Do passinho ao teatro: conheça a história de três pessoas que tiveram a vida transformada por ações sociais
Seja no palco de teatro ou com o pé no chão do passinho, a arte mudou a realidade de três moradores do Rio: Enzo Filipe, de 9 anos, MC Carol Felix, de 34, e Rodrigo Verol, de 24. Eles tiveram o primeiro contato artístico através de ações sociais nas suas comunidades. Hoje, levam o aprendizado para outras pessoas.
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Enzo Filipe nos bastidores de gravação — Foto: Arquivo pessoal
💥️Enzo Filipe é protagonista do filme 💥️Flores Vermelhas (2022), que mostra a violência nas favelas cariocas pelo olhar de uma criança. Ele interpreta o personagem Matheus, que é cuidado pelo irmão mais velho e a namorada enquanto a mãe trabalha para levar o sustento da casa.
Com direção de Érica Sansil, o longa mostra momentos de violência nas comunidades e a visão de Matheus, que vê flores vermelhas no lugar de corpos.
“A infância do Enzo e a do personagem são muito parecidas, o Enzo viveu tudo isso na Cidade Alta. Foi bem difícil para ele relembrar tudo o que viveu”, conta Carol, a mãe do menino.
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Bastidores de gravação do filme Flores Vermelhas — Foto: Arquivo Pessoal
A vida artística do Enzo começou aos 2 anos e meio, quando ele passou a dançar no Passinho Carioca, uma companhia de dança e arte social que atua em comunidades da Zona Norte. Com 4 anos, ele se apresentou no maior evento de funk a céu aberto do mundo, o Rio Parada Funk.
Enzo nasceu e cresceu na Cidade Alta, na Zona Norte, com os três irmãos e a mãe.
O talento para o teatro se revelou com o espetáculo "Resistência: um sonho se realiza",💥️ do Passinho Carioca. Ele não chegou a se apresentar, mas participou dos ensaios. Foi ali que descobriu uma paixão e um dom.
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Mc Carol Felix se apresentando — Foto: Arquivo pessoal
💥️Caroline Vicente Felix, de 34 anos, conhecida como MC Carol Felix, é mãe do Enzo e também é artista. Ela conta que a arte transformou a vida dela desde cedo.
Ela atua no Passinho Carioca desde a sua criação, onde começou a se profissionalizar como dançarina e cantora. Desde criança, era espontânea e se encantava pela arte.
“Meu primeiro contato com a arte eu tinha 17 anos, foi através de uma ONG da Cidade Alta em parceria com o Governo Federal. A gente fazia cursos ou qualquer atividade e ganhava a bolsa e a qualificação profissional”, lembra a MC.
Agora, o Passinho Carioca também atua no social com rodas de conversa, palestras e ações em locais vulneráveis. “Quando a gente ajuda o próximo, ele ajuda mais a você do que você a ele. Isso é transformador, eu me sinto realizada”, conta a ativista.
“Eu, mais uma vez, tive que me reformular e estudar para me tornar uma palestrante sobre alguns temas que atingem a nossa favela e a sociedade como um todo”, afirma Carol.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/m/v/4lu8XbSa6KXfGKPZfu1Q/rodrigo.jpeg)
Rodrigo Verol em peça de teatro — Foto: Arquivo pessoal
Graduando de Artes Cênicas pela Celso Lisboa, 💥️Rodrigo Verol chegou a morar na rua com a mãe. Hoje, ele é professor de teatro e diretor artístico do Instituto Mundo Novo, na comunidade da Chatuba, na Baixada Fluminense, instituição que transformou a vida dele.
O pai de Rodrigo foi morto por traficantes em uma comunidade do Rio, o que forçou a saída dele e da mãe da casa onde moravam. Sem renda e sem ter para onde ir, eles tiveram que viver na rua por um tempo.
Ele conheceu o Instituto Mundo Novo aos 14 anos através da namorada, que hoje é sua esposa. Lá, ele começou a trabalhar como jovem aprendiz e a ter aulas de teatro nas horas vagas.
"Depois que eu comecei as aulas, eu me apaixonei. Eu e minha mãe passamos muita dificuldade e foi o instituto que nos ajudou a seguir", conta Rodrigo.
Hoje, como professor, dá aulas na instituição e também fora dela com o projeto Arte na Mala. Com seus materiais de arte, dança e teatro, ele vai até locais que nunca tiveram acesso a esse tipo de cultura.
“Eu levo para as escolas públicas, levo até o final do morro onde não tem mais asfalto, onde as ruas não têm nome”, explica o artista.
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Rodrigo com o projeto Arte na Mala em escola de Mesquita — Foto: Arquivo pessoal
“A minha história foi fundamental para a minha transformação, o instituto me transformou de uma forma tremenda”, ressalta Rodrigo.
O Instituto Mundo Novo é uma ONG que atua em Mesquita, na Baixada Fluminense, e atende cerca de 200 crianças por dia com aulas de arte, teatro, dança, pintura e também alfabetização e reforço escolar. Lá as crianças recebem alimentação ao longo do dia.
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