Conselho aprova uso de depósitos futuros do FGTS na compra de casa própria
O Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), formado pelo governo, representantes dos empregados e dos patrões, aprovou nesta terça-feira (18), por unanimidade, a possibilidade do uso de depósitos futuros nas contas vinculadas dos trabalhadores na compra de casas populares.
A medida vale somente para famílias com renda mensal bruta de até R$ 2,4 mil.
Foi estabelecido um prazo de três meses para regulamentação dos procedimentos operacionais pelas instituições financeiras. Deste modo, a modalidade estará disponível somente a partir de janeiro de 2023.
Com a medida, o saldo futuro, ou seja, valores a serem recebidos por meio do FGTS poderão ser usados como meio de "caução" (ficarem separados como forma de garantia) para aumentar a capacidade de pagamento no financiamento da casa própria.
A decisão de utilizar os depósitos futuros da conta vinculada do FGTS é exclusiva do trabalhador.
"Uma família [com as regras anteriores] consegue acessar um financiamento com prestação de R$ 500. Mas o imóvel que ela deseja teria que pegar um financiamento com a prestação de R$ 600. Com a medida, vai poder utilizado o crédito futuro que ela tem pra fazer a complementação e acessar esse imóvel que não conseguiria sem essa medida", explicou Helder Lopes Cunha, do Ministério do Desenvolvimento Regional.
De acordo com ele, a medida será importante para famílias de renda mais baixa.
Esse tipo de operação não está isento de riscos. Em vez de acumular o saldo no FGTS e usar o dinheiro para amortizar ou quitar o financiamento, como ocorre atualmente, o empregado terá bloqueados os depósitos futuros do empregador no FGTS.
Além disso:
O Ministério do Desenvolvimento Regional informou, por meio de nota ao 💥️g1, que os bancos poderão optar por oferecer essa modalidade de financiamento.
"Os bancos podem optar por ofertar ou não essa linha de crédito. Se aceitaram, e o cliente ficar inadimplente, podem ir atrás do imóvel", informou a pasta.
Ainda de acordo com o ministério, continua valendo a regra atual de pausa no pagamento das prestações por até seis meses por quem fica desempregado. O valor não pago é incorporado ao saldo devedor, conforme acordo entre a Caixa Econômica Federal e o Conselho Curador do FGTS.
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