Volta de Bolsonaro alimenta desinformação nas redes e guerra de versões entre políticos

Jair Bolsonaro

A recepção a Bolsonaro em Brasília foi alvo de disputa de narrativas entre apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-mandatário (Imagem: Facebook/air Messias Bolsonaro)

Apoiadores do ex-presidente 💥️Jair Bolsonaro aproveitaram seu retorno ao 💥️Brasil, nesta quinta-feira, para disseminar desinformação nas💥️ redes sociais, enquanto parlamentares travaram uma guerra de versões sobre a chegada do político ao país após três meses nos 💥️Estados Unidos.

Militantes bolsonaristas compartilharam vídeos de eventos antigos em apoio ao ex-presidente como se tivessem sido gravados hoje em Brasília, onde Bolsonaro desembarcou de manhã.

É o caso, por exemplo, de um vídeo que circula no TikTok com as hashtags “papai chegou de viagem” e “Bolsonaro voltou”, mas que mostra um ato realizado em Porto Velho (RO) no feriado de 7 de setembro de 2022. A gravação acumulou centenas de milhares de visualizações em diferentes publicações na rede social.

No Twitter, um vídeo de um passeio de moto de Bolsonaro em Chapecó (SC) em junho de 2023 foi publicado na manhã de hoje com a legenda “papai chegou”. A gravação acumulava quase 60 mil visualizações até esta tarde.

A Reuters Fact Check checou um vídeo publicado no Facebook que, na véspera da volta de Bolsonaro ao Brasil, dizia que uma “arquibancada” estava sendo montada para receber o ex-presidente. As imagens são de um ato de campanha eleitoral em Cuiabá, em setembro, organizado por outro candidato. O vídeo recebeu mais de 150 mil visualizações.

Nos três casos, a reportagem conseguiu identificar os vídeos originais por meio de busca de imagem a partir de trechos das gravações. Placas, bandeiras e monumentos também são elementos que ajudam a identificar os locais onde as gravações foram feitas.

No Facebook, Instagram e Twitter, os termos “presidente verdadeiro” e “legítimo presidente” foram utilizados por alguns apoiadores de Bolsonaro para comemorar seu retorno ao Brasil — uma insinuação de que as últimas eleições foram fraudadas, apesar de não haver qualquer indício de irregularidade.

Ao longo de seu mandato, Bolsonaro questionou por diversas vezes o sistema eleitoral brasileiro sem apresentar evidências das supostas irregularidades. Por causa de tais declarações, o ex-presidente tornou-se alvo de investigação aberta pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Disputa de narrativas

A recepção a Bolsonaro em Brasília foi alvo de disputa de narrativas entre apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-mandatário.

O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) afirmou que “Bolsonaro retornou mobilizando multidões, como sempre”, enquanto o também deputado Gustavo Gayer (PL-GO) disse que havia “uma multidão” esperando pelo ex-presidente em frente à sede do PL na capital federal. O influenciador Kim Paim escreveu no Twitter que “metade de Brasília parou” para ver Bolsonaro.

Já o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que a recepção organizada por apoiadores de Bolsonaro “flopou” (“fracassou”), mesmo termo usado em redes sociais pelas deputadas federais Talíria Petrone (PSOL-RJ), Maria do Rosário (PT-RS) e Érika Kokay (PT-DF).

A Reuters procurou a Polícia Militar do Distrito Federal para saber se a corporação fez uma estimativa do número de pessoas que foram receber Bolsonaro no aeroporto de Brasília e na sede do PL, mas não teve resposta de imediato.

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