Thiago Brennand: relembre casos em que herdeiro está envolvido

Thiago Fernandes Vieira fumando um charuto em imagem de arquivo — Foto: Reprodução/Instagram 1 de 2 Thiago Fernandes Vieira fumando um charuto em imagem de arquivo — Foto: Reprodução/Instagram

Thiago Fernandes Vieira fumando um charuto em imagem de arquivo — Foto: Reprodução/Instagram

O empresário e herdeiro Thiago Brennand, que aparece em um vídeo agredindo a modelo Helena Gomes em uma academia de São Paulo no fim de agosto, foi preso pela Interpol nos Emirados Árabes na quinta-feira (13). Ele é investigado, denunciado e réu em ao menos três casos.

Brennand foi preso em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes, após a prisão ser determinada pela Justiça brasileira por ele não ter entregado o passaporte e saído do país.

O empresário havia deixado o Brasil em 3 de setembro, poucos dias após reportagem do Fantástico revelar as agressões. Em 9 de setembro, a Justiça deu prazo de 10 dias para Brennand retornar ao Brasil, mas ele não voltou.

O Exército suspendeu, em 9 de setembro, o certificado de registro de CAC (Caçador, Atirador desportivo e Colecionador de armas) dele. Como CAC, Thiago tinha o direito de usar e transportar armas para participar de eventos.

Em 27 de setembro, foi determinada a prisão dele por não ter se apresentando e não ter entregado o passaporte. Segundo sua defesa alegou à época, ele voltaria ao Brasil em 18 de outubro.

💥️Veja abaixo alguns dos casos em que ele está envolvido, segundo a polícia e o Ministério Público.

Em um dos casos, Thiago foi investigado em um inquérito interno na faculdade de direito da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em 2013. Na época, foi apontado comportamento “desrespeitoso e agressivo em relação aos demais colegas e professores”, segundo o documento.

Em março daquele ano, na sala de aula, Thiago pediu para se sentar perto da parede para ficar ao lado da tomada com um notebook e atrás de outra aluna.

Em seguida, o cabelo da jovem teria tocado na tela do aparelho. Conforme o registro, de forma agressiva, ele teria segurado o cabelo dela e jogado para a frente.

Em 7 de março daquele ano, a jovem se sentou longe dele, mas, em um determinando momento, Thiago teria pegado o material da universitária e o jogado em outra carteira. Durante uma nova confusão, ele teria mostrado fotos de armas para a classe, sendo uma delas com uma criança, que segurava uma suposta metralhadora.

Os membros da comissão da Faap começariam a ouvir todos os envolvidos em 1º de abril de 2013.

Em nota ao g1, anteriormente, a faculdade afirmou que, em atenção à Lei Geral de Proteção de Dados (Lei 13.709/2018), “não divulga informações de seus alunos e ex-alunos”.

Em 2016, a funcionária de um restaurante na Zona Sul de São Paulo registrou um boletim de ocorrência e entrou na Justiça contra Thiago por danos morais.

Conforme o relato da vítima à Justiça, ela recepcionava clientes em 11 de agosto quando Thiago entrou no local com a família, a abraçou e tocou as nádegas dela.

Em seguida, ao ser questionado pela funcionária, o homem começou a xingá-la na frente de outros clientes. O dono do local foi avisado. Foi pedida medida protetiva, e a entrada do empresário passou a ser proibida. O caso foi registrado na delegacia como injúria.

Em setembro de 2023, houve um acordo entre as partes como um “mal-entendido” na situação, sem dano moral nem indenização. Contudo, o empresário decidiu pagar R$ 10 mil à mulher “sem reconhecimento de culpa”.

Em 15 de abril de 2023, a mãe do filho de Thiago foi até a delegacia de crimes contra crianças e adolescentes de Pernambuco. À polícia, ela contou que no início do ano havia sido procurada pelo jovem, que morava na Rússia com o pai àquela época, e contou que estava sendo “espancado” pelo empresário.

Quando o menino e o pai vieram ao Brasil, o garoto, então com 14 anos, disse para a mãe que estava sendo vítima de agressões físicas e torturas psicológicas. Ela teria mandado passagens aéreas e o jovem saiu de casa sem avisar Thiago.

“Teve uma época que ele me bateu muito com uma baqueta de bateria. Ele tinha uma banda, quando eu menos esperava, ele já tava me batendo com a baqueta”, contou aos policiais.

Dias depois, a mãe prestou novas declarações e disse que o menino conversou com o pai e o responsável havia se comprometido a mudar o comportamento.

Em uma nova situação, o filho mudou a versão. Afirmou que havia mentido e que “se ele me bateu, foi pouco, não foi muito”.

O Ministério Público se manifestou em 29 de maio deste ano pelo arquivamento do caso por “não haver indícios de conduta dolosa ou culposa”. O inquérito foi arquivado em junho.

Uma mulher, que não quis se identificar, relatou ao Fantástico que foi forçada a fazer uma tatuagem com as iniciais de Brennand. Ela também contou que foi mantida em cárcere privado, sofreu agressões e teve um vídeo íntimo divulgado sem consentimento.

Nesta sexta-feira (14) o empresário brasileiro foi denunciado pelo caso pelo MP por nove crimes. A mulher afirma que foi obrigada a tatuar as iniciais dele em Porto Feliz, interior de São Paulo.

