Seis mortos e 18 feridos em bombardeamento russo na Ucrânia 24
“Às 18:00 locais (17:00 de Lisboa), contabilizámos cinco mortos e 15 feridos”, indicou o governador da região de Donetsk, Pavlo Kirilenko, na plataforma digital Telegram.
“É possível que sete pessoas, entre as quais uma criança, se encontrem sob os escombros”, acrescentou.
Pouco depois, Daria Zarivna, conselheira do Presidente da República ucraniano, Volodymyr Zelensky, indicou que uma criança de dois anos que tinha sido resgatada com vida dos escombros morreu a seguir, na ambulância, elevando para seis o número de vítimas mortais do bombardeamento russo. Também o número de feridos seria revisto, de 15 para 18.
Sloviansk situa-se numa zona da região de Donetsk sob controlo ucraniano, 45 quilómetros a noroeste de Bakhmut, perto do território controlado pelas forças russas.
O Presidente ucraniano acusou a Rússia de “bombardear violentamente” edifícios residenciais e de “matar pessoas em pleno dia”.
Num comunicado, o gabinete do procurador regional de Donetsk indicou que foi aberto um inquérito preliminar, no âmbito de um processo criminal por violação das leis da guerra.
“Segundo as informações preliminares, os ocupantes [russos] utilizaram um sistema de mísseis antiaéreos S-300 contra a população civil”, lê-se no texto.
Equipas de socorro procuravam sobreviventes no último andar de um prédio de habitação da era soviética e eram visíveis colunas de fumo negro a erguer-se de casas em chamas do outro lado da rua, noticiou a agência de notícias francesa AFP, no local.
“Moro do outro lado da rua e estava a dormir quando ouvi uma enorme explosão. Saí a correr do meu apartamento”, relatou Larisa, uma habitante de 59 anos, precisando que o impacto do bombardeamento quebrou os vidros das janelas e projetou pedaços de vidro para o interior de toda a casa.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 415.º dia, 8.490 civis mortos e 14.244 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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