Polícia Civil diz que movimentação de suspeitos armados gerou tiroteio no entorno do prédio onde Tarcísio estava em Paraisópolis

A diretora do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegada Elisabete Sato, afirmou nesta terça-feira (18) que a presença de motociclistas suspeitos armados no entorno do prédio onde estava o candidato Tarcísio de Freitas (Republicanos) gerou o tiroteio na comunidade de Paraisópolis na segunda (17).

O tiroteio interrompeu a agenda de campanha de Tarcísio no local e obrigou o candidato ao governo de SP a deixar o prédio às pressas. Nenhum integrante da equipe dele se feriu, mas um suspeito foi baleado e morto pela polícia na mesma rua 💥️(veja mais abaixo).

Sato afirmou que quatro policiais à paisana que trabalhavam na segurança do candidato perceberam a movimentação e se sentiram acuados, na medida em que outros motociclistas também começaram a rondar o prédio. A troca de armas entre os suspeitos foi observada pelos seguranças que estavam na rua onde acontecia o evento do candidato.

Homens aparentemente armados em Paraisópolis; Tarcísio de Freitas cumpriu agenda na região — Foto: Reprodução 1 de 9 Homens aparentemente armados em Paraisópolis; Tarcísio de Freitas cumpriu agenda na região — Foto: Reprodução

Homens aparentemente armados em Paraisópolis; Tarcísio de Freitas cumpriu agenda na região — Foto: Reprodução

O delegado geral de Polícia, Osvaldo Nico, e diretora do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegada Elisabete Sato em coletiva de imprensa nesta terça-feira (18). — Foto: Reprodução/TV Globo 2 de 9 O delegado geral de Polícia, Osvaldo Nico, e diretora do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegada Elisabete Sato em coletiva de imprensa nesta terça-feira (18). — Foto: Reprodução/TV Globo

O delegado geral de Polícia, Osvaldo Nico, e diretora do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegada Elisabete Sato em coletiva de imprensa nesta terça-feira (18). — Foto: Reprodução/TV Globo

Segundo a diretora do DHPP, dos quatro policiais à paisana que trabalhavam na segurança naquele dia, dois estavam dentro do prédio onde acontecia o evento e dois estavam na rua, observando a movimentação do entorno.

Esses policiais do lado de fora alertaram os dois internamente sobre a presença dos suspeitos e logo a dupla também desceu do prédio para dar apoio e verificar a situação. A dupla percebeu que os indivíduos da moto estavam armados e iniciou-se o tiroteio.

No confronto, um dos suspeitos morreu. O rapaz identificado como Felipe Silva de Lima, de 27 anos, tinha duas passagens por roubo e foi baleado na rua do prédio onde estava o candidato do Republicanos.

Os policiais dizem já ter identificado um segundo suspeito, de nome Rafael Junior, que estava na moto com o suspeito baleado. Esse segundo suspeito, segundo o DHPP, tem passagem por tráfico de drogas e roubo a residência e está foragido.

Imagens fornecidas pela polícia mostram que de fato há uma movimentação intensa de motociclista no entorno do prédio onde estava o candidato Tarcísio.

As imagens mostram ao menos duas pessoas armadas. Uma delas parecer receber uma arma de uma pessoa que estava a pé.

Na tarde de segunda (17), Tarcísio deu uma entrevista coletiva descartando que o caso tenha sido um atentado político contra a campanha dele e disse que o caso não tem nenhum ligação com a campanha eleitoral deste ano.

Apesar de ter mapeado todo o acontecido, Elisabete Sato diz que não descarta nenhuma hipótese sobre o que aconteceu na favela na manhã desta segunda (17).

“O que nós consideramos hoje: nenhuma possibilidade está descartada né, eu considerei particularmente de extrema sensatez, o candidato Tarcísio de Freitas foi extremamente sensato em relação ao seu posicionamento em relatar o que aconteceu, caberá a nós agora a investigação para apurar o que efetivamente aconteceu, se tratou de uma intimidação, um atentado ou outra circunstância diferente, ainda não temos essa linha porque estamos considerando apenas os 5 depoimentos que foram tomados dos policiais militares”, afirmou.

Tarcísio de Freitas (Republicanos) durante coletiva de imprensa para falar sobre a troca de tiros em Paraisópolis, Zona Sul de SP, nesta segunda-feira (17). — Foto: Reprodução/TV Globo 3 de 9 Tarcísio de Freitas (Republicanos) durante coletiva de imprensa para falar sobre a troca de tiros em Paraisópolis, Zona Sul de SP, nesta segunda-feira (17). — Foto: Reprodução/TV Globo

Tarcísio de Freitas (Republicanos) durante coletiva de imprensa para falar sobre a troca de tiros em Paraisópolis, Zona Sul de SP, nesta segunda-feira (17). — Foto: Reprodução/TV Globo

Em entrevista coletiva na capital paulista, o candidato ao governo do estado Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que o tiroteio ocorrido durante ato de campanha dele não foi um atentado, nem teve relação com as eleições. Segundo o candidato, foi um "ato de intimidação".

