Carneiro critica PSD por "agora prometer tudo e a todos" e avança com medidas sociais 24
“Vi que agora [referindo-se a propostas apresentadas no sábado pelo líder do PSD] fazem propostas para valorizar as pensões. Recordo-me que o PPD/PSD, quando estava no Governo, queria cortar as pensões em 600 milhões (…). Os portugueses, felizmente, têm boa memória”, disse José Luís Carneiro.
No Porto, em declarações aos jornalistas e após almoçar com o presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), Lino Maia, bem como com o provedor da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Manuel Lemos, o candidato a líder dos socialistas apresentou um conjunto de propostas sociais.
Questionado sobre se o fazia hoje depois de no sábado Luís Montenegro ter avançado, entre outras medidas, que quer aumentar para 820 euros o rendimento mínimo dos pensionistas até 2028, José Luís Carneiro garantiu que não anda a reboque do PSD, partido que, disse, “fez cortes que o PS teve de repor”.
“Os portugueses lembram-se que quando [Luís Montenegro] era líder parlamentar defendia políticas com as quais estivemos em total oposição desde cortes nas pensões, cortes nos salários, o apelo a que os jovens e os professores deixassem o país. Estamos num Governo do PS, do qual me orgulho de fazer parte, que repôs salários, repôs pensões, valorizou rendimentos, promoveu o maior aumento do salário mínimo desde que há memória no nosso país”, disse o candidato a secretário-geral do PS.
E insistiu: “Os portugueses, mais do que eu, conhecem o valor das palavras daquelas que apareceram ontem [sábado] num congresso de revisão estatutária que serviu para prometer tudo e a todos ao mesmo tempo”.
Antes, José Luís Carneiro apresentou um conjunto de medidas sociais, entre as quais a contratualização de um acordo com as instituições sociais para garantir o reforço de 50% na capacidade das consultas, cirurgias e exames de diagnóstico.
O candidato a líder do PS também quer retomar o programa “Voltar a Casa” dedicado a idosos que estão em hospitais por falta de retaguarda familiar.
“Há capacidade para que, em seis meses, consigamos garantir o regresso de 300 idosos a casa com retaguarda proporcionada pelas instituições particulares de solidariedade social”, disse.
Em causa está um programa que já foi lançado, mas “estagnou” com a pandemia a covid-19.
Outra proposta de José Luís Carneiro passa por garantir resposta hospitalar junto dos idosos que se encontram nas instituições e criar equipas hospitalares que se desloquem aos lares e instituições para dar acompanhamento médico aos idosos, evitando que estes vão aos hospitais “de noite e em situações muito difíceis”, por exemplo.
José Luís Carneiro falou ainda da “importância de uma resposta articulada e em rede para a saúde mental e as demências” e quer se sejam criadas medidas “o mais célere possível” para pessoas em situação de sem-abrigo.
“É cada vez mais um problema grande. Deram-me números hoje muito alarmantes. Todas semanas há cerca de mais 40 cidadãos na rua”, referiu.
O candidato defendeu que sejam feitos investimentos “em diálogo com a Conferência Episcopal” para reabilitar as várias instalações dos Centros Diocesanos Distritais de forma a acolher pessoas que tenham essa necessidade.
Às eleições diretas socialistas de 15 e 16 de dezembro apresentaram-se até agora três candidatos, o atual ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, o ex-ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos e Daniel Adrião, dirigente da linha minoritária de oposição ao atual secretário-geral, António Costa.
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