'Um Lugar ao Sol': veja alguns tabus que a novela ajudou a derrubar
Personagens como Rebeca (Andrea Beltrão), Noca (Marieta Severo), Julia (Denise Fraga) e Stephany (Renata Gaspar) ajudaram a derrubar tabus em 'Um Lugar ao Sol' — Foto: TV Globo
Novela não é só entretenimento. Essa máxima pode ser muito bem aplicada à Um Lugar ao Sol, que chega ao fim nesta sexta, 25/3, cumprindo a tarefa de ajudar a derrubar alguns tabus, debatendo em horário nobre assuntos como masturbação feminina, etarismo, violência contra a mulher e feminicídio, namoro e sexo na terceira idade, gordofobia, homofobia e dependência química.
A autora 💥️Lícia Manzo entrou em temas ainda de pouca conversa, mas que, aos poucos, vão ganhando terreno entre os brasileiros.
Dona de si e do seu corpo, Rebeca (Andrea Beltrão) não se poupou do autoprazer e foi flagrada pelo então marido, Tulio (Daniel Dantas), com o qual vivia um casamento tóxico, se masturbando. Diante da surpresa de Tulio, a personagem tenta explicar o motivo pelo qual optou em se satisfazer sozinha:
"Tudo o que eu queria era um beijo, um abraço, uma conversa sobre o que eu tinha vivido com a minha irmã e que não foi nada agradável. O que eu quero dizer é que uma coisa conduz à outra: a transa não começa na transa. Começa de manhã, no jeito que você me trata".
Lícia Manzo contou ao Gshow o que a motivou a levantar a temática do prazer feminino no horário nobre:
Rebeca também levantou outra bandeira importantíssima: o direito de envelhecer sem cobranças e sem censura da sociedade. Por meio da atitude corajosa de se deixar fotografar de cara lavada aos 50 anos, pôs abaixo a necessidade de a mulher ser eternamente presa à juventude.
O público repercutiu a cena e tornou o assunto um dos mais comentados nas redes sociais.
O namoro e o sexo na terceira idade vieram à pauta com o casal Noca (Marieta Severo) e Aníbal (Reginaldo Faria), sendo abordados de forma muito delicada, verdadeira e sem preconceitos.
Por falar em preconceitos, eles foram mostrados como autopreconceito: no caso de Ilana (Mariana Lima), que fugiu de Gabriela (Natália Lage) por duas vezes por não aceitar estar apaixonada por uma mulher. Finalmente, ela acabou aceitando esse amor e assumindo a relação.
No caso de Nicole (Ana Baird), o tema abordado foi a gordofobia, com a personagem se autodepreciando por ser gorda e não aceitando namorar pessoas gordas.
Outro assunto tabu abordado na trama de Lícia Manzo foi a dependência química, presente nos personagens Julia (Denise Fraga) e, posteriormente, em Edgar (Eduardo Moscovis). A mãe de Felipe (Gabriel Leone) lutou para se autoafirmar como pessoa e emocionou com sua conquista.
O drama de Stephany (Renata Gaspar), vítima de violência doméstica pelo próprio marido, infelizmente é o mesmo de muitas mulheres. Ela apanhava e perdoava, em um que acabou na morte da personagem por feminicídio.
As palavras de Érica (Fernanda de Freitas) no enterro da irmã traduzem perfeitamente a relação abusiva da qual a manicure nunca conseguiu se livrar.
"Por mais violento que fosse, a Stephany nunca acreditou que ele fosse capaz. Eu não podia ter deixado. Eu vi todos os sinais, não foi de uma hora pra outra. Eu devia ter insistido pra ela renovar a medida protetiva. Ou então, sei lá, eu mesma ter denunciado, impedido esse cara."
"Ele tratava ela como se fosse uma coisa, uma propriedade. E pior: fazia parecer que os ataques, as crises de ciúme, eram uma prova de amor. E a minha irmã, coitada, se sentia tão diminuída, que acreditava."
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