Bolsonaro agora evita falar em relatório das Forças Armadas sobre urnas e questiona repórter: 'Está botando na minha boc
Após falar, no dia da votação do primeiro turno, que aguardaria um relatório das Forças Armadas para se posicionar sobre a eficácia das urnas eletrônicas, o presidente Jair Bolsonaro (PL) agora disse nesta quarta-feira (19) que não tem auditoria feita pelos militares. Questionado por jornalistas sobre relatório, Bolsonaro ainda rebateu: "Está botando [palavra] na minha boca agora?"
Na noite do dia 2 de outubro, após a definição de que Bolsonaro iria para o segundo turno com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente falou com jornalistas na porta da residência oficial do Palácio da Alvorada.
Na ocasião, Bolsonaro, questionado sobre como viu o desempenho do sistema eleitoral na votação, disse:
"Vou aguardar o parecer aqui das Forças Armadas que ficaram presentes hoje lá na sala cofre. Repito, elas foram convidadas a participar, integrar uma comissão de transparência eleitoral. Então isso aí fica a cargo do ministro da Defesa", disse Bolsonaro.
Na mesma entrevista, questionado quando receberia um relatório das Forças sobre as urnas, ele afirmou: "Olha, eles participaram da sala cofre. Devem estar lá até agora. Até o encerramento, vão estar lá. Vai ser feito um relatório pelo Ministrério da Defesa", disse Bolsonaro na ocasião.
Nesta terça (18), o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou que a Defesa apresente os dados do relatório sobre a votação. A Defesa até agora não entregou material algum.
Bolsonaro foi questionado sobre o tema em entrevista no Palácio da Alvorada. Nesse momento, o presidente negou que haja algum relatório.
Um repórter insistiu se Bolsonaro não havia falado antes em relatório.
Bolsonaro vem atacando as urnas eletrônicas com suspeitas infundadas há meses, apesar de já ter admitido que não tem provas contra a segurança e a eficácia do sistema. Autoridades da Justiça e especialistas atestam que as urnas são confiáveis e à prova de invasão externa.
Nos meses que antecederam as eleições, o presidente chegou a mencionar uma eventual apuração paralela dos votos, que seria feita pelas Forças Armadas. A ideia não prosperou, diante do fato de que a Constituição coloca o TSE como autoridade única para a apuração dos votos.
O sistema do TSE é fiscalizado por outros órgãos, como a Polícia Federal, o Tribunal de Contas da União e as próprias Forças Armadas, que integram a comissã de transparência eleitoral.
No início da tarde desta quarta-feira (19), Bolsonaro se reuniu com cerca de 350 prefeitos. Segundo relato do ministro da Secretaria de Governo, Célio Faria, os gestores apresentaram uma carta ao presidente com as principais demandas dos municípios.
Entre os temas discutidos no encontro, estavam:
A ideia dos prefeitos é apresentar o mesmo documento para a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva.
O vice-presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Julvan Lacerda, organizou a reunião que contou ainda com a presença do presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Marcos Vinicius Bizarro, além do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, e o líder do governo no Senado, Eduardo Gomes.
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