Inspecionado último navio com cereais no Mar Negro 24
“A inspeção da carga do [navio] TQ SAMSUN foi finalizada pelo Centro de Coordenação Conjunta” (JCC), afirmou a entidade em comunicado, especificando que foi a 1972.ª realizada desde 01 de agosto de 2022 no âmbito da Iniciativa de Cereais do Mar Negro.
O cargueiro de bandeira turca “deixou no domingo o porto de Odessa, sul da Ucrânia, e chegou hoje ao local de inspeção a norte de Istambul, no Mar Negro”, segundo o JCC, que foi responsável por supervisionar a implementação destes acordos assinados em julho 2022 entre a Ucrânia, Rússia, Turquia e Nações Unidas.
Cada embarcação com destino ou origem em portos ucranianos teve de passar por uma inspeção conduzida por representantes das quatro partes do acordo, que expira hoje à meia-noite de Istambul (22:00 em Lisboa).
Numa declaração anterior, o JCC disse que as inspeções podem durar entre duas horas e mais de quatro horas.
Os ucranianos acusam regularmente os russos de prolongar deliberadamente o exame de navios de carga.
A Rússia opôs-se à extensão do acordo enquanto as suas exigências sobre o comércio dos seus próprios produtos agrícolas, prejudicadas pelas sanções contra os seus bancos, não forem atendidas, e hoje denunciou a extensão do entendimento.
O acordo sobre os cereais ucranianos permitiu, apesar da guerra em curso na Urânia desde a invasão russa em 22 de fevereiro de 2022, colocar no mercado mais de 30 milhões de toneladas de cereais e produtos agrícolas.
Em reação, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, sustentou que, “mesmo sem a Rússia, tudo deve ser feito para usar este corredor” no Mar Negro.
“Não temos medo”, disse, num comentário partilhado na rede social Facebook pelo seu porta-voz, Serguei Nykyforov.
A suspensão mereceu comentários do secretário-geral da ONU, António Guterres, a alertar que centenas de milhões de pessoas vão pagar pela decisão da Rússia de romper com o acordo.
O Presidente da Turquia afirmou, por sua vez, acreditar que o seu homólogo russo, Vladimir Putin, “quer manter” o acordo.
“Daremos passos nesse sentido, com um telefonema a Putin, sem esperar por agosto”, declarou
O recuo de Moscovo em relação à prorrogação da Iniciativa dos Cereais do Mar Negro, que já vinha ameaçando caso não fossem atendidas as suas exigências, recebeu críticas contundentes da Comissão Europeia, e também de alguns dos principais aliados de Kiev, como os Estados Unidos, Comissão Europeia, Reino Unido Alemanha, França e Alemanha, alertando igualmente para o seu impacto em milhões de habitantes em países vulneráveis.
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