“Qual a leitura que a gente faz: foi um ato de intimidação. Foi um recado claro do crime organizado que diz: ‘Vocês não são bem-vindos aqui. A gente não quer vocês aqui dentro’. Para mim é uma questão territorial. Não tem nada a ver com uma questão política. Não tem nada a ver com uma questão eleitoral. Mas é uma questão territorial, que acontece aqui em favelas e comunidades do estado de São Paulo.”

“Em nenhum momento eu disse que era atentado, primeira coisa. Segunda coisa: esse tipo de troca de tiro ali não é comum. E aí vamos lembrar que o crime organizado aqui em São Paulo é hegemônico em determinadas regiões. Então, não é comum você ter troca de tiro", afirmou.

Logo após o tiroteio, Tarcísio postou em sua conta do Twitter que havia sofrido um "ataque". “Em primeiro lugar, estamos todos bem. Durante visita ao 1o Polo Universitário de Paraisópolis, fomos atacados por criminosos. Nossa equipe de segurança foi reforçada rapidamente com atuação brilhante da @PMESP. Um bandido foi baleado. Estamos apurando detalhes sobre a situação”, disse o candidato do Republicanos.

Na coletiva, Tarcísio descreveu o que ocorreu: "Quatro elementos em duas motocicletas começaram a rondar a frente do instituto, o local onde a gente estava. Começaram a fotografar o pessoal de segurança. Eles foram com câmera de celular na mão. Fizeram fotos, fizeram perguntas. Perguntaram se era policial que estava ali. Se evadiram do local e voltaram com armamento. E aí foi o momento que se deu a troca de tiros”.

"Enquanto a gente conversava, a gente começou a ouvir tiros. Eu estava no terceiro andar. Então, a gente começou a ouvir rajadas de tiros. Primeira impressão que tive. E quando você faz essas visitas, em tese você imagina que tá tudo tranquilo. A gente ouviu a primeira rajada a impressão que eu tive, olha, acho que é algo para intimidar, 'vocês não são bem-vindos aqui’, mas achei que fosse ficar nisso. Continuamos normalmente conversando normalmente".

"Mais tarde", segue, "começamos a ver mais tiros e gritaria. O pessoal começou a gritar: ‘Abaixa, abaixa, abaixa, vão atirar aqui’. Até o momento em que uma pessoa entra e diz: ‘Precisa tirar ele daqui, que o problema é ele. Estão dizendo que vão entrar aqui’. E houve uma troca de tiro até o momento que a minha equipe entra e diz que conseguiu estabelecer a segurança para você sair. Rapidamente segui a equipe, saímos até a van, eu entrei na van, esperamos a equipe toda embarcar na van e fomos embora".

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou na tarde desta segunda-feira (17) que não é possível afirmar que o candidato Tarcísio de Freitas (Republicanos) tenha sido alvo de atentado em um tiroteio ocorrido durante evento de campanha na comunidade de Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo.

Segundo o secretário da Segurança, general João Camilo, o tiroteio aconteceu a cerca de 50 metros a 100 metros do local em que estava o candidato ao governo paulista e deve ter sido gerado "por um ruído" causado pela presença da polícia na área, que fazia a proteção do candidato.

"Nenhuma hipótese é dispensada, contudo, [com] os dados que nós temos até agora, eu não considero que esse fato que vá ao encontro do que o próprio candidato comentou [atentado], talvez ruído com a presença policial, talvez intimidação”, disse.

João Camilo afirmou também que no período eleitoral, a SSP mantém contato com as campanhas e a Polícia Federal, encerrada pela segurança dos candidatos.

O tiroteio ocorreu por volta de 11h40, horário em que Tarcísio de Freitas visitava o Polo Universitário de Paraisópolis (💥️veja vídeo abaixo). Logo após o episódio, o candidato do Republicanos afirmou nas redes sociais que sua equipe havia sido "atacada" por criminosos.

O secretário da segurança afirmou que busca imagens de câmeras de segurança do local e do uniforme dos policiais militares que estavam na ação para tentar entender melhor o ocorrido.

"O evento ocorreu às 11h40, estamos com duas horas e alguma coisa da ocorrência. O Nico [Osvaldo Nico Gonçalves] delegado-geral está lá, uma equipe do DHPP com três delegados. Estamos buscando imagens do local e das câmeras dos uniformes dos próprios policiais", disse.

