Franceses voltam a protestar contra proposta de reforma da Previdência de Macron
Franceses protestam contra reforma da previdência proposta por Macron — Foto: Christophe ARCHAMBAULT / AFP
Os franceses saíram às ruas neste sábado (11) para a sétima jornada de protestos contra a impopular reforma da Previdência do presidente Emmanuel Macron.
Os sindicatos convocaram o protesto para sábado com a esperança de atrair mais trabalhadores e esperam forçar Macron a recuar em sua iniciativa.
Dois terços dos franceses, segundo pesquisas, são contrários ao plano de elevar a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos a partir de 2030, além de antecipar para 2027 a exigência de contribuição por 43 anos (e não 42 como atualmente) para que o aposentado receba a pensão integral.
2 de 2 Policiais próximos a fogo ateado durante protestos contra a reforma da previdência, em Paris — Foto: Emmanuel DUNAND / AFPPoliciais próximos a fogo ateado durante protestos contra a reforma da previdência, em Paris — Foto: Emmanuel DUNAND / AFP
A rejeição dos franceses foi demonstrada em vários protestos desde 19 de janeiro, além de greves nos transportes e no setor de energia.
Até o momento, no entanto, as ações não conseguiram interromper a tramitação do projeto.
No sábado (11), o Senado francês aprovou a reforma da previdência promovida pelo presidente Emmanuel Macron.A votação foi um passo-chave para colocar em prática a reforma, que ainda precisa ser aprovada pela Assembleia Nacional, a câmara baixa do Parlamento francês, possivelmente na quinta-feira (16).
"Um passo importante foi dado", declarou a primeira-ministra Elisabeth Borne, após 195 senadores votarem a favor da proposta e 112 contra. "Apesar das tentativas de obstrução por parte de certos grupos, o debate democrático foi finalizado".
"É a reta final", disse Marylise Leon, secretária-geral adjunta do sindicato CFDT. "Tudo está em jogo agora", declarou em entrevista à rádio Franceinfo.
A tensão sobre a reforma atingiu o pico esta semana, depois que Macron se recusou a aceitar reuniões com representantes dos sindicatos, o que provocou "muita irritação", segundo Philippe Martinez, líder do sindicato CGT.
"Quando milhões de pessoas estão nas ruas, quando há greves e tudo o que recebemos do outro lado é o silêncio, as pessoas perguntam: O que mais temos que fazer para sermos ouvidos?", afirmou, antes de pedir um referendo sobre a reforma previdenciária.
"Como ele está muito seguro de si, o presidente da República deveria consultar o povo. Veremos qual é a resposta do povo", propôs.
"Imploro aos que governam este país que saiam desta forma de negação do movimento social", insistiu o líder do sindicato CFDT, Laurent Berger.
A polícia espera a presença de entre 800.000 e um milhão de pessoas nos 230 protestos organizados em todo o território.
Pouco depois das 17h30 locais, a CGT informou à AFP que quase 300.000 pessoas protestaram na capital, um número muito menor que o registrado na terça-feira.
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