Guilherme Arantes celebra música no 'The Voice Kids' e relembra parceria com Elis Regina: 'Divisor de ág

1 de 3 Elis Regina, Guilherme Arantes e Letícia Araujo — Foto: Reprodução internet

Elis Regina, Guilherme Arantes e Letícia Araujo — Foto: Reprodução internet

Com quase 50 anos de carreira, 💥️Guilherme Arantes se consagrou no cenário da música brasileira com seu faro pop inigualável. No auge, o artista enfileirou hits como 💥️"Meu Mundo e Nada Mais", 💥️"Planeta Água" e 💥️"Cheia de Charme". Mas além da carreira de , o músico também é um requisitado compositor e já assinou canções para os maiores nomes da música brasileira.

No primeiro dia da fase de Batalhas no The Voice Kids, Duda Lobo, Letícia Araujo e Sara Antonybele, do Time Brown, cantaram a animada 💥️"Aprendendo a Jogar". A música foi um dos últimos grandes sucessos da saudosa 💥️Elis Regina e foi escrita por Arantes, que recebeu da cantora a missão de compor um hit radiofônico para ela.

💥️Reveja a apresentação de "Aprendendo a Jogar" nas Batalhas 👇

Nas 💥️Batalhas, Letícia Araujo foi a participante selecionada por Carlinhos Brown para avançar na competição. Guilherme conta que tem "um carinho especial" por Brown, que conheceu quando morava na Bahia. "Ele é uma figura de um carisma muito bom, uma pessoa muito agregadora com uma vitalidade incrível", diz. Ele também elogiou o talento de Carlinhos para ser o mentor de novos talentos e avaliar quem está mais preparado para passar de fase.

"Você é um nato, você nasceu para fazer hits de rádio", recorda Guilherme Arantes ao lembrar do telefonema que Elis Regina fez para ele quando estava reunindo repertório para o disco (1980), que seria seu último álbum de estúdio lançado em vida. "Aquela foi uma oportunidade única na minha carreira de compositor: gravar uma música com uma intérprete dessa importância. A Elis está entre as 10 maiores cantoras do mundo", avalia o músico. Em 2022, a morte de Elis Regina completou 40 anos.

A intenção de Elis era que a nova canção superasse o sucesso de 💥️"Alô, Alô, Marciano", que foi lançada no início de 1980 e que a cantora considerava não ter repercutido como deveria. O convite para Guilherme surgiu porque o compositor era, em suas próprias palavras, a "bola da vez", acumulando sucessos em novelas da TV Globo e nas paradas de sucesso.

Guilherme conta que compôs uma melodia especialmente difícil de ser executada por saber que Elis daria conta do recado. "Essa música ['Aprendendo a Jogar'] exige um pouco a mais. A Elis tinha uma capacidade de ginástica vocal e eu explorei isso". Cheia de suingue, a música mescla um refrão otimista sobre os altos e baixos da vida com versos cheios de trocadilhos e ditados populares, algo que Guilherme conta que remete a brincadeiras que ele fazia na infância.

Se era um hit que Elis queria, foi isso que Guilherme deu para ela. "A música foi para o rádio imediatamente e foi um clima de festa no estúdio porque a Elis tinha o que ela tanto precisava, que era o sucesso de rádio", conta. "A Elis era muito ambiciosa para ocupar o lugar que ela merecia. A música logo entrou na playlist das rádios e em questão de horas ficou em primeiro lugar."

Além de "💥️Aprendendo a Jogar", o disco também contou com outra canção de Guilherme, o bolero 💥️"Só Deus É Quem Sabe", originalmente escrito para Roberto Carlos.

2 de 3 Guilherme Arantes em Ávila, na Espanha — Foto: Márcia Miguez/Divulgação

Guilherme Arantes em Ávila, na Espanha — Foto: Márcia Miguez/Divulgação

Um ano depois de 💥️"Aprendendo A Jogar", que fala sobre as derrotas e vitórias da vida, mudar o patamar da carreira de Guilherme Arantes, o artista experimentou um revés que ficou para a história.

O cantor e compositor defendeu a música 💥️"Planeta Água" no Festival MPB Shell de 1981 em um episódio que ficou lembrado como uma batalha entre uma emergente música pop e a consagrada MPB. Na disputa, o hino à ecologia escrito por Guilherme ficou em segundo lugar, para a revolta do público que tinha a canção como favorita. A vencedora foi "Purpurina", defendida por Lucinha Lins, que foi muito vaiada ao receber o prêmio.

Para Guilherme, eram as suas letras mais diretas e sem rodeios que incomodavam seus na época. "É interessante reparar hoje que eu fui muito injustiçado", desabafa. "Eu cheguei sem metáfora e isso foi subvalorizado pelos críticos que ainda estavam numa estrutura metafórica da música brasileira."

Guilherme Arantes avalia que suas canções tem uma "linguagem poética límpida, franca e de coração aberto" que fazem com que suas músicas tenham apelo para diversas gerações.

Arantes compôs 💥️"Lindo Balão Azul", clássico da música brasileira voltada para crianças. A música fez parte de 💥️Pirlimpimpim (1982), especial infantil que celebrou os 100 anos de Monteiro Lobato.

Outra canção sua que foi sucesso na voz de uma grande cantora também está relacionada ao universo infantil. "Quando eu escutei pela primeira vez 'Brincar de Viver' na voz da Bethânia, aquilo foi uma tijolada emocional", conta o compositor. A música gravada por Bethânia foi originalmente escrita para o especial infantil 💥️Plunct, Plact, Zuuum (1983).

Outra forma de medir o sucesso de Guilherme Arantes entre as crianças está no uso recorrente de 💥️"Planeta Água" em atividades escolares quando a pauta é ecologia e defesa do meio ambiente.

Na segunda temporada de The Voice Kids, o participante Thomas Machado, com 9 anos na época, foi o grande campeão da temporada após cantar 💥️"Planeta Água" na final.

3 de 3 Guilherme Arantes — Foto: Márcia Miguez/Divulgação

Guilherme Arantes — Foto: Márcia Miguez/Divulgação

Morando em Ávila, na Espanha, Guilherme Arantes se inspirou no clima medieval e na cultura ibérica de sua nova cidade para produzir seu mais recente disco de estúdio, , lançado em 2023. A sonoridade do álbum marca um retorno às origens do músico, que foi vocalista da banda de rock progressivo Moto Perpétuo na década de 1970.

Com 23 álbuns de estúdio lançados, Arantes atualmente está ocupado com a turnê de divulgação de . Em julho, o músico fará uma apresentação especial de piano e voz na prestigiada casa de espetáculos Carnegie Hall, em Nova York.

Celebrado também em sua fase madura — o disco , de 2013, acumulou prêmios da crítica — Guilherme sente orgulho ao olhar a própria carreira em retrospecto.

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