BE acusa extrema-direita de querer "abrir janela da imigração clandestina" 24
Mariana Mortágua discursava esta noite num jantar comício em Évora, uma intervenção na qual falou dos problemas do Alentejo e das soluções que o BE apresenta nestas eleições, mas em que foi muito crítica do discurso contra a imigração que é feito em Portugal.
“Como pode quem cria a riqueza do país com o seu trabalho, quem contribui 1.600 milhões de euros todos anos líquidos para a segurança social, ser culpado pela miséria em Portugal quando estão a ajudar as pensões dos mais velhos que hoje estão reformados”, questionou.
Na opinião da líder bloquista, “a extrema-direita aponta o dedo aos mais frágeis” com o objetivo claro de que não se olhe “para cima, para quem lucra, para quem ganha, para quem abusa, para quem explora”.
“É por isso que apontam aos mais frágeis, aos mais pobres e eu pergunto-vos: quem é que tem a ganhar com o trabalho imigrante clandestino e que depende de máfias”, questionou.
Para Mortágua, quem diz que quer “fechar fronteiras” está de facto a dizer que quer que os imigrantes entrem mas “sempre com menos direitos” porque “a economia para sem imigrantes”,
“Querem fechar-lhes a porta da imigração legal, para que entrem pela janela da imigração clandestina porque ai não têm direitos, não podem reivindicar salários, não têm como fazer a sua vida”, condenou.
A posição da líder do BE é que “quando a economia chama e a lei nega os direitos às pessoas, aumenta sempre o abuso”, lamentando que apesar das autoridades desmontarem “algumas destas máfias” o abuso não desaparece.
“Aparecerá sempre um novo esquema. E aparece por um motivo simples: as máfias alimentam-se do modelo económico em Portugal e o modelo económico alimenta as máfias em Portugal”, criticou.
Os “milhões encaixados nos recordes de produção agrícola não ficam no Alentejo”, segundo Mortágua, que lamenta que estas “saiam depressa, no bolso das multinacionais, no bolso dos fundos financeiros internacionais”, uma “elite que assalta Portugal de tantas formas diferentes” ao impor um modelo de economia de baixos salários e colocar “pressão máxima nos serviços públicos” sem pagar “os impostos justos para financiar esses serviços públicos”.
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