Governo espanhol contra a participação de Israel na final da Eurovisão 24
Numa publicação na rede social X, citada pela agência EFE, Yolanda Diáz recordou que o Festival Eurovisão da Canção “é alegria, paz e diversidade, não uma montra para branquear o genocídio do povo palestiniano por Israel, que é morte, destruição e ódio.”
Para a governante espanhola, Israel “é incompatível com os valores promovidos pelo concurso e não deveria participar” no certame, que nesta edição está a ficar marcado pelo conflito israelo-palestiniano, que dura há décadas, mas intensificou-se após um ataque do grupo palestiniano Hamas em Israel, em 07 de outubro, que causou quase 1.200 mortos, com o país liderado por Benjamin Netanyahu a responder com uma ofensiva que provocou mais de 34 mil mortos na Faixa de Gaza, segundo balanços das duas partes.
A posição da governante surge depois de o seu partido, Sumar, ter lançado uma campanha nas redes sociais para reunir apoios para impedir a atuação da representante israelita, Eden Golan, na final do concurso.
Com a mensagem “Assina agora para expulsar Israel do Festival Eurovisão da Canção. Que não atue na final de sábado!”, o Sumar pretende reunir o máximo de assinaturas possíveis, para tentar forçar a expulsão do país da 68.ª edição do concurso.
Na petição, o Sumar argumenta que a União Europeia de Radiodifusão (EBU, na sigla em inglês) aceitou a participação de Israel numa altura em que os exércitos daquele país “estão a exterminar o povo palestiniano e a devastar toda a região” da Faixa de Gaza.
Além disso, o partido critica a organização por censurar aqueles que exigem o fim desta guerra, referindo-se ao artista sueco de origem palestiniana Eric Saade (representante da Suécia no concurso em 2011 com “Popular”), que na terça-feira levou o conflito para palco, durante o número de abertura da primeira semifinal, ao cantar com a mão esquerda envolta num ‘keffiyeh’.
A atitude de Eric Saade foi depois reprovada pela EBU.
“É intolerável que de cada vez que alguém levanta a voz para exigir que se pare este massacre, haja quem proteja os assassinos”, defende o Sumar, exigindo que o mundo “deixe de ser cúmplice do genocídio do povo palestiniano”.
Entretanto, a radiotelevisão pública espanhola, RTVE, através da sua delegação presente em Malmö, pediu à EBU que garanta a liberdade de imprensa e de opinião durante o festival, após um incidente que envolveu um jornalista de Espanha.
“A delegação espanhola da RTVE transmitiu à EBU o seu compromisso com a liberdade de imprensa e de opinião e exigiu que garanta o seu respeito na Eurovisão”, lê-se num comunicado partilhado pela radiotelevisão pública espanhola na rede social X.
A publicação foi partilhada hoje, depois de um jornalista espanhol ter sido abordado por jornalistas israelitas quando, após a atuação da representante israelita no concurso, Eden Golan, no primeiro ensaio da final, gritou duas vezes alto “Palestina livre”.
Segundo relatos à EFE de várias pessoas que testemunharam o ocorrido, um jornalista israelita, ao ouvir o comentário, “começou a repreendê-lo e a tirar-lhe fotografias”.
Minutos depois, outros dois jornalistas israelitas aproximaram-se e começaram a fotografar a acreditação do jornalista espanhol. “Porque estás aqui a fazer isto se és jornalista?”, questionaram “exaltados e com uma atitude agressiva”.
Na mesma ocasião, surgiu um repórter de imagem, também israelita, que começou a filmar o espanhol “com os holofotes no seu rosto, numa tentativa de o intimidar”, ignorando os seus pedidos para que o deixassem em paz.
A 68.ª edição do Festival Eurovisão da Canção está a ficar marcada pelo conflito israelo-palestiniano, que dura há décadas, mas intensificou-se após um ataque do grupo palestiniano Hamas em Israel, em 07 de outubro, que causou quase 1.200 mortos, com o país liderado por Benjamin Netanyahu a responder com uma ofensiva que provocou mais de 34 mil mortos na Faixa de Gaza, segundo balanços das duas partes.
Desde que se soube que Israel iria participar no concurso, representado por Eden Golan, vários apelos foram feitos por representantes políticos e artistas europeus à EBU para que a participação do país no concurso fosse vetada.
Israel, que é um dos 26 países que vão disputar este ano a final da Eurovisão. foi o primeiro país não europeu a poder participar no concurso de música, em 1973, e ganhou quatro vezes, incluindo com a cantora transgénero Dana International, em 1998.
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