Lula tem de fazer uma limpa na Abin ou extinguir a agência, arma bolsonarista

A Abin não deve receber informações apuradas pela Polícia Federal porque há indícios de que as "novas gestões" da instituição tiveram a "intenção de evitar a apuração aprofundada dos fatos". É a recomendação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, em parecer enviado ao Supremo sobre pedidos da PF. Quais fatos?

"Apura-se a existência de organização criminosa responsável por ataques sistemáticos aos seus adversários, ao sistema eleitoral e às instituições públicas, por meio da obtenção clandestina de dados sensíveis e propagação de notícias falsas", explica Gonet. Em suma, trata-se da "Abin paralela". Parece grave o suficiente para que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva faça uma limpa na Abin ou dê fim a essa agência, tal como está organizada e regulamentada.

De imediato, "limpa" significa colocar para fora, de acordo com os processos devidos, os elementos que trabalharam e ainda trabalham para o aparelho criminoso. Mais importante, "limpa" significa extinguir e/ou refundar a agência. Submetê-la a controle externo, também parlamentar, suprapartidário, e a regulamentos draconianos.

Tal como é, a Abin foi facilmente capturada pelo projeto de tirania capitaneado por Jair Bolsonaro; ainda continuaria contaminada.

A Abin foi chefiada por gente acusada de organizar um esquema de espionagem contra ministros do Supremo, deputados, senadores, servidores federais (Receita, Ibama), estaduais, de ONGs, políticos, jornalistas, etc.

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Foi com os meios da Abin que se conduziram "ações clandestinas [...] realizadas com a integração de funcionários públicos em exercício funcional na Presidência da República", lê-se no relatório de Gonet, baseado na representação da PF.

"O núcleo atuava como verdadeira central de contrainteligência da organização criminosa que, por meio dos recursos e ferramentas de pesquisa da Abin, produzia desinformação contra seus opositores", escreveu o procurador.

Desde cedo, havia indícios de que os Bolsonaro planejavam aparelhar o sistema de informações. Foi o que disse Gustavo Bebianno em entrevista ao programa Roda Viva, em março de 2023, mesmo mês em que morreria. Bebianno foi secretário-geral da Presidência da República por menos de dois meses, até fevereiro de 2023.

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