Navios no Mar Vermelho: rebeldes Houthi do Iémen reivindicam ataques 24
Num comunicado publicado nas redes sociais, os Houthis afirmaram ter realizado uma “operação contra dois navios israelitas no Estreito de Bab el-Mandeb”, uma via navegável estratégica que liga o Mar Vermelho ao Golfo de Aden, visando o primeiro com um míssil e o segundo com um ‘drone’ (aeronave não-tripulada).
Segundo o comunicado, os navios foram identificados como “Unity Explorer” e “Number Nine”. O grupo rebelde disse que os ataques ocorreram após as embarcações terem rejeitado mensagens de alerta.
Os rebeldes disseram que continuarão a atacar navios israelitas “até que cesse a agressão de Israel” na Faixa de Gaza.
No início do dia, a empresa de segurança marítima Ambrey informou que um navio de carga britânico foi atingido por foguetes no Mar Vermelho.
“Um cargueiro britânico que arvora a bandeira das Bahamas foi supostamente atacado por foguetes enquanto cruzava o Mar Vermelho, aproximadamente 34,5 km a oeste-noroeste de Mocha, no Iémen”, disse a Ambrey.
O navio terá sido atingido por um foguete”, acrescentou a empresa de segurança marítima.
De acordo com a Ambrey, a propriedade e a gestão do navio atacado estavam ligadas a Dan David Ungar, um cidadão britânico identificado como residente israelita no principal anuário de negócios da Grã-Bretanha.
A agência britânica de segurança marítima UKMTO indicou, por sua vez, ter recebido um relatório sobre a atividade de um ‘drone’, “incluindo uma potencial explosão”, “perto de Bab el-Mandeb” no Iémen, aconselhando os comandantes dos navios na região a “terem cautela”.
Também o Pentágono revelou hoje que o navio de guerra norte-americano USS Carney e vários navios comerciais foram atacados no Mar Vermelho.
Estes incidentes ocorrem em pleno aumento das tensões no Mar Vermelho, após os rebeldes Houthi terem tomado o navio mercante Galaxy Leader com seus 25 tripulantes em 19 de novembro.
O Galaxy Leader era operado por uma empresa de navegação japonesa, mas pertencia a uma empresa britânica propriedade de um empresário israelita.
Dias depois, dois mísseis balísticos foram lançados de uma área controlada pelos rebeldes no Iémen, caindo a cerca de 10 milhas náuticas de um ‘destroyer’ dos Estados Unidos, o USS Mason, segundo o Pentágono.
Na quarta-feira, uma embarcação militar dos Estados Unidos que navegava no sul do Mar Vermelho abateu um ‘drone’ lançado de uma área do Iémen controlada pelos Houthis.
Os rebeldes fazem parte do chamado “eixo de resistência” contra Israel, juntamente com grupos palestiniano Hamas e libanês Hezbollah, todos apoiados pelo Irão, e que têm lançado uma série de ‘drones’ e mísseis contra Israel desde o início da guerra na Faixa de Gaza.
Milícias pró-iranianas também retomaram hoje os seus ataques contra instalações com presença dos Estados Unidos no Iraque e na Síria pela primeira vez após o fim, na sexta-feira, da trégua entre Israel e o movimento islamita Hamas na Faixa de Gaza.
O grupo Resistência Islâmica no Iraque afirmou num comunicado publicado na rede Telegram que os seus combatentes atacaram “a base de ocupação dos Estados Unidos Hajar-Khirbet al Jir, no nordeste da Síria, com uma grande barreira de foguetes e atingiram os seus alvos diretamente”.
Este novo ataque em solo sírio foi precedido por outro contra uma base militar com presença norte-americana no aeroporto de Erbil, no norte do Iraque, onde a Resistência Islâmica disse ter lançado um ‘drone’ durante a última madrugada.
A guerra em curso no Médio Oriente começou em 07 de outubro, após um ataque do braço armado do movimento islamita palestiniano Hamas, que incluiu o lançamento de milhares de ‘rockets’ para Israel e a infiltração de cerca de 3.000 combatentes que mataram mais de 1.200 pessoas, na maioria civis, e sequestraram outras 240 em aldeias israelitas próximas da Faixa de Gaza.
Em retaliação, as Forças de Defesa de Israel dirigiram uma implacável ofensiva por ar, terra e mar àquele enclave palestiniano, fazendo mais de 15.000 mortos, deixando cerca de 6.000 pessoas sepultadas sob os escombros e 1,7 milhões de deslocados, que enfrentam uma grave crise humanitária, perante o colapso de hospitais e a ausência de abrigo, água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.
As partes cessaram as hostilidades durante uma semana no âmbito de uma trégua mediada por Qatar, Egito e Estados Unidos, mas os confrontos regressaram na sexta-feira após falta de entendimento para prorrogar o acordo.
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