa ideia de tolerância, aceitação, igualdade e amor ao próximo que o Pastor César Belieny espera contribuir com o seu trabalho. Ele torce para que Vai na Fé seja um marco na abordagem do tema fé e religiosidade na televisão brasileira.
“Espero que minha contribuição em Vai na Fé possa transcender a ideia de tolerância, dando lugar a uma consciência de humanidade e respeito, ao entendimento de que os outros são uma extensão de mim, formados da mesma substância. Tenho dito que fé é a forma mais sublime de inteligência. Se ela assumir seu papel mediador, ela, a fé, há de promover acolhimento e aceitação”, diz ele.
4 de 4 Pastor César Belieny com a equipe de roteiristas de Rosane Svartman — Foto: Arquivo pessoal
Pastor César Belieny com a equipe de roteiristas de Rosane Svartman — Foto: Arquivo pessoal
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