Diretor-geral da PF critica atuação de ex-agentes do órgão na política
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, criticou o uso da instituição por agentes que querem concorrer a cargos eletivos e afirmou que não há ganho nenhum com a atuação deles na política. A fala foi registrada em vídeo obtido pelo Painel.
"Eu quero que me digam um, e é um só, benefício, um ganho que a Polícia Federal teve com nossos parlamentares", afirma. "Não precisam dois, me digam um."
Segundo ele, esses agentes usam a instituição para benefício pessoal. "Eu não quero que ninguém deixe de participar da atividade política. Pode participar. Se exonera do cargo. Saia e vá ser feliz sendo candidato, sendo político, sendo médico, sendo engenheiro, sendo o que quiser", complementa.
"Agora, não use a nossa instituição para se beneficiar, para se projetar, para ter visibilidade e levar nosso nome, a nossa marca, para ganho pessoal."
Andrei citou como exemplos da falta de benefícios a reforma da Previdência, "com apoio e voto dos nossos colegas parlamentares", e a votação da manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) pela Câmara dos Deputados, resultado da investigação da PF sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ).
"Nós temos sete deputados federais hoje", diz o diretor-geral da PF. "Pergunto para vocês: quantos votaram a favor dos colegas, ou seja, da operação e pela manutenção da prisão do deputado federal? Nenhum. Um se absteve e outros seis votaram pela soltura do deputado."
"Isso a mim me soa um deboche, me soa uma afronta ao trabalho sério que vocês fazem, que eu faço
eu não quero política dentro da polícia", complementa.
A declaração de Andrei foi criticada por uma ala da PF. Diretor parlamentar da Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais), Marcos Avelino se diz contra a proibição de que policiais federais participem do processo político, item incluído em minuta da lei orgânica do órgão rejeitada pela entidade.
"Nós entendemos isso como uma afronta à própria democracia. É um absurdo, é como se o próprio diretor do órgão passasse a entender os policiais federais como cidadãos de segunda categoria ou até mesmo nem cidadãos são", diz.
Procurada, a PF não quis se manifestar sobre o vídeo.
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