Vinte e três crianças já morreram por tiros ou espancadas em repressões a protestos no Irã, diz agência da ONU

No Irã, mulheres fogem da polícia durante protesto. — Foto: Associated Press 1 de 3 No Irã, mulheres fogem da polícia durante protesto. — Foto: Associated Press

No Irã, mulheres fogem da polícia durante protesto. — Foto: Associated Press

Vinte e três crianças foram mortas durante os protestos que eclodiram no Irã, e outras presas dentro de suas escolas e levadas para tratamento psicológico, afirmou nesta terça-feira (18) um porta-voz do escritório de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).

As mortes, de acordo com um relatório da agência da ONU, foram causadas por munição real, balas de metal à queima-roupa e espancamentos fatais.

As manifestações no Irã- sem precedentes na história do país - entraram na quarta semana. Os protestos eclodiram após a jovem Masha Amini, iraniana de origem curda de 22 anos, ser hospitalizada e morrer enquanto estava sob custódia policial por não usar o véu "adequadamente".

Ela viajava de férias com a família quando foi repreendida pela chamada polícia da moralidade do Irã.

Atleta iraniana Elnaz Rebaki, que competiu sem o véu islâmico, obrigatório para atletas do país, em campeonato na Coreia do Sul, em 17 de outubro de 2022. — Foto: Federação Internacional de Escalada Esportiva via Reuters 2 de 3 Atleta iraniana Elnaz Rebaki, que competiu sem o véu islâmico, obrigatório para atletas do país, em campeonato na Coreia do Sul, em 17 de outubro de 2022. — Foto: Federação Internacional de Escalada Esportiva via Reuters

Atleta iraniana Elnaz Rebaki, que competiu sem o véu islâmico, obrigatório para atletas do país, em campeonato na Coreia do Sul, em 17 de outubro de 2022. — Foto: Federação Internacional de Escalada Esportiva via Reuters

Também nesta terça-feira, a alpinista Elnaz Rebaki, que na segunda-feira (17) competiu em um campeonato na Coreia do Sul sem o véu islâmico, desapareceu ao retornar ao seu país.

Imagens da competição mostraram Rebaki, de 33 anos, escalando sem a vestimenta - o uso do véu islâmico é obrigatório no país, e, por lei, atletas também devem usá-los, mesmo em competições no exterior.

Em comunicado, a atleta alegou que seu véu caiu sem intenção e "havia uma programação ruim e fui chamada para competir de forma imprevisível".

Após retornar ao Irã, amigos e parentes não conseguiram mais saber do paradeiro da jovem. A embaixada do Irã na Coreia do Sul negou relatos sobre um suposto desaparecimento da atleta.

Imagem de arquivo da jovem iraniana Masha Amini, cuja morte sob custódia policial por 'uso inadequado' fez eclodir uma onda de protestos sem precedentes no país. — Foto: Reuters 3 de 3 Imagem de arquivo da jovem iraniana Masha Amini, cuja morte sob custódia policial por 'uso inadequado' fez eclodir uma onda de protestos sem precedentes no país. — Foto: Reuters

Imagem de arquivo da jovem iraniana Masha Amini, cuja morte sob custódia policial por 'uso inadequado' fez eclodir uma onda de protestos sem precedentes no país. — Foto: Reuters

As manifestações, que começaram em protesto pela morte de Amini em circunstâncias ainda não esclarecidas, pedem o fim da polícia da moralidade do Irã e miram até no governo.

Pela lei iraniana, que é baseada na Sharia - uma interpretação jurídica do Corão -, as mulheres devem usar o hijab, um tipo de véu islâmico que cobre a cabeça, o cabelo e o pescoço.

Dezenas de pessoas já morreram nos protestos, principalmente manifestantes, mas também forças de segurança. E centenas de outras foram presas.

Os protestos se espalharam também pelo mundo.

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