Ciro Gomes repete 2023 e 'vai a Paris' sem sair do Brasil

Ciro Gomes na Central das Eleições, da GloboNews, nesta quarta-feira (27). — Foto: Marcos Serra Lima/g1 1 de 1 Ciro Gomes na Central das Eleições, da GloboNews, nesta quarta-feira (27). — Foto: Marcos Serra Lima/g1

Ciro Gomes na Central das Eleições, da GloboNews, nesta quarta-feira (27). — Foto: Marcos Serra Lima/g1

Fortaleza, 2 de outubro de 2022. Primeiro turno das eleições. Depois de votar, conceder uma breve entrevista coletiva e dizer que ia comprar figurinhas para o álbum da Copa do Mundo para o filho e tomar sorvete, Ciro Gomes foi para o seu apartamento, de frente para a praia, na Avenida Beira-Mar. Não acompanhou nenhum candidato votando. Como afirmou, foi para casa acompanhar a apuração e, sem sair do prédio, às 20h59, convocou os jornalistas para um pronunciamento no saguão do edifício.

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Naquele momento se disse "profundamente preocupado" com o que estava assistindo acontecer no Brasil. "Eu nunca vi uma situação tão complexa, desafiadora e ameaçadora. Por isso, peço a vocês que me deem umas horas para conversar com meus amigos, com meu partido para decidir que rumo iremos tomar para melhor servir à nação brasileira", complementou Ciro diante de nós, jornalistas.

Cheguei a perguntar se ele responderia uma pergunta sobre o apoio no segundo turno, mas ele já estava caminhando em direção ao elevador, e os assessores disseram que o encontro já tinha terminado.

A curiosidade e a preocupação sobre o apoio de Ciro não surgiram à toa. Em 2018, ele deu origem a uma série de memes –e críticas– ao viajar para Paris sem declarar apoio ao candidato do PT, Fernando Haddad.

O único ponto que deixou claro ao conceder uma entrevista – ao fim da apuração do primeiro turno, em frente ao mesmo prédio residencial – foi o de que não apoiaria Bolsonaro: "ele não".

Fortaleza, 4 de outubro de 2022. Depois de o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, declarar o apoio do partido a Lula no segundo turno, Ciro Gomes divulgou um vídeo dizendo que acompanhava a decisão do partido.

Sem citar o nome de Lula em momento algum, ele declarou: "frente as circunstâncias, é a última saída". "Sempre me posicionei e me posicionarei na defesa do país contra projetos de poder que levaram nosso povo a essa situação grave e ameaçadora", disse Ciro. "Lamento que a trilha democrática tenha se afunilado a tal ponto que reste para os brasileiros duas opções, a meu ver, insatisfatórias".

Sobre uma possível viagem de Ciro, Lupi disse – nesse mesmo dia – que o ex-ministro do governo Lula ficaria no Brasil.

Um assessor disse que ele não viajou e permanece em Fortaleza. O presidente do PDT, Carlos Lupi, também confirmou que ele segue em casa. O telefone utilizado pelo candidato durante a campanha está desligado e a ligação cai direto na caixa postal. O número não está vinculado a uma conta de WhatsApp.

No Twitter e no Instagram, a única postagem dele depois do pronunciamento foi uma foto ao lado de crianças e apoiadores em comemoração ao Dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, no dia 12 de outubro. Na TV Ciro e no YouTube, o último vídeo postado foi justamente o de apoio à decisão do PDT.

A campanha de Bolsonaro não esqueceu Ciro. No programa de rádio desta terça-feira, 18 de outubro, a campanha do candidato do PL usou uma fala de Ciro atacando Lula durante a corrida eleitoral.

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