PT denuncia ameaças a Waguinho e decide não divulgar apoios de prefeitos a Lula
André Ceciliano, Lula, Daniela e Waguinho: apoio ao PT em Belford Roxo — Foto: Divulgação
Depois de anunciar com estardalhaço o apoio de Waguinho (União Brasil), prefeito de Belford Roxo, o PT mudou de estratégia e não vai mais divulgar quem está com Lula no segundo turno. O presidente da Assembleia Legislativa do estado do Rio de Janeiro, André Ceciliano, explica o motivo:
"O que a gente viu com Waguinho? Começam as ameaças, as insinuações, o contravapor. Foram ameaçar secretários, veio delegado da Polícia Federal para jogar piada, dizer que ia fazer operação, que ia prender. O próprio Waguinho recebeu ligações de Brasília. Então, a gente preferiu fazer conversas isoladas sem alarde, como estou fazendo, inclusive com prefeitos que são aliados do Bolsonaro. Estamos pedindo neutralidade. Já conversei com todos os prefeitos da Baixada. Mas tudo no sapatinho."
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A campanha de Lula não tem um coordenador no estado Rio. Os municípios foram divididos por zonas de influência, e Ceciliano ficou justamente com a Baixada, onde o candidato do PT perdeu nos 11 municípios. Inclusive em Belford Roxo, de Waguinho, que representa 2,6% de eleitores do estado. Lula teve 39% dos votos na cidade e Bolsonaro, 55%.
Desde o primeiro momento, Ceciliano atribuiu a derrota na Baixada a uma mudança de postura das igrejas evangélicas, que colocaram obreiros para fazer campanha de porta em porta, inclusive boca de urna. Como a versão poderia ser "choro de perdedor", o 💥️blog foi checar a versão com a campanha vitoriosa de Castro, que confirmou a participação dos evangélicos na campanha da porta para fora da igreja, com obreiros panfletando na rua.
O pedido de neutralidade para prefeitos da Baixada é a mesma estratégia utilizada nas conversas com lideranças evangélicas. A campanha de Lula no Rio está fazendo um esforço ativo para fazer com que lideranças que apoiaram Bolsonaro no primeiro turno "tirem o pé" agora no segundo turno. Um dos políticos que fazem parte da coordenação múltipla da campanha de Lula no Rio afirmou já ter se reunido com lideranças evangélicas importantes e arrancado, com sucesso, uma postura mais neutra.
"Estamos sendo sinceros e sensatos para com esses nomes. Eles mesmos têm de ter um pragmatismo e não apostarem tudo em Bolsonaro. O primeiro turno já passou. Já conseguiram se eleger e eleger os nomes que queriam. Agora, não é nem apoiar Lula. Basta não fazerem campanha enfática para Bolsonaro", disse.
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