Caso Thiago Brennand: governo de SP abre processo por discriminação contra mulher

Thiago Brennand está foragido — Foto: Reprodução/Instagram 1 de 2 Thiago Brennand está foragido — Foto: Reprodução/Instagram

Thiago Brennand está foragido — Foto: Reprodução/Instagram

A Secretaria da Justiça e Cidadania do estado de São Paulo abriu um processo administrativo para apurar denúncia, registrada pela Coordenação de Políticas para a Mulher, contra o empresário Thiago Brennand por atos de violência relacionados com a modelo Helena Gomes.

O caso ocorreu em 3 de agosto nas dependências da academia Bodytech no Shopping Iguatemi, em São Paulo, durante treino realizado por vários alunos e foi mostrado pelo Fantástico.

A conduta de Thiago teria, em tese, infringido a Lei estadual nº 17.431/2021, regulamentada pelo decreto estadual nº 66.546/2022, que aplica penalidades administrativas a atos de discriminação contra mulheres.

O processo administrativo, com direito a defesa, avaliará se o empresário violou o artigo 155, incisos VI e VII da lei, que tratam, respectivamente, da prática de ato que cause constrangimento e ofensa à honra ou à integridade física. O processo administrativo está sob sigilo até a decisão final.

“O Governo de São Paulo não tolera a intolerância, nem qualquer discriminação contra mulheres e hoje há mais uma forma de enfrentá-la, por meio de processo administrativo”, explicou o secretário da Justiça e Cidadania, Fernando José da Costa.

O empresário Thiago Fernandes Vieira Brennand em imagem de arquivo. — Foto: Reprodução/Instagram 2 de 2 O empresário Thiago Fernandes Vieira Brennand em imagem de arquivo. — Foto: Reprodução/Instagram

O empresário Thiago Fernandes Vieira Brennand em imagem de arquivo. — Foto: Reprodução/Instagram

Na segunda-feira (3), a Justiça negou um pedido de trancamento do crime de corrupção de menor e a revogação da prisão preventiva para Brennand.

O empresário, que aparece num vídeo agredindo a modelo Helena Gomes depois de discutir com ela numa academia, é procurado pela Polícia Civil de São Paulo desde o último dia 27.

Além disso, ele é investigado por suspeita de ter feito mais 11 vítimas: estuprado ao menos mais nove mulheres e de ter obrigado três delas a tatuar as iniciais do seu nome: "TFV". Além disso, também é acusado de ter agredido dois homens.

O empresário de 42 anos é considerado foragido da Justiça desde que sua prisão preventiva foi decretada, em 23 de setembro, a pedido do Ministério Público (MP). Foi determinado que a 💥️Polícia Federal💥️ (PF) inclua nome e foto dele na lista de procurados da Interpol, a Difusão Vermelha da polícia internacional.

Brennand virou réu por lesão corporal contra uma mulher e corrupção de menor de idade. No pedido liminar negado nesta semana, a defesa alegou ele está sendo "caçado como troféu ao combate à violência contra mulher".

Mesmo sendo considerado foragido, Thiago também teria enviado e-mails aos Ministério Público e reclamado sobre a maneira que seu nome foi escrito.

A prisão foi decretada por ele ter descumprido uma decisão judicial e não ter se apresentado para entregar o passaporte num prazo de dez dias já vencidos. Thiago viajou em 3 de setembro para Dubai, nos Emirados Árabes. Segundo sua defesa alegou à época, ele voltará ao Brasil em 18 de outubro.

Ele embarcou no avião antes de a Justiça aceitar a denúncia do Ministério Público e torná-lo réu pelos crimes de crimes de lesão corporal e corrupção de menores no caso que envolve uma aluna da Bodytech. A Promotoria também o acusa de incentivar o filho dele, menor de 18 anos, a ofender a mulher, de 37 anos.

Em entrevista ao 💥️g1 e à 💥️TV Globo, o delegado-geral de São Paulo, 💥️Osvaldo Nico Gonçalves, confirmou a informação de que Brennand é procurado também pela Polícia Federal.

Procurada, a defesa do empresário não quis se manifestar.

A Justiça também proibiu o empresário de frequentar academias e de se aproximar de testemunhas. Ele ainda não foi interrogado.

O 💥️Núcleo de Atendimento à Vítima de Violência (NAVV) do Ministério Público começou a ouvir as 11 novas vítimas que acusam Brennand de crimes. Entre elas estão nove mulheres que disseram ter sido estupradas pelo empresário. Sendo que três falaram que ele as obrigou a tatuarem as iniciais dele em seus corpos.

Os casos acima teriam ocorrido entre 2023 e este ano em Porto Feliz, no interior paulista, onde o empresário tem residência num condomínio de alto padrão. Entre as vítimas, estão mulheres que o conheceram pelas redes sociais ou pessoalmente e tiveram algum contato ou relacionamento com ele. Uma delas falou com o :

Além das mulheres, ao menos dois homens acusam o empresário de agressões. Um foi um enfermeiro de um hospital na capital; outro um garçom de um hotel em Porto Feliz.

Um vídeo obtido pelo 💥️g1💥mostra a confusão. A vítima contou ao 💥️Fantásticoque estava saindo de moto do trabalho quando cruzou com o carro do empresário, que o agrediu 💥.

Desde o início da repercussão do caso, a defesa de Brennand tem negado as acusações de que o empresário agrediu Helena dentro da academia e de que incitou seu filho a xingar a aluna. Em entrevista ao 💥️Fantástico, o empresário chegou a alegar que fez "uso comedido da força" quando puxou os cabelos da aluna.

De acordo com a Justiça, Helena passou a ser perseguida por Brennand depois que ele pediu o número do telefone dela na academia e a convidou para sair para jantar. Como ela não aceitou, o empresário a destratou e a agrediu.

Durante as investigações, a Polícia Civil apreendeu acessórios para armas de Brennand dentro de uma mala em um armário dele que fica no Centro Equestre do Condomínio Fazenda Boa Vista, em Porto Feliz .

Uma perícia irá apontar se os equipamentos estão legalizados. Logo após a operação, o Exército suspendeu o certificado de registro de CAC (sigla para colecionador de armas, atirador e caçador desportivo), que permitia a Thiago ser colecionador de armas.

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