Seguranças do Metrô de SP não têm protocolo para agir quando detectores de metal usados em estações são acionados; vídeo

O Metrô de São Paulo iniciou em setembro testes para a implementação de detectores de metais em estações como uma das medidas para combater a onda de violência registrada neste ano. Atualmente, os detectores são utilizados de forma itinerante em quatro estações, segundo a companhia. O 💥️g1 foi a duas delas portando metais para testar os equipamentos e, em nenhum dos casos, teve problemas para passar pelas catracas mesmo após a ocorrência de sinais sonoros.

Ao menos 15 casos de violência foram registrados no Metrô e na CPTM neste ano na cidade de São Paulo, segundo levantamento exclusivo da TV Globo. Entre eles, houve episódios envolvendo vítimas baleadas e esfaqueadas, além de roubos.

Detectores de metais colocados na estação Belém. — Foto: Deslange Paiva/ g1 1 de 2 Detectores de metais colocados na estação Belém. — Foto: Deslange Paiva/ g1

Detectores de metais colocados na estação Belém. — Foto: Deslange Paiva/ g1

Em 5 de outubro, os detectores estavam nas estações São Judas, da Linha 1-Azul, e Belém, da Linha 3-Vermelha.

Segundo passageiros ouvidos pelo 💥️g1, a medida é ineficiente. “As pessoas criam vários métodos para diminuir os casos de violência, mas não diminui. Pode amenizar, mas não vai mudar. A presença de pessoas, de seguranças, poderia diminuir muito mais do que os detectores. Além de gerar um incômodo pessoal, se eles pararem [quando o sistema for acionado], vão atrapalhar toda a nossa viagem”, afirma a promotora Dara Carolina de Oliveira, que passava pela estação Belém.

Deodina Barbosa, que conta pegar Metrô todos os dias, já foi vítima de assalto em estações. "Já fui assaltada duas vezes dentro de estações, na plataforma. Não acho que vai ser essa medida que vai resolver o problema. Nas duas vezes em que fui assaltada, não vi um segurança. Então, infelizmente, eu acho que essa medida não vai funcionar, eu ando com coisas de metais, passei ontem pelo detector e simplesmente não aconteceu nada", afirma.

Um segurança da estação Belém que não será identificado informou à reportagem que a medida é "mais para ver a reação do passageiro sobre os detectores, como ele se comporta com a presença” e que até o momento não presenciou nenhum problema. Ele não soube informar sobre qual seria o procedimento no caso do acionamento dos detectores.

Segundo o Metrô, os detectores que estão sendo utilizados atualmente foram os mesmos testados em 2009 pela companhia.

Detectores na estação São Judas da Linha 1 - Azul. — Foto: Deslange Paiva/ g1 2 de 2 Detectores na estação São Judas da Linha 1 - Azul. — Foto: Deslange Paiva/ g1

Detectores na estação São Judas da Linha 1 - Azul. — Foto: Deslange Paiva/ g1

Para Felippe Angeli, gerente de advocacy do Instituto Sou da Paz, o fato de não ficar clara a utilidade dos detectores de metais nem os procedimentos que devem ser feitos pelos segurança nas estações pode configurar improbidade administrativa.

"De certa forma, independente se esses detectores são reutilizados de outra época, a gente pode chamar de improbidade administrativa, porque assim, se você tem um investimento público que não serve para nada, você está rasgando dinheiro público. Uma operação como essa custa dinheiro, nesse caso dinheiro público", afirmou.

O 💥️g1 e a 💥️TV Globo vêm questionando o Metrô sobre os detectores de metais 💥️desde 26 de setembro. Em uma primeira nota, a companhia informou que "os detectores de metais fazem parte das iniciativas do Metrô de São Paulo para intensificar a segurança em suas estações. Os equipamentos auxiliam na identificação do porte de armas de metal e inibem a ação de infratores. Como estratégia de segurança, a instalação é itinerante, com prazos de fixação alternados de acordo com a localização".

Mas não responderam sobre o protocolo que deve ser aplicado caso o detector sinalize a presença de objetos de metal.

Questionado novamente em💥️ 28 de setembro, a companhia encaminhou uma nova nota informando que os equipamentos possuem "um nível de sensibilidade suficiente para identificar o porte de armas de metal como revólveres e objetos cortantes. Objetos cotidianos em sua maioria têm baixa composição em metal e, quando identificados e apresentados pelo passageiro, são liberados. O uso das torres de detecção de metais é feito com o apoio de detectores portáteis, para uma análise mais precisa, em casos em que há a detecção de algo não justificado pelo passageiro. Qualquer pessoa que estiver portando arma sem autorização para isso, é encaminhado para a delegacia".

Informou também que "esses procedimentos serão fechados com a PM, até agora não passamos por isso". A reportagem questionou a Secretaria da Segurança Pública (SSP) do estado sobre o protocolo e recebeu a informação de que a responsabilidade sobre os detectores é do Metrô.

Em 💥️7 de outubro, após o 💥️g1 ir até as estações, o Metrô voltou a informar que "os testes com os detectores são parte das estratégias de reforço da segurança do Metrô, que vem acompanhado da parceria com a Polícia Militar para a atuação de policiais nas estações. Além de detectar objetos de metal que podem ser usados como armas, a ação reforça a todos a constante vigilância dos locais por onde o passageiro passa e inibe infratores. A instalação itinerante dos detectores é estratégica, visando melhor monitoramento dos diferentes locais de atuação dos infratores".

Disse ainda que os "portais de detecção são usados pelo Metrô desde 2009 em situações pontuais, como alguns eventos, e estão funcionando normalmente, sendo ajustados para detectar metais por níveis e sinalizar ao agente de segurança que a opera. Uma pessoa será abordada quando o equipamento detectar metal em nível que caracterize uma possível arma. A abordagem inclui o uso de detector portátil para checar com precisão a localização de uma possível arma sob porte de uma pessoa".

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