Oito ativistas pelo clima detidos após pintarem átrio do no Aeroporto de Lisboa 24

A PSP já tinha emitido ao início da tarde um comunicado a divulgar as detenções, mas sem dizer o número de pessoas nem a organização a que pertenciam.

Segundo a polícia os ativistas pintaram de vermelho o átrio e painéis de informação de “check in” do Aeroporto Humberto Delgado, onde expuseram também uma faixa contra a construção um novo aeroporto.

Num outro comunicado enviado às redações ao início da tarde, o movimento Climáximo referia que um grupo de apoiantes pintou o átrio do aeroporto e os leitores junto à entrada para a zona das portas de embarque, “enquanto uma faixa era lançada das galerias onde se podia ler “Novo Aeroporto: Colapso Climático”.

Ao final do dia, o Climáximo emitiu novo comunicado a explicar que foram oito as pessoas detidas.

“Quatro das ativistas foram acusadas de dano qualificado e deverão passar esta noite detidas nos calabouços da PSP, enquanto as outras quatro pessoas foram libertadas e constituídas arguidas por suspeita de cumplicidade com o crime de dano qualificado”.

Inês Teles, uma das detidas, afirmou durante a ação que “é inaceitável que o setor da aviação esteja a crescer e que continuem a existir voos supérfluos” quando é precisa uma redução drástica dos voos para se conseguir “parar o inferno climático para o qual nos dirigimos”.

O movimento acrescenta que “todos os partidos” que concorrem às eleições legislativas de 10 de “têm um acordo de expandir a aviação através da construção ou ampliação de aeroportos”.

“Quando nenhum partido que quer governar durante os quatro anos mais decisivos para o futuro da humanidade tem planos para travar a crise climática, resta-nos a nós lutar pela nossa vida e impedir que eles destruam tudo o que amamos”, alerta.

O Climáximo aponta “a hipocrisia de, após 50 anos do 25 de Abril, se continuar a deter quem luta pelo direito à vida”.

“Hoje, quatro ativistas passam a noite detidas como criminosas, culpadas de resistirem contra o colapso civilizacional intencional e planeado, em vez de se resignarem à condenação da humanidade”, lamenta a organização.

Para o grupo, travar a crise climática vai implicar uma grande transformação social e económica, que só vai ser possível se, como há 50 anos, “a população se juntar e resistir contra o ataque que a crise climática representa”.

Os detidos e arguidos serão agora ouvidos em primeiro interrogatório para aplicação de medidas judiciais.

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