Ministro diz que demora no aumento da escolaridade obrigatória foi maior erro 24
Em Barcelos, distrito de Braga, durante a tomada de posse de Maria José Fernandes como presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, Fernando Alexandre sublinhou o paradoxo entre a adesão ao euro em 1993, manifestando assim a vontade de Portugal de competir com os países mais desenvolvidos, e a continuidade da escolaridade obrigatória até ao 9.º ano até 2009.
“Eu não consigo perceber isso, como é possível querer competir com os alemães e deixar sair os miúdos da escola aos 15 anos? Eu tenho dito muitas vezes que o maior erro da política pública em Portugal foi o tempo que se demorou a aumentar a escolaridade obrigatória para o 12.º ano ou para os 18 anos, que só teve lugar em 2009”, referiu.
Segundo o ministro, houve muitas gerações que foram “desviadas para as fábricas” numa idade muito precoce, em detrimento da formação e qualificação.
Fernando Alexandre disse que o aumento da escolaridade obrigatória esteve na base da “quebra brutal” do abandono escolar.
Destacou o papel “essencial” dos institutos politécnicos na “democratização” do acesso ao ensino superior e defendeu que estas instituições se devem assumir como agentes transformadores do contexto em que estão inseridas.
Congratulou-se ainda com o facto de os politécnicos terem passado a poder conferir o grau de doutoramento.
O Instituto Politécnico de Bragança é o primeiro do país com um doutoramento acreditado, com a designação de “Engenharia de Sistemas Inteligentes”.
Maria José Fernandes é presidente do Instituto Politécnico do Cávado e Ave e foi eleita em março presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, tendo hoje sido empossada.
Na sua intervenção, Maria José Fernandes disse que os politécnicos têm pela frente desafios que exigem “políticas públicas que permitam responder-lhes e ir ao cerne das questões”.
“Não podemos ter respostas que apenas resolvam de forma parcial ou conjuntural as questões com que estamos confrontados. Estamos certos de que não é pela inexistência na orgânica do Governo de um ministério do ensino superior ou secretaria de estado que essas políticas públicas não serão implementadas”, sustentou.
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