Dia de lutar contra as desigualdades
Esta sexta-feira (30) marca a mobilização de centenas de organizações da sociedade civil brasileira em torno de uma causa coletiva que, incontestavelmente. deveria ser a grande prioridade: o combate às desigualdades em suas múltiplas abrangências e impactos. Um ano após o lançamento oficial, o Pacto Nacional pelo Combate às Desigualdades volta à capital federal para uma intensa agenda de articulações com os poderes Executivo e Legislativo e, sobretudo, para apresentar dados sistematizados em um relatório exclusivo. Os indicadores que compõem o Observatório Brasileiro das Desigualdades permitem à sociedade acompanhar os progressos e os retrocessos, oferecem caminhos e acenam para intervenções factíveis.
As disparidades brasileiras começam no vergonhoso fato de que o Brasil é o oitavo país mais desigual do mundo (só perde para sete nações africanas), mas é também a oitava maior economia do planeta. Acumula o título de quarto maior produtor de alimentos, apesar de o fantasma da fome ainda nos perseguir.
É preciso reconhecer e valorizar os esforços que têm sido empreendidos para a melhoria de indicadores sociais, como atestam os números revelados. Entretanto, as desigualdades seguirão acentuadas se não enfrentarmos as disparidades econômicas. A concentração de renda no Brasil permanece em patamares elevados: o 1% mais rico tem rendimento médio mensal per capita 31,2 vezes maior do que os 50% mais pobres.
Além disso, as desigualdades de gênero e raciais são persistentes e alertam para a necessidade de investimentos extras, que rompam um ciclo constante de exclusão. Não por acaso mulheres e negros, maior parcela da população brasileira, são também os mais vulneráveis e os menos representados. As eleições municipais são uma enorme oportunidade inclusive para que tenhamos um corpo político que seja representativo à população.
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