Rishi Sunak é a última chance dos conservadores britânicos para salvar um mandato caótico que destrambelhou com o Brexit
Rishi Sunak é visto saindo de sua casa, em Londres, Inglaterra, na manhã do dia 24 de outubro de 2022, após ser anunciado como primeiro-ministro do Reino Unido. — Foto: REUTERS/Peter Nicholls
Rishi Sunak adentra o número 10 de Downing Street, a sede do governo britânico, como o último recurso dos conservadores britânicos para salvar um mandato caótico, que começou a destrambelhar há seis anos, juntamente com a aprovação do Brexit.
Como terceiro premiê do Reino Unido a ocupar o cargo em dois meses, espera-se que ele conduza com firmeza não somente a economia, mas, principalmente, a direção de seu partido, rachado entre moderados e radicais.
Teoricamente, Sunak tem 18 meses, tempo que resta até as eleições, para cimentar as brechas internas e reduzir a desvantagem de 30 pontos em relação aos trabalhistas.
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2 de 2 Rishi Sunak (ao centro) com membros do comitê do Partido Conservador responsável pelas eleições internas, logo após ser apontado como o novo primeiro-ministro do Reino Unido, em 24 de outubro de 2022. — Foto: Stefan Rousseau/ PA via AP
Rishi Sunak (ao centro) com membros do comitê do Partido Conservador responsável pelas eleições internas, logo após ser apontado como o novo primeiro-ministro do Reino Unido, em 24 de outubro de 2022. — Foto: Stefan Rousseau/ PA via AP
Por razões óbvias, o Partido Trabalhista aproveita a onda a seu favor e a bagunça entre os conservadores, insistindo na convocação de eleições gerais. Nessas circunstâncias, Rishi Sunak emergiu como ex-regra três e agora preferido entre os tories do Parlamento.
Ele ocupou o cargo de ministro das Finanças no governo de Boris Johnson e foi também o primeiro a debandar na rebelião promovida em seu ministério, há três meses. Concorreu com Liz Truss e perdeu. Foi acusado de traidor, mas especula-se também de que o fator racial estaria embutido na sua primeira derrota.
Aos 42 anos, Sunak assumirá a chefia do governo como o primeiro mandatário oriundo de uma minoria étnica. Seus pais são descendentes de indianos: nasceram no Quênia e na Tanzânia e imigraram no Reino Unido na década de 1960.
O filho frequentou as mais prestigiadas escolas e universidades e trabalhou no banco de investimentos Goldman Sachs, antes de entrar para a política em 2015. Considerado o deputado mais rico do Parlamento britânico, professa publicamente o hinduísmo e é casado com a herdeira de um bilionário indiano.
Recentemente, a apresentadora de TV e rádio Sangita Myska recebeu uma ligação de um homem que se identificou como Jerry e membro do Partido conservador. Ele comparou Sunak a um integrante da al-Qaeda, tal como revelou considerar metade dos cidadãos britânicos. Seguiu-se, ao vivo, um diálogo sem meias-verdades.
“O verdadeiro problema aqui, Jerry, é que Rishi Sunak é um homem de pele morena e você não confia nele no comando do país?” questionou Myska.
“Oitenta e cinco por cento dos ingleses, sim, são brancos, ingleses e sim, eles querem ver um primeiro-ministro que os reflita”, retrucou Jerry.
“Acho que você é fundamentalmente racista e acho absolutamente fascinante que você e outros membros do Partido Conservador pensem assim”, concluiu a apresentadora, antes de desligar
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