Dentista denuncia ter sido chamada de 'neguinha' em quiosque de Macaé, RJ: 'foi como se eu fosse um bich
A dentista Perla Spozito, 24 anos, foi vítima de injúria racial no último fim de semana em Macaé, no Norte Fluminense. Ela conta que estava em um quiosque na Praia do Pecado no domingo e tentou ir ao banheiro com uma amiga, mas foram impedidas por um homem que as hostilizou e chamou de "neguinhas".
Ainda segundo a jovem, o homem fazia gestos para expulsá-la do local.
O homem estava atendendo no quiosque. No dia, ele foi detido e autuado por injúria. Ele foi liberado depois de pagar uma fiança de dois salários mínimos, que é de R$ 2.424 nos valores atuais.
1 de 1 Após caso de injúria racial, quiosque na Praia do Pecado, em Macaé, foi pichado com a palavra 'racista' — Foto: Frederico Mesquita/Inter TVApós caso de injúria racial, quiosque na Praia do Pecado, em Macaé, foi pichado com a palavra 'racista' — Foto: Frederico Mesquita/Inter TV
O caso gerou também revolta nos moradores. Após a repercussão, o quiosque amanheceu pichado com a palavra "Racista".
No início de outubro, a Prefeitura de Macaé criou o Estatuto Municipal de Promoção da Igualdade Racial. O objetivo é combater o preconceito e discriminação.
O prefeito de Macaé, Welberth Rezende, se pronunciou sobre o caso e disse que o município vai tomar medidas necessárias. Uma das medidas adotadas foi a interdição do quiosque, que exige também a desocupação do imóvel.
"Infelizmente ainda insiste acontecer em nosso meio social esses casos de racismo. Um assunto muito sério e muito grave que é inaceitável nesse governo. Tanto que criamos nossa reforma administrativa e criamos uma das poucas secretarias municipais de combate ao racismo, que é a Secretaria de Igualdade Racial. [...] É tolerância zero em relação ao racismo aqui no município de Macaé", disse o prefeito.
Nesta semana, além de Perla, um servidor público também foi vítima de injúria racial. Neste caso, uma mulher de 52 anos foi presa. Ao resistir à abordagem, imagens mostram que os agentes da Polícia Militar precisaram carregá-la na cadeira onde estava sentada até a viatura.
A mulher também não aceitou entrar no carro da polícia e acabou sendo algemada após discutir com os policiais. Mesmo com os braços imobilizados, ela seguiu resistindo à prisão.
De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro, o ISP, em 2023, nove pessoas foram vítimas de preconceito de raça ou de cor em Macaé. O instituto ainda não possui dados sobre os casos registrados em 2022. O 💥️g1 pediu informações sobre este tipo de crime na cidade à Polícia Civil, mas até a última atualização desta reportagem não teve retorno.
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