'Sempre teve o sonho de estudar e nunca teve oportunidade', diz sobrinha de universitária hostilizada por ter 40
A sobrinha da universitária que foi hostilizada por estar na faculdade aos 40 anos fez uma postagem nas redes sociais lamentando o que aconteceu na instituição em Bauru (SP). Um vídeo que mostra três estudantes debochando da mulher gerou revolta nas redes sociais 💥️.
A jovem disse, na publicação, que a tia trabalhava desde pequena para ajudar a mãe e, por isso, não teve oportunidade de estudar. Agora, a mulher conseguiu realizar o sonho de cursar biomedicina.
Na mesma publicação, a sobrinha também pediu um posicionamento da universidade. “Que tipo de tratativa vocês vão dar para essas alunas de vocês? Que tipo de profissional essas meninas vão ser? Fico indignada”, questionou.
1 de 3 Sobrinha da estudante de 40 anos se manifestou sobre o caso em Bauru em uma rede social — Foto: Instagram/ReproduçãoSobrinha da estudante de 40 anos se manifestou sobre o caso em Bauru em uma rede social — Foto: Instagram/Reprodução
O vídeo viralizou nas redes sociais nesta sexta-feira (10). Na postagem, uma das universitárias aparece gravando um vídeo para uma rede social enquanto conversa com as outras duas.
No vídeo, ela ironiza: “Gente, quiz do dia: como ‘desmatricula’ um colega de sala?”. Logo depois, outra responde: 💥️“Mano, ela tem 40 anos já. Era para estar aposentada”. “Realmente”, concorda a terceira.
Em seguida, a estudante que grava o vídeo diz: 💥️“Gente, 40 anos não pode mais fazer faculdade. Eu tenho essa opinião”. Elas chegam a dizer que a mulher “não sabe o que é Google”.💥️
2 de 3 Vídeo de meninas de Bauru gera indignação — Foto: Reprodução
Vídeo de meninas de Bauru gera indignação — Foto: Reprodução
De acordo com a assessoria da universidade, as três mulheres são alunas de biomedicina, maiores de idade. Ao g1, uma delas disse que 💥️as três estão arrependidas do que falaram e que o vídeo foi uma "brincadeira de mau gosto".
Ela contou que as imagens foram postadas inicialmente no "close friends" do Instagram (recurso que permite que o usuário selecione seguidores específicos), mas acabou saindo da roda de amigos e viralizou.
O 💥️g1 também conversou com a vítima do caso, mas ela preferiu não dar entrevista para se preservar.
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A universidade publicou uma nota na rede social horas depois, mas sem fazer menção direta ao caso.
A publicação também diz que “as oportunidades não são iguais para todo mundo em todos os momentos da vida. Sabemos, por exemplo, que os pais, muitas vezes, abrem mão da sua formação para oferecer as melhores oportunidades para seus filhos e, somente depois, optam por se profissionalizarem”.
3 de 3 Universidade publicou nota de posicionamento horas depois — Foto: Instagram/ReproduçãoUniversidade publicou nota de posicionamento horas depois — Foto: Instagram/Reprodução
Nos comentários da publicação, várias pessoas cobraram medidas por parte da instituição. "Não vai ter uma retratação das queridas? Uma ação disciplinar? Por acho que só um posicionamento não haverá mudanças!!!", disse uma mulher.
"Queremos uma ação disciplinar para que fiquem TODOS cientes que esse tipo de atitude é totalmente descabível e não venha se repetir nunca mais", comentou outra.
Ao💥️ g1, a assessoria da universidade disse que está tomando medidas em relação às universitárias envolvidas no caso. "Mas por respeito a todos os envolvidos estamos trabalhando no âmbito institucional e não divulgaremos", disse.
De acordo com uma das jovens que aparece no vídeo, a faculdade orientou as estudantes e "deu a oportunidade de recomeçar e amadurecer, mudar nossos pensamentos e perceber que comentários assim, sendo brincadeira ou não, são levados muito a sério".
Etarismo é o nome dado à discriminação e ao preconceito relacionado com a idade de uma pessoa. Essa repulsa pode resultar, inclusive, em violência verbal, física ou psicológica.
No dia a dia, o etarismo pode se manifestar de diferentes maneiras: como piadas, infantilização ou atitudes que geram exclusão da vítima. No meio profissional, esse preconceito também se mostra em postagens de candidaturas de vagas de emprego com limite de idade ou em frases como "você está velho para isso".
As denúncias de violações de direitos humanos podem ser feitas de maneira anônima pelo Disque Direitos Humanos, o Disque 100.
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