Celsinho da Vila Vintém deve deixar cadeia nesta terça-feira
💥️Celsinho da Vila Vintém, conhecido como um dos principais traficantes do Rio nos anos 1990, deve deixar a cadeia nesta terça-feira (18). Nesta segunda (17), 💥️Marcello Rubioli, juiz da Vara de Execuções Penais, concedeu liberdade a Celsinho no único processo que o mantinha preso.
Celsinho cumpria pena no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, e vai seguir respondendo ao processo em liberdade.
1 de 1 Celsinho da Vila Vintém em julgamento em 2017 — Foto: Brunno Dantas / TJ-RJCelsinho da Vila Vintém em julgamento em 2017 — Foto: Brunno Dantas / TJ-RJ
A prisão dele se deu por uma condenação, em primeira instância, a 15 anos de regime fechado por ter comandado a invasão da Rocinha, em 2017.
Em 11 de outubro, a 3ª Câmara Criminal revogou a prisão, e Celsinho ganhou o direito de recorrer em liberdade.
O alvará de soltura foi condicionado, no entanto, à ausência de outras pendências judiciais do réu. Nesta segunda, a Vara de Execuções Penais terminou de analisar e verificou que não havia outras penas que o impedissem de deixar a cadeia para responder em liberdade.
A prisão de Celsinho pela invasão na Rocinha ficou em xeque a partir da operação do Ministério Público deflagrada em setembro, que teve como um dos alvos o delegado Maurício Demétrio, acusado de envolvimento com o jogo do bicho.
Segundo os promotores, Demétrio teria usado de sua condição de autoridade policial para favorecer o grupo do bicheiro 💥️Fernando Iggnácio. Para isso, de acordo com a denúncia, em setembro de 2017, Demetrio teria negociado a transferência de Celsinho da Vila Vintém para a Penitenciária de Catanduvas, no Paraná, a fim de tirá-lo do caminho do bicheiro.
O nome de Celsinho foi incluído no inquérito de uma invasão da Rocinha, naquele ano, com a suposta ajuda do delegado 💥️Antônio Ricardo Lima Nunes, na época, titular da 11ª DP (Rocinha), quando não havia nada contra o chefe do tráfico da Vila Vintém, na Zona Oeste.
Entre 2002 e 2017, Celsinho esteve no presídio federal de Porto Velho, em Rondônia, por outras condenações, mas o prazo para sua permanência acabou, e ele retornou para o Rio.
Em nota, a defesa de Antônio Ricardo afirmou que “a investigação seguiu todos os trâmites legais, com depoimentos e perícias que comprovaram a participação de diversos criminosos de várias regiões do Rio de Janeiro, incluindo-se a Vila Vintém, Estácio e Pedreira, todos interessados em retomar o controle do narcotráfico na Rocinha”.
Apontado como um dos fundadores de uma das principais facções criminosas do Rio, a 💥️Amigos dos Amigos (ADA), ele participou como testemunha de defesa em um processo contra 💥️Luiz Fernando da Costa, o 💥️Fernandinho Beira-Mar, de uma facção rival, em outubro do ano passado.
Beira-Mar era julgado em relação à participação em uma das maiores rebeliões do complexo prisional de Bangu, na qual quatro presos foram assassinados.
Na época, Celsinho disse que tentou se proteger do ataque dos presos e que o Beira-Mar não estava junto. Ao ser encontrado, ouviu de traficantes rivais que não seria assassinado. “Vim aqui, como testemunha dele, para pagar a dívida, por terem me deixado vivo”, disse, sob olhar e sinais de concordância de Beira-Mar.
Celsinho ironizou a qualidade da penitenciária durante uma das perguntas em que foi citado o "presídio de segurança máxima" de Bangu 1. Antes de responder à questão, ele debochou: "Segurança máxima é brincadeira, né?”, afirmou, provocando risos.
Na rebelião, ocorrida em 2002, e que Beira-Mar foi acusado de comandar, foram mortos os traficantes, aliados a Celsinho, Ernaldo Pinto Medeiros (Uê), Carlos Alberto da Costa (Robertinho do Adeus), Wanderlei Soares (Orelha) e Elpídio Rodrigues Sabino (Pidi).
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