IPCA sobe 0,84% em fevereiro, puxado por gastos com educação
IPCA: mais uma vez, destaque para o grupo de Educação, em virtude dos reajustes de preços praticados no início do ano. — Foto: Júlio César Costa/g1
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador considerado a inflação oficial do país, subiu 0,84% em fevereiro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado vem na sequência de um avanço de 0,53% em janeiro e foi mais brando que em fevereiro de 2022, mês que havia fechado com alta de 1,01%
Com isso, 💥️o país passa a ter uma inflação acumulada de 5,60% na janela de 12 meses.
Os dois primeiros meses de 2023 acumulam alta de 1,37% nos preços. Neste mês, oito dos nove grupos de preços registraram alta. A exceção foi vestuário (-0,24%), que também teve queda em janeiro (-0,27%).
Na outra ponta, o grande peso para o resultado do IPCA de fevereiro foi o grupo de Educação, que teve alta de 6,28% no mês. Segundo o IBGE, essa foi a taxa mais alta desde fevereiro de 2004, quando houve variação de 6,70%.
💥️Na composição geral, o grupo representou 0,35 ponto percentual do total do índice no mês. A alta elevada reflete os reajustes de mensalidade praticados no início do ano.
A abertura do grupo de Educação mostra que o ensino médio registrou a alta percentual mais relevante (10,28%), mas foi acompanhado de perto pelo ensino fundamental (10,06%), pré-escola (9,58%) e creche (7,20%). O maior peso, contudo, vem do ensino fundamental, que trouxe impacto de 0,15 ponto percentual no índice do mês.
O IBGE ainda destaca altas relevantes no ensino superior (5,22%), em cursos técnicos (4,11%) e pós-graduação (3,44%). Os cursos regulares, que reúnem todas essas categorias, tiveram aumento médio de 7,58%.
O grupo Saúde e cuidados pessoais (1,26%) também teve peso importante no resultado do IPCA de fevereiro, em especial por conta dos itens de higiene pessoal, que tiveram alta de 2,80%. Dentro da composição do índice, o grupo teve peso de 0,16 ponto percentual para o resultado final.
Já o grupo Habitação, que subiu 0,82% em fevereiro, teve contribuição importante dos preços de energia elétrica residencial (1,37%). Ainda dentro de grupo, houve alta de 0,88% vinda do aluguel residencial. Ambos são aumentos sazonais que costumam pesar nesta época do ano.
O grupo Transportes ainda não foi pressionado em fevereiro pela reoneração dos impostos sobre combustíveis, que será de R$ 0,47 para a gasolina e de R$ 0,02 para o etanol. O retorno dos impostos federais só foi anunciado no dia 28, e deve se refletir nos preços apenas em março.
Ainda assim, a maior contribuição para a alta de Transportes (0,37%) veio da gasolina, que subiu 1,16%. Já etanol (-1,03%), gás veicular (-2,41%) e óleo diesel (-3,25%) tiveram quedas superiores a 1%, ressalta o IBGE.
Outro destaque foi a redução expressiva de preços de passagens aéreas: queda de 9,38%.
O único grupo que registrou redução de preços nesta medição do IBGE foi Vestuário. Trata-se de um setor que acumulou sucessivas altas desde o impacto da pandemia de Covid-19, em virtude da redução de compra causada pelo isolamento social e por conta das quebras da cadeia logística.
Neste mês, destaque para as quedas das roupas masculinas (-0,58%) e femininas (-0,45%).
Por fim, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) — que é usado como referência para reajustes do salário mínimo, pois calcula a inflação para famílias com renda mais baixa — teve alta de 0,77% em fevereiro. Em janeiro, a alta foi de 0,46%.
Assim, o INPC acumula alta de 1,23% no ano e de 5,47% nos últimos 12 meses. Em fevereiro de 2022, a taxa foi de 1%.
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