Prefeitura de SP estuda medidas judiciais para derrubar muro de condomínio de alto padrão em Moema que agravou enchentes
Muro de condomínio em Moema que, segundo moradores, impede o escoamento da água em situações de alagamentos. — Foto: Deslange Paiva/ g1
A Prefeitura de São Paulo informou nesta sexta-feira (10) que estuda medidas administrativas e judiciais para derrubar um muro de um condomínio, que impede a vazão de água na Rua Gaivota, em Moema, bairro nobre na Zona Sul da capital.
Segundo moradores e a administração municipal, as enchentes pioraram por conta do muro. Na quarta (8), Nayde Pereira Capelano, de 88 anos, morreu em um dos alagamentos da Rua Gaivota, onde está o muro. O carro dela ficou submerso durante a forte chuva. Na noite de quinta (8), a neta de Nayde denunciou em uma rede social como o muro impede o escoamento de água da região em dias de chuva. O bairro nobre foi o mais atingido pela chuva de quarta-feira.
Além disso, a Prefeitura informou também que "outras nove ações já estão em curso para reintegrações de posse de ocupações irregulares que culminaram na impermeabilização do solo ao longo do Córrego Uberabinha, todos eles nas proximidades da tragédia na esquina da Rua Gaivota com Ibijaú".
O 💥️g1 questionou a Prefeitura sobre quais são essas reintegrações, mas até a publicação desta reportagem não teve retorno.
Nesta sexta (10), Ricardo Nunes (MDB), prefeito da capital, informou que o muro foi feito de forma irregular pelo condomínio. “Se eu tiver hoje a autorização judicial nós já vamos fazer hoje. É inaceitável que um condomínio faça um muro daquele de forma irregular e irresponsável. Muito possivelmente se aquele muro não estivesse ali não teríamos o que aconteceu”.
2 de 4 Na quarta uma idosa morreu em um alagamento na Rua Gaivota, onde está o muro. — Foto: Deslange Paiva/ g1Na quarta uma idosa morreu em um alagamento na Rua Gaivota, onde está o muro. — Foto: Deslange Paiva/ g1
Nesta sexta, o 💥️g1 esteve no local enquanto chovia e presenciou um alagamento se formando. Também conversou com um funcionário da Defesa Civil que estava na região. Segundo a Defesa Civil, onde os condomínios do local estão posicionados é uma reta natural de escoamento de água.
Moema está mais propenso a sofrer com alagamentos por estar em uma área de várzea, ou seja, com muitas nascentes e córregos, a maioria canalizada. A região também está em uma área baixa em comparação com seus arredores, segundo informações do Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE).
💥️Moema foi o bairro mais atingido pela chuva na capital:
💥️Como ocorre um alagamento?
Segundo o CGE, em situações de chuvas fortes como a de ontem, a água escorre de outros locais para o bairro e encontra as águas endêmicas da região, o que sobrecarrega o sistema de águas pluviais — uma infraestrutura que é projetada para coletar e remanejar o excesso de água da chuva, para evitar enchentes.
Quando o sistema é sobrecarregado, acaba provocando o alagamento.
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Nayde Pereira Capelano, de 88 anos, morreu no alagamento na Rua Gaivota. O carro dela ficou submerso durante a forte chuva que atingiu a capital paulista. Os bombeiros foram acionados e tentaram reanimar a mulher, mas não conseguiram. A vítima sofreu uma parada cardiorrespiratória.
Segundo a Polícia Militar, Nayde perdeu o controle do veículo, bateu em uma árvore e ficou presa na enxurrada. Conforme apurado pela 💥️TV Globo, a mulher tinha saído para buscar remédios em um posto de saúde.
Quando começou a chover, ela encostou em um posto de combustíveis para aguardar a chuva diminuir. Depois de um tempo esperando, ela decidiu continuar o trajeto para casa e passou por um local que estava alagado. Nayde não conseguiu fazer o retorno e nem sair do veículo.
3 de 4 Nayde Pereira Capelano, 88 anos, morreu em alagamento na Zona Sul de SP — Foto: Reprodução/TV GloboNayde Pereira Capelano, 88 anos, morreu em alagamento na Zona Sul de SP — Foto: Reprodução/TV Globo
Em relato para o registro da ocorrência, uma neta de Nayde contou que, apesar da idade avançada, a avó era muito ativa e "dirigia pra cima e pra baixo".
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), "foram solicitados exames periciais ao IC e ao IML". O caso foi registrado como "morte suspeita" no 27º Distrito Policial (Campo Belo).
4 de 4 Veículo de vítima de enchente em Moema, nesta quarta-feira (8) — Foto: Reprodução/TV GloboVeículo de vítima de enchente em Moema, nesta quarta-feira (8) — Foto: Reprodução/TV Globo
Uma mulher que trabalha como porteira em um prédio na rua disse que presenciou o momento do ocorrido.
A mulher ainda destacou que esse tipo de situação é frequente no local.
"Já aconteceu isso várias vezes. Eu já salvei muita gente afogada aqui dentro do carro. Eu amarrei aquelas mangueiras de bombeiros para ajudar as pessoas aqui porque, toda vez que chove, acontece isso", contou.
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