Por que o mercado entendeu que o Magazine Luiza (MGLU3) não é a Americanas (AMER3)
(Imagem: Reprodução/Youtube)
O 💥️Magazine Luiza (💥️MGLU3) parecia que teria um dia difícil na Bolsa. O papel chegou a derreter mais de 7%, porém conseguiu diminuir a queda e fechar em estabilidade de 0,03%.
Mais do que o resultado, considerado positivo por parte do mercado, o que chamou a atenção foi o fato relevante comunicando que a empresa investiga uma denúncia anônima que aponta práticas ilegais de bonificação relativas a compras por parte distribuidores e fornecedores.
Segundo a varejista, foram mencionados na denúncia três distribuidores, os quais ao longo do exercício de 2022 representaram, aproximadamente, 3,5% do valor total de compra de mercadorias da Magazine Luiza.
Em meio ao trauma da 💥️Americanas (💥️AMER3), que reportou rombo de R$ 20 bilhões, investidores se preocuparam com o impacto para o papel.
Segundo Fernando Ferrer, analista da 💥️Empiricus, a prática de receber bonificações de fornecedores devido ao atendimento do volume de compras acima do acordado é uma prática normal e representou R$ 390 milhões em 2022.
“Não parece ser um caso 💥️Americanas. Parece algo muito mais pontual, envolvendo poucas pessoas, para beneficio próprio. Não tem nenhum beneficio para a empresa. É negativo, mas não é isso que está guiando o desempenho dos papéis”, completa.
Já Ricardo Brasil, fundador da Gava Investimentos, diz que o investidor pede, acima de tudo, transparência, algo que o 💥️Magazine Luiza fez.
“Se tem erro, fale agora ou calasse para sempre. Não que o mercado ignore a denúncia, mas precisa deixar transparente o que está fazendo. Isso é positivo. Mas se for uma denúncia que é verdade e que o Magalu usou uma manobra contável para esconder, aí a coisa vai se complicar”, coloca Ricardo Brasil, fundador da Gava Investimentos.
Além disso, ele lembra que a criação de um comitê já deixa o mercado mais tranquilo.
“É de se preocupar porque se não fosse algo que não gerasse impacto para a empresa, nem teria se transformado em fato relevante. Mas, o mais importante é apurar o que aconteceu. Talvez não tenha acontecido nada. Os erros acontecem”, completa.
Na visão de Paola Mello, analista da gestora GTI, a notícia é certamente negativa, e é preciso levá-la a uma investigação mais profunda para apurar exatamente o que acontece e coibir este tipo de prática no futuro.
“Porém, não me parece um caso similar ao da 💥️Americanas. Só uma investigação mais profunda poderá nos dizer se isso foi um caso isolado ou se existem problemas estruturais”, completa.
De qualquer forma, completa, ascende uma luz amarela para o investidor. “É melhor ter cautela nesse momento”, diz.
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