O grupo afirmou que, independentemente de outras opiniões, ações ou posições públicas que possa ter sobre o ato de remoção do cartaz, optou por dialogar com a CMO, representada pelo seu Vice-Presidente, Francisco Rocha Gonçalves.
"Depois do infeliz episódio no qual foi retirado do seu suporte sem aviso prévio (e de forma a que continuamos a questionar a legalidade), o nosso cartaz em Algés, e da consequente onda de protestos, congratulamo-nos com o facto da Câmara Municipal de Oeiras ter aberto diálogo e demonstrado junto dos orgão de comunicação social vontade de repor o referido cartaz, parte desta campanha fundada por mais de 300 pessoas e apoiada por muitas mais", avança, em comunicado, o movimento 'This Is Our Memorial', explicando que, durante a tarde desta quinta-feira, voltou ao contacto com a autarquia, "propondo a reinstalação do cartaz num local próximo ao original".
"Recebendo feedback positivo da Câmara Municipal de Oeiras e confirmação da sua reposição, aguardamos agora que esta seja efectuada conforme prometido", diz, concluindo, no comunicado enviado aos órgãos de informação: "Esperamos que, uma vez recolocado o cartaz, o foco mediático volte a ser a solidariedade com as vítimas dos abusos pela Igreja Católica e a falta de uma resposta adequada face aos acontecimentos descritos no relatório da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja Católica Apostólica Romana Portuguesa".
Importa lembrar que o grupo 'This Is Our Memorial' comunicou que tomou conhecimento da vontade da CMO em repor o cartaz, que relembrava as conclusões do relatório sobre os abusos sexuais de crianças na Igreja Católica, via comunicação social. A CMO concordou em ceder uma posição de suporte físico para o cartaz.
O grupo afirmou que, independentemente de outras opiniões, ações ou posições públicas que possa ter sobre o ato de remoção do cartaz, optou por dialogar com a CMO, representada pelo seu Vice-Presidente, Francisco Rocha Gonçalves. O objetivo principal do movimento é dar voz às vítimas de abusos sexuais e quebrar o silêncio das instituições. Por isso, os seus membros pretendem repor o cartaz o mais rápido possível em Algés, sendo que os outros dois mantêm-se em Loures e na Alameda D. Afonso Henriques.
É de ressaltar que a Comissão Independente recebeu um total de 564 testemunhos relacionados com casos de abusos sexuais na Igreja Católica entre 1950 e 2022. Após cuidadosa validação, 512 desses testemunhos foram considerados autênticos e válidos. Com base nessas amostras, a Comissão estimou que existem cerca de 4.815 vítimas de abuso sexual no total. No entanto, esse número pode ser ainda maior, representando apenas uma parte do problema, constituindo a "ponta do iceberg".
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