Líder de Paraisópolis diz que comunidade 'não tinha conhecimento de qualquer agenda' de Tarcísio na região nesta
O líder comunitário mais conhecido de Paraisópolis, Gilson Rodrigues, integrante do grupo G10 Favelas e da União do Moradores e do Comércio de Paraisópolis (UMCP), afirmou nesta segunda-feira (17) que nenhuma liderança da favela tinha conhecimento sobre agenda de campanha de Tarcísio de Freitas (Republicanos) na comunidade nesta data 💥️.
Nas redes sociais, Rodrigues lamentou a troca de tiros envolvendo a equipe de segurança do candidato do Republicanos ao governo de São Paulo, mas declarou que não foi “feito nenhum tipo de convite a nenhum dos nomes que concorrem a cargos eletivos neste pleito” para visitar a comunidade nesta segunda (17).
“Paraisópolis tem uma tradição em receber políticos, autoridades, artistas e personalidades, sendo reconhecida como uma comunidade pacífica e organizada. É importante ressaltar, contudo, que nenhum representante do G10 Favelas ou da União do Moradores e do Comércio de Paraisópolis (UMCP) - entidade que representa a comunidade, tinha conhecimento de qualquer agenda de candidatos na comunidade nesta data. Tampouco foi feito nenhum tipo de convite a nenhum dos nomes que concorrem a cargos eletivos neste pleito”, afirmou.
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Favela de Paraisópolis, em São Paulo, em 2023 — Foto: BBC
Gilson Rodrigues é o principal interlocutor da comunidade de Paraisópolis com as autoridades de São Paulo e costuma ser o articulador de todas as visitas de autoridades públicas na região. Durante a pandemia, ele atuou junto ao grupo G10 Favelas para levar ajuda aos moradores que mais necessitavam de apoio.
Ele também atuou na interlocução com o Poder Pública após a morte de nove jovens durante ação da Polícia Militar no chamado 'Baile da DZ7', dentro da comunidade, em 2023.
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Nesta segunda (17), ele está em Salvador, na Bahia, participando de um evento nacional sobre oportunidades para comunidades vulneráveis e diz que, por isso, não articulou nenhuma visita com políticos para a região.
“Lamentamos pelo ocorrido em Paraisópolis nesta segunda-feira (17) durante a visita de um dos candidatos ao governo do estado. Paraisópolis possui uma população trabalhadora e honesta que precisa de investimentos para transformar sua realidade”, afirmou.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/e/3/DlJDErRpusaS36S9NvjA/whatsapp-image-2022-10-17-at-11.52.22.jpeg)
Candidato do Republicanos sentado no chão após tiros na comunidade — Foto: Reprodução/TV Globo
“A comunidade quer participar da política e fazer com que os representantes do poder público possam ajudar a transformar as vidas de todos os que aqui residem, com respeito às diferentes visões partidárias e estando abertos ao debate nas mais amplas esferas”, completou.
Em entrevista coletiva, Tarcísio foi questionado sobre o contato com a comunidade, que teria ocorrido apenas uma hora antes da visita. O candidato afirmou que, quando a agenda foi fechada, perguntou se estava tudo bem. "E me disseram que sim. Sempre há a preocupação se vai haver algum tipo de hostilidade."
O tiroteio envolvendo o candidato do Republicanos ocorreu por volta de 11h40, horário em que Tarcísio de Freitas visitava o Polo Universitário de Paraisópolis (💥️veja vídeo abaixo).
Logo após o episódio, o candidato do Republicanos afirmou nas redes sociais que sua equipe havia sido "atacada" por criminosos.
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou na tarde desta segunda-feira (17) que não é possível afirmar que o candidato Tarcísio de Freitas (Republicanos) tenha sido alvo de atentado em um tiroteio ocorrido durante evento de campanha na comunidade de Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo.
Segundo o secretário da Segurança, general João Camilo, o tiroteio aconteceu a cerca de 50 metros a 100 metros do local em que estava o candidato ao governo paulista e deve ter sido gerado "por um ruído" causado pela presença da polícia na área, que fazia a proteção do candidato.
