Inaugurada ponte ciclopedonal sobre rio Trancão que liga Lisboa a Loures 24
“Falou-se muito do investimento [na JMJ]. Esta ponte é um investimento de 4,1 milhões de euros, mas são 4,1 milhões de euros que valem a pena, que valem a pena nesta ligação entre as cidades, que valem a pena naquilo que é o trabalho de todos e que é aquilo que é a nossa missão: construir cidade, mais cidade”, declarou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas (PSD).
Também o presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão (PS), destacou o propósito comum de servir a população, considerando “espetacular” a obra que transformou “uma lixeira, um espaço degradado” num parque verde, com uma ponte para fazer a ligação entre os dois concelhos vizinhos, aproximando-os “de uma forma única”.
Apesar de ser um investimento feito a propósito da JMJ, que se realiza de 1 a 6 de agosto, a ponte ciclopedonal sobre o rio Trancão pode ser utilizada, a partir de hoje, pela população em geral, fazendo parte de um percurso de 60 quilómetros de frente ribeirinha que no futuro irá ligar Vila Franca de Xira a Cascais.
Além dos autarcas, a inauguração da ponte contou com a presença do cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, e do presidente da Fundação JMJ, bispo Américo Aguiar.
A ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, também foi convidada, mas não pode comparecer por estar num Conselho de Ministros fora de Lisboa.
“Por uma vez, neste país, em que muitas vezes somos criticados por nada estar pronto antes dos eventos, é bom que todos aqui vejam que Lisboa e Loures estão prontos. Estamos prontos para receber sua santidade o Papa”, afirmou o social-democrata Carlos Moedas, referindo que ambas as câmaras municipais, que mudaram de força política nas autárquicas de 2023, começaram “a trabalhar do zero” na preparação para a JMJ.
Em resposta a questões dos jornalistas, o autarca de Lisboa assegurou que a ponte está pronta a ser utilizada, desconhecendo “alguma questão que haja de segurança” que aponte para o encerramento da infraestrutura no dia da visita do Papa, decisão que depende do Governo.
“Há uma boa possibilidade que sua santidade o Papa possa passar de um lado para o outro esta ponte”, adiantou, referindo que a ponte foi dimensionada por “bons engenheiros e bons construtores”, pelo que “não há aqui nenhuma questão de reforço” da infraestrutura e “o Papa pode passar a ponte de várias maneiras”, inclusive no papamóvel.
O autarca de Loures agradeceu aos representantes da Igreja Católica, organizadora do evento, e ao Governo “por terem escolhido este local para se fazer a Jornada Mundial da Juventude, porque sem ela também não seria possível, porventura, fazer todo este investimento e todo este projeto”.
“Muita especulação houve, muito se disse e é bom ver que todos estamos a cumprir e que o investimento está a ser feito para bem da população”, apontou o socialista, perspetivando que “daqui a um mês e pouco” seja inaugurado o restante passadiço de madeira no concelho, com cerca de seis quilómetros e que se insere no percurso de 60 quilómetros de frente ribeirinha que irá ligar Vila Franca de Xira a Cascais.
O cardeal-patriarca de Lisboa reforçou que esta é “uma ponte com vários significados”, desde a ligação entre os dois concelhos à fruição da zona ribeirinha por parte da população: “Primeiro com a Expo-98, agora com a Jornada Mundial da Juventude, tudo isto tem sido ocasião para fazer este reencontro, esta ponte entre as populações e o Rio Tejo”.
“O Papa Francisco é um pontífice em todo o sentido do termo e em todas aceções da palavra, quer no sentido religioso, quer no sentido humano e humanitário”, realçou Manuel Clemente, considerando que “nada melhor do que aliar este suporte material, como esta ponte tão bela o é, com este suporte anímico que o Papa Francisco representa”.
A ponte ciclopedonal sobre o Rio Trancão foi financiada em 50% por fundos europeus no âmbito do Programa Operacional Regional de Lisboa 2014-2020 (Lisboa 2023), indicou a Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR LVT), Teresa Almeida, indicando que o projeto se insere na mobilidade sustentável e na valorização da frente ribeirinha.
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