Brennand está sendo denunciado por: estupro (cinco vezes), cárcere privado, tortura, lesão corporal de natureza gravíssima, coação no curso do processo, constrangimento ilegal (três vezes), ameaça (quatro vezes), registro não autorizado da intimidade sexual e divulgação de cena de estupro ou sexo (oito vezes).

O funcionário da segurança de um clube de hipismo da Grande São Paulo entrou com ações nas esferas criminal e cível contra Thiago.

Em agosto de 2023, foi pedida a instauração de inquérito policial para apurar a possível prática dos crimes de injúria e ameaça pelo empresário contra o funcionário do clube.

Conforme os autos, o sócio se portava de forma agressiva e andava com uma suposta arma. Em 14 de agosto de 2023, por volta das 17h, o empresário teria tentado entrar no clube e ofendido o funcionário.

Em 28 de agosto, o Fantástico revelou vídeo de Brennand agredindo a modelo Helena Lopes dentro de uma academia em um shopping de São Paulo. As imagens são de 3 de agosto. Segundo a modelo, o empresário disse: "Vou cuspir em você porque você merece".

O Ministério Público o denunciou por corrupção de menor por ter supostamente incentivado o filho durante a confusão e lesão corporal contra mulher. A Justiça o tornou réu e decretou a prisão depois de ele ter descumprido as medidas impostas, como a entrega do passaporte.

A vítima contou à polícia que estava saindo de moto do trabalho quando cruzou com o carro de Thiago em 11 de março deste ano. À polícia, no dia 31 de maio deste ano, Thiago alegou que a acusação do garçom Vitor Machado era falsa e que não estava no condomínio no dia das agressões.

Um vídeo obtido em 15 de setembro mostra o que seria a confusão. As imagens estão em um inquérito que investiga uma agressão contra um garçom de um hotel em um condomínio de luxo em Porto Feliz, interior de São Paulo, em março deste ano. A vítima contou que estava saindo de moto do trabalho quando cruzou com o carro de Thiago.

No início de outubro, e-mails revelaram que o próprio MP já foi alvo de tentativas de intimidação. No pedido de prisão preventiva, a juíza mencionou dois e-mails que foram enviados por Thiago a uma promotora. O Fantástico teve acesso aos documentos.

Três meses antes da agressão na academia, Thiago acusou um homem e uma mulher de calúnia e difamação. Quando a promotora decidiu pelo arquivamento do inquérito, Thiago escreveu: "Foi o maior absurdo jurídico que já presenciei. E esta opinião se estende por todos os meus amigos e advogados".

Em um segundo e-mail, ele continuou: "A meu ver, vossa excelência apenas reiterou o caráter pessoal que era ostensivo em vossas manifestações. A força do Direito deve sempre superar o direito da força. Contudo, diante de vossa excelência, me parece que não há solução. Será que todos os amigos que consultei, e que militam na seara do direito penal, estão errados? Advogados, policiais, magistrados, membros de ministérios públicos, etc.? Só vossa excelência tem razão? Me parece que o clima já defenestrou as fronteiras do profissional, sendo razoável que outro promotor possa avaliar o caso".

O empresário Thiago Brennand em imagem de arquivo. — Foto: Reprodução/Instagram 2 de 2 O empresário Thiago Brennand em imagem de arquivo. — Foto: Reprodução/Instagram

O empresário Thiago Brennand em imagem de arquivo. — Foto: Reprodução/Instagram

Entre as vítimas ouvidas pelo 💥️Fantástico está um técnico de enfermagem que afirma ter sido agredido pelo empresário dentro de um hospital em São Paulo.

O funcionário do hospital conta que chamou o empresário pelo nome e disse que ia lhe mostrar onde ficava o vestiário. Foi quando as agressões começaram.

“Aí ele começou a falar: você é um bosta, você é um palhaço, você é um bosta. Você acha que tá falando com quem?”, conta.

Segundo ele, durante a discussão, Thiago desferiu um soco em seu ombro. O técnico de enfermagem registrou um boletim de ocorrência por agressão.

O 💥️Fantástico mostrou no dia 4 de setembro também que havia um pedido de medida protetiva feito pelo cavaleiro e medalhista olímpico Doda Miranda para a Justiça que proibisse e Thiago de se aproximar dele e da família.

“Ele dizia que ia na hípica, que ia entrar e que ia agredir tanto a ele como outras pessoas e quem estivesse ali. E ele sempre se mostrava realmente uma pessoa descontrolada. Ele fazia questão de enaltecer a condição dele de grande lutador” , disse o advogado de Doda Miranda.

Segundo um primo do empresário, que tem câncer, Thiago mandou entregar um caixão e uma coroa de flores em sua casa.

“Jason, do câncer, Cancinho. Descanse em paz. Ele me chama de Cancinho”, contou o primo.

“Já tá todo mundo sabendo da metástase, Cancinho. Que pena, né? Parece ferrugem no teu corpo”, comentou Thiago em áudio enviado a ele.

A família de Thiago tem negócios no ramo hospitalar no Recife. Nas redes sociais, ele diz ter feito pós-doutorado na universidade de Oxford, na Inglaterra. Mas a instituição confirmou ao 💥️Fantástico que não encontrou nenhum registro de aluno com o nome dele.

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