"Nenhuma hipótese é dispensada, contudo, [com] os dados que nós temos até agora, eu não considero que esse fato que vá ao encontro do que o próprio candidato comentou [atentado], talvez ruído com a presença policial, talvez intimidação”, disse.
João Camilo afirmou também que no período eleitoral, a SSP mantém contato com as campanhas e a Polícia Federal, encerrada pela segurança dos candidatos.
O secretário da segurança afirmou que busca imagens de câmeras de segurança do local e do uniforme dos policiais militares que estavam na ação para tentar entender melhor o ocorrido.
"O evento ocorreu às 11h40, estamos com duas horas e alguma coisa da ocorrência. O Nico [Osvaldo Nico Gonçalves] delegado-geral está lá, uma equipe do DHPP com três delegados. Estamos buscando imagens do local e das câmeras dos uniformes dos próprios policiais", disse.
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O secretário da Segurança Pública do estado de São Paulo, general João Camilo, durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (17). — Foto: Reprodução/TV Globo
Segundo a polícia, Felipe Silva de Lima, de 27 anos, foi morto durante o tiroteio. Ele tinha duas passagens por roubo.
Ainda de acordo com a polícia, o homem foi baleado na mesma rua do Polo Universitário, mas em outro local, distante da sede. Ele chegou a ser levado para o Hospital Campo Limpo, mas não resistiu aos ferimentos.
Tarcísio estava no terceiro andar do prédio, cumprindo agenda de campanha, quando o tiroteio começou do lado de fora. O candidato deixou o local cerca de 20 minutos depois, acompanhado de seguranças e escoltado até uma van.
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Segundo a polícia, Felipe Silva de Lima, foi morto durante tiroteio em Paraisópolis, na Zona Sul de SP, na manhã desta segunda (17) — Foto: Reprodução/Polícia Civil
A agenda de Tarcísio em Paraisópolis foi colocada de última hora no domingo (16), às 21h15. Antes disso, a agenda enviada à imprensa não previa visita à comunidade.
O governador Rodrigo Garcia (PSDB), candidato derrotado nas eleições e que anunciou apoio a Tarcísio, afirmou que determinou investigação imediata do caso.
"Acabei de falar com Tarcísio de Freitas e ele e sua equipe estão bem. A polícia militar agiu rápido e garantiu a segurança de todos. Determinei a imediata investigação do ocorrido", disse em sua conta do Twitter.
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Tarcísio de Freitas deixa o local após troca de tiros na comunidade — Foto: Reprodução/TV Globo
Wallace Rodrigues, fundador de uma escola em Paraisópolis, estava na inauguração e acredita que o tiroteio tenha sido a cerca de 200 metros de onde estava o candidato. Imagens aéreas mostram uma marca de sangue no chão nesse ponto.
Questionado sobre o episódio durante um evento com jornalistas em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que ainda é prematuro dizer se houve um ataque à equipe de Tarcísio.
"Recebi um telefonema do Tarcísio, algumas imagens também. Tudo é preliminar ainda, eu não quero me antecipar. Se foi uma ação contra a equipe dele, se foi uma ação isolada, se algum conflito já estava havendo por haver na região. Então seria prematuro eu falar sobre isso", disse Bolsonaro.
O adversário de Tarcísio no segundo turno, Fernando Haddad (PT), disse que soube pelos jornalistas ao ser questionado sobre o tiroteio, e afirmou que "repudia qualquer tipo de violência".
Gilson Rodrigues, um dos líderes comunitários de Paraisópolis, disse que está na Bahia e que não tem detalhes do ocorrido. "Paraisópolis, como vocês sabem, é da paz, acolhe a todos, muito bem e tem tradição em receber a todos", disse.
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Mapa de Paraisópolis, onde ocorreu tiroteio durante agenda do candidato Tarcísio de Freitas — Foto: Arte: g1
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Candidato do Republicanos e equipe sentado no chão após tiros na comunidade — Foto: Reprodução/TV Globo
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Candidato ao governo de SP deixa local escoltado após tiro na comunidade — Foto: Reprodução/TV Globo
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