💥️LEIA TAMBÉM:

O secretário da Segurança Pública do estado de São Paulo, general João Camilo, durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (17). — Foto: Reprodução/TV Globo 4 de 9 O secretário da Segurança Pública do estado de São Paulo, general João Camilo, durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (17). — Foto: Reprodução/TV Globo

O secretário da Segurança Pública do estado de São Paulo, general João Camilo, durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (17). — Foto: Reprodução/TV Globo

Segundo a polícia, Felipe Silva de Lima, de 27 anos, foi morto durante o tiroteio. Ele tinha duas passagens por roubo.

Ainda de acordo com a polícia, o homem foi baleado na mesma rua do Polo Universitário, mas em outro local, distante da sede. Ele chegou a ser levado para o Hospital Campo Limpo, mas não resistiu aos ferimentos.

Tarcísio estava no terceiro andar do prédio, cumprindo agenda de campanha, quando o tiroteio começou do lado de fora. O candidato deixou o local cerca de 20 minutos depois, acompanhado de seguranças e escoltado até uma van.

Segundo a polícia, Felipe Silva de Lima, foi morto durante tiroteio em Paraisópolis, na Zona Sul de SP, na manhã desta segunda (17) — Foto: Reprodução/Polícia Civil 5 de 9 Segundo a polícia, Felipe Silva de Lima, foi morto durante tiroteio em Paraisópolis, na Zona Sul de SP, na manhã desta segunda (17) — Foto: Reprodução/Polícia Civil

Segundo a polícia, Felipe Silva de Lima, foi morto durante tiroteio em Paraisópolis, na Zona Sul de SP, na manhã desta segunda (17) — Foto: Reprodução/Polícia Civil

A agenda de Tarcísio em Paraisópolis foi colocada de última hora no domingo (16), às 21h15. Antes disso, a agenda enviada à imprensa não previa visita à comunidade.

O governador Rodrigo Garcia (PSDB), candidato derrotado nas eleições e que anunciou apoio a Tarcísio, afirmou que determinou investigação imediata do caso.

"Acabei de falar com Tarcísio de Freitas e ele e sua equipe estão bem. A polícia militar agiu rápido e garantiu a segurança de todos. Determinei a imediata investigação do ocorrido", disse em sua conta do Twitter.

Tarcísio de Freitas deixa o local após troca de tiros na comunidade — Foto: Reprodução/TV Globo 6 de 9 Tarcísio de Freitas deixa o local após troca de tiros na comunidade — Foto: Reprodução/TV Globo

Tarcísio de Freitas deixa o local após troca de tiros na comunidade — Foto: Reprodução/TV Globo

Wallace Rodrigues, fundador de uma escola em Paraisópolis, estava na inauguração e acredita que o tiroteio tenha sido a cerca de 200 metros de onde estava o candidato. Imagens aéreas mostram uma marca de sangue no chão nesse ponto.

Questionado sobre o episódio durante um evento com jornalistas em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que ainda é prematuro dizer se houve um ataque à equipe de Tarcísio.

"Recebi um telefonema do Tarcísio, algumas imagens também. Tudo é preliminar ainda, eu não quero me antecipar. Se foi uma ação contra a equipe dele, se foi uma ação isolada, se algum conflito já estava havendo por haver na região. Então seria prematuro eu falar sobre isso", disse Bolsonaro.

O adversário de Tarcísio no segundo turno, Fernando Haddad (PT), disse que soube pelos jornalistas ao ser questionado sobre o tiroteio, e afirmou que "repudia qualquer tipo de violência".

Gilson Rodrigues, um dos líderes comunitários de Paraisópolis, disse que está na Bahia e que não tem detalhes do ocorrido. "Paraisópolis, como vocês sabem, é da paz, acolhe a todos, muito bem e tem tradição em receber a todos", disse.

Mapa de Paraisópolis, onde ocorreu tiroteio durante agenda do candidato Tarcísio de Freitas — Foto: Arte: g1 7 de 9 Mapa de Paraisópolis, onde ocorreu tiroteio durante agenda do candidato Tarcísio de Freitas — Foto: Arte: g1

Mapa de Paraisópolis, onde ocorreu tiroteio durante agenda do candidato Tarcísio de Freitas — Foto: Arte: g1

Candidato do Republicanos e equipe sentado no chão após tiros na comunidade — Foto: Reprodução/TV Globo 8 de 9 Candidato do Republicanos e equipe sentado no chão após tiros na comunidade — Foto: Reprodução/TV Globo

Candidato do Republicanos e equipe sentado no chão após tiros na comunidade — Foto: Reprodução/TV Globo

Candidato ao governo de SP deixa local escoltado após tiro na comunidade — Foto: Reprodução/TV Globo 9 de 9 Candidato ao governo de SP deixa local escoltado após tiro na comunidade — Foto: Reprodução/TV Globo

Candidato ao governo de SP deixa local escoltado após tiro na comunidade — Foto: Reprodução/TV Globo

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