Comissão de inquérito à TAP quer fazer 60 audições que começam
De acordo com o presidente da comissão parlamentar de inquérito à tutela política da gestão da TAP, o socialista Jorge Seguro Sanches, as seis primeiras audições vão nas próximas três semanas, estando ainda por definir a ordem de acordo com os contactos com as personalidades que vão ser ouvidas.
Para além do inspetor-geral das Finanças, António Ferreira dos Santos, da ex-governante Alexandra Reis, da presidente executiva, Christine Ourmières-Widener, do presidente do Conselho de Administração, Manuel Beja, juntam-se a este primeiro grupo, que começa a ser ouvido a partir da próxima semana, o administrador financeiro, Gonçalo Pires, e o presidente da CMVM, Luís Laginha de Sousa.
Os 60 pedidos de audição dos diferentes partidos com assento na comissão foram aceites durante a reunião, mas depois os deputados que compõem a mesa e coordenadores ficaram a decidir à porta fechada quais seriam os primeiros seis nomes a ser ouvidos.
Entre os pedidos dos partidos, há vários nomes que se repetem em todos os requerimentos, entre eles a presidente executiva da TAP, o presidente do Conselho de Administração, Manuel Beja, a antiga administradora e ex-governante Alexandra Reis, o ex-ministro Pedro Nuno Santos e atual responsável pelas Finanças, Fernando Medina.
O partido que apresentou mais pedidos foi o PSD, com 43 personalidades, enquanto as listas mais reduzidas foram as do PS e do Chega.
Apesar do tema das audições ter sido o primeiro na agenda, o presidente optou por começar com uma exposição sobre o ponto de situação dos pedidos de documentação.
Segundo Seguro Sanches, a maioria dos documentos já foi entregue no parlamento – faltando responder cerca de 20 pedidos -, havendo, no entanto, 100 que chegaram classificados pelas entidades.
O presidente da comissão explicou que a Assembleia da República não dispõe de um software certificado para garantir “os níveis de segurança” exigidos para a consulta dos documentos e foi decidido disponibilizar uma sala – batizada pelo deputado do PCP Bruno Dias como “sala das coisas secretas” – com 10 computadores para que as pessoas autorizadas possam aceder aos mesmos.
No entanto, Seguro Sanches adiantou que a partir de sexta-feira começará a ser feito um esforço para a desclassificação de todos documentos em que isso seja possível, que o presidente antecipou que será “um conjunto significativo de documentos”.
Durante a discussão deste tema, a deputada do BE Mariana Mortágua manifestou preocupações sobre a garantia de que todos os grupos parlamentares têm acesso a esses terminais, bem como a disponibilidade sala e o respetivo horário, receios aos quais se associou o deputado do PSD, Hugo Carneiro.
✅(Artigo atualizado às 22h39)
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