Petro pede novas eleições e governo de transição na Venezuela

Pouco mais de meia hora após citar um acordo que colocou fim a uma ditadura na Colômbia como experiência válida para a Venezuela, o presidente Gustavo Petro fez uma espécie de lista com propostas para solucionar a crise no país vizinho.

"Suspensão de todas as sanções contra a Venezuela. Anistia geral nacional e internacional. Garantias totais à ação política. Governo de coabitação transitório. Novas eleições livres", escreveu ele nesta quinta-feira (15), na rede social X.

Não ficou claro qual seria a ordem dessas medidas, nem o que exatamente cada uma delas significa.

Ele afirmou ainda que um acordo político interno no país seria o melhor caminho para a paz. "Depende apenas dos venezuelanos", concluiu o colombiano, que vinha sendo criticado pela falta de posicionamentos mais firmes em relação à ditadura.

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A proposta de novas eleições, porém, não é inédita e já foi rechaçada tanto pelo regime liderado por Nicolás Maduro quanto pela oposição. Nesta quinta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ecoou seu assessor para assuntos internacionais, Celso Amorim, ao ventilar o plano durante uma entrevista.

"Tem várias saídas, ou faz governo de coalizão, uma composição", afirmou o petista à Rádio T, em Curitiba. "Se [Maduro] tiver bom senso, podia tentar fazer uma conclamação ao povo da Venezuela, quem sabe até convocar novas eleições."

Horas antes, na noite desta quarta-feira (14), Diosdado Cabello, vice-presidente da sigla do ditador, o PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), classificou a ideia de "estupidez". "Não vamos repetir eleições coisa nenhuma", afirmou ele em seu programa.

Uma solução de compartilhamento de poder com o chavismo ou um novo pleito tampouco animam a líder opositora, María Corina Machado. "Vocês aceitariam isso nos seus países? Que os resultados, se não são satisfatórios, levem a novas eleições?", afirmou ela em uma entrevista coletiva.

Antes de elencar as propostas em seu perfil, Petro havia mencionado o acordo colombiano que colocou fim à ditadura de Gustavo Rojas Pinilla na Colômbia, durante o século 20, como uma inspiração para a Venezuela. "A experiência da Frente Nacional colombiana é uma experiência que, usada transitoriamente, pode ajudar na solução definitiva", afirmou o político.

O Pacto de Sitges, batizado em homenagem à cidade espanhola onde foi firmado, em 1957, nasceu de um acordo entre o liberal Alberto Lleras Camargo e o conservador Laureano Gómez —negociação que forjou a Frente Nacional e ajudou a derrubar a ditadura naquele mesmo ano. A coalizão governou o país nos termos acordados até 1